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Condução Autónoma

Musk em modo ambicioso: robô-taxis 100% autónomos já em 2020

O evento Tesla Autonomy Investor Day revelou os ambiciosos planos da Tesla no que toca à condução autónoma. Em 2020 já teremos carros 100% autónomos?

Tesla Autopilot

Elon Musk não costuma ser comedido nas palavras e os seus prazos para entregar o que promete costumam ser… otimistas. Musk reconhece que nem sempre cumpre os prazos, mas o que promete acaba por cumprir. No Tesla Autonomy Investor Day, temos uma série de novas promessas relacionadas com condução autónoma.

Carros autónomos já para o ano

Primeiro, carros autónomos já no próximo ano, algures a meio de 2020, e todos os Tesla em circulação poderão vir a sê-lo. O hardware já existe, contando com oito câmaras, 12 sensores ultrasónicos e radar, que os modelos Tesla já trazem de origem.

Para essa tarefa foi apresentado também um novo chip com muito maior poder computacional, que Musk defende ser “o melhor do mundo… objetivamente”, e que também já está a ser montado nos novos Tesla produzidos.

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Elon Musk no Tesla Autonomy Investors Day

Basicamente, caso os regulamentos o permitam, bastará uma simples atualização do software para tornar todos os Tesla equipados com este hardware em veículos totalmente autónomos.

LIDAR? Não precisamos

Não deixa de ser notável que a Tesla anuncie uma data tão próxima para os seus primeiros carros autónomos — maior parte dos construtores e empresas especializadas recuaram nas suas otimistas datas de lançamento, adiando a introdução de veículos totalmente autónomos por vários anos.

Tesla Model S Autopilot

De acordo com vários especialistas, carros com nível 5 de condução autónoma estão ainda, realisticamente, a 10 anos de distância, caso recorram à tecnologia LIDAR — tecnologia ótica essencial para se atingir o nível 5 de condução autónoma. A Tesla diz que não precisa desta tecnologia para atingir esse objetivo.

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Elon Musk vai mais longe e afirma mesmo que o “LIDAR é uma tarefa de um tolo e quem depende do LIDAR está condenado”.

Sem LIDAR, e recorrendo apenas a câmaras e radares, como a Tesla está a fazer, os especialistas referem que a condução totalmente autónoma é inalcansável. Quem terá razão? Teremos de esperar por 2020.

Nessa altura, segundo as estimativas de Elon Musk, o sistema autónomo da Tesla terá melhorado/evoluído o suficiente para que os condutores não tenham de prestar atenção à estrada.

Atualmente a Tesla já disponibiliza uma opção de 5400 euros designada de “Condução Autónoma Total” (FSD — Full Self-Driving) que, apesar de não permitir o que a sua denominação sugere, garante já “condução automática em autoestrada, da rampa de acesso à rampa de saída, incluindo interligações e ultrapassagem de automóveis que circulam a uma velocidade inferior.”

Para o ano, permitirá reconhecer até semáforos e sinais de STOP, o que garantirá condução automática também em ambiente urbano.

Robô-taxis

Com o lançar da tecnologia que permite veículos autónomos de nível 5 — e sem limitações como o geofence (cercas virtuais) — Elon Musk anunciou também o lançamento da primeira frota de robô-taxis em locais específicos nos EUA durante o próximo ano.

Uma frota que futuramente deverá ser composta, essencialmente, por carros de clientes. Ou seja, o “nosso” Tesla poderá “trabalhar” por nós, após nos deixar no local de trabalho ou em casa, efetuando serviço similar aos prestados pela Uber ou a Cabify — Musk já tinha referido em anos anteriores que pretendia entrar no mundo dos serviços ride-hailing. A denominada Tesla Network parece estar mais próxima que nunca.

De acordo com Elon Musk, o “nosso” Tesla poderia acabar por pagar-se a ele próprio, caso seja usado em quantidade suficiente neste tipo de serviços. Os cálculos por ele apresentados — considerando o cenário específico dos Estados Unidos da América —, permitirão que um Tesla possa gerar até 30 mil dólares em lucro por ano (26 754 euros).

Já considerando o uso mais intensivo que estes carros terão, Musk prometeu também que brevemente conseguiria lançar carros que tenham um tempo de vida útil de um milhão de milhas (1,6 milhões de km), com uma manutenção mínima.

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Apesar da forte aposta na Tesla Network por parte de Musk, há que ultrapassar questões como as permissões legais para ter carros totalmente autónomos a circular nas ruas, assim como a resistência potencial dos seus clientes estarem disponíveis para deixar que o seu carro pessoal seja usado como… táxi.