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A Europa é, cada vez mais, para (carros) velhos

Ano após ano, a média de idades do parque automóvel europeu tem vindo a aumentar. Fica a saber quais os países onde os carros são mais velhos.

Peugeot 3008 e Kia Sportage

A crise económica que abalou a Europa na primeira década do século XXI pode até já ter passado, no entanto, as “feridas” que deixou no mercado automóvel ainda se fazem sentir. Prova disso mesmo é o facto de, ano após ano, o parque automóvel europeu ver a sua idade média aumentar.

Segundo dados da ACEA (a Associação Europeia de Construtores Automóveis), em 2017 os ligeiros de passageiros na Europa atingiram uma média de idades de 11,1 anos (em 2013 ficava-se pelos 10,5 anos). Também os ligeiros de mercadorias viram a média de idades aumentar, subindo para os 11 anos em 2017 (era de 10,4 anos em 2013).

Os mais velhos…

No que aos países diz respeito, a estatística diz-nos que, por norma, quanto mais para leste andamos mais velho o parque automóvel se apresenta.

O país com o parque automóvel mais velho entre os analisados pela ACEA é a Lituânia, com uma média de idades de 16,9 anos. Em seguida surgem países como a Roménia (16,2 anos), Letónia (16 anos) ou a Grécia (15 anos).

A alguma distância, mas com médias de idade do parque automóvel ainda elevadas surgem a Estónia (14,6 anos), República Checa (14,5 anos), Croácia (14,3 anos), Hungria (13,9 anos), Polónia (13,6 anos) e a Eslováquia (13,5 anos).

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…e os mais novos

Se a média de idades do parque automóvel aumenta à medida que avançamos em direção ao leste europeu, quando nos aproximamos daquele que é considerado o “coração económico” da União Europeia, ou seja a Europa Central e o norte do continente europeu acontece o contrário.

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Com um parque automóvel com uma média de idades de 7,8 anos, o Reino Unido é o país da Europa onde os carros são mais “novos”, algo a que não devem ser alheias as (muito) exigentes inspeções que por lá se fazem (as famosas MOT), sendo seguido no pódio pela Áustria (8,2 anos) e Suíça (8,6 anos).

Já a França apresenta uma média de idades de 8,8 anos enquanto a Alemanha vê o valor subir para os 9,3 anos e a Itália apresenta uma média superior a 10 anos (10,8 anos). Quanto a Espanha, a média de idades do parque automóvel fica-se pelos 11,4 anos.

No norte da Europa, só a Dinamarca fica abaixo dos 10 anos de média (8,8 anos), com a Suécia a apresentar um parque automóvel com uma média de idade de 10 anos e a Noruega a ficar-se pelos 10,5 anos (isto apesar das crescentes vendas de automóveis elétricos).

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O caso português

Analisada a situação europeia, é altura de conhecer o panorama nacional. Lembras-te de te termos dito que no país vizinho a média de idades do parque automóvel se ficava pelos 11,4 anos? Pois bem, por cá esta tem mais um ano, tendo atingido no ano passado, de acordo com a ACAP, os 12,6 anos, o valor mais alto de sempre.

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Para teres uma ideia, em 1995 a média de idades do parque automóvel nacional estava nos 6,1 anos, sendo que em 2000 subiu para os 7,2 anos. Segundo a ACAP, esta tendência de envelhecimento do parque automóvel que se verifica em Portugal tem como principais razões o fim dos incentivos ao abate automóveis e a crise económica.

No entanto, há outras causas que podem estar por detrás deste aumento. Em primeiro lugar, os automóveis hoje são mais fiáveis e resistentes do que eram no passado. Para além disso, as IPO vieram obrigar a um nível superior de manutenção dos automóveis e, por conseguinte, a que estes continuem em bom estado e a circular por mais anos.

E se é verdade que a troca de um automóvel antigo por um novo poderá ter os seus benefícios ambientais, sobretudo no que toca às emissões, a reutilização de um automóvel mais velho em bom estado também os tem, pois a produção de um novo automóvel também tem a sua pegada ecológica.

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