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A semana “horribilis” da Tesla

Como se os problemas na linha de produção do Tesla Model 3 não bastassem, uma série de outros eventos, transformaram a última semana de março numa das mais problemáticas, na existência da Tesla.

Tesla Model 3

A promessa era de produzir 2500 Model 3 por semana até ao final de março, mas nem esse objetivo foi alcançado. Já que a última semana do mês revelou-se particularmente má para o construtor californiano.

Nem os derradeiros esforços nos últimos dias, incluíndo sábado, o último dia do mês, para aumentar a produção do Model 3, foram suficientes. Como reporta a Autonews, foram instalados sofás, um DJ foi contratado e até uma carrinha de comida esteve nas instalações para dar suporte aos trabalhadores. A Tesla inclusivamente convidou operários das linhas de produção do Model S e Model X para se voluntariarem e darem assistência na produção do Model 3.

Houve definitivamente um aumento de produção nas últimas semanas e, num email enviado por Elon Musk às suas “tropas” no início da última semana de março, este referia que tudo estava encaminhado para atingirem a marca dos 2000 Model 3 por semana — uma evolução notável, sem dúvida, mas ainda longe dos objetivos iniciais.

Tesla Model 3 — Linha de produção
Linha de produção do Tesla Model 3

Coloca-se a questão: como é que o apressar do aumento da produção, que permitirá mostrar números mais sumarentos aos investidores, afetará a qualidade do produto final?

Preocupações além da produção

Como se o “inferno na produção” e as dores de crescimento em se tornar um construtor de grande volume num curto período de tempo não fosse já suficiente, o fim do mês e do trimestre — a Tesla revela todos os seus números de três em três meses —, foi uma “tempestade perfeita” para Elon Musk e a Tesla.

A marca está novamente a ser escrutinada pelos reguladores após mais um acidente fatal envolvendo um Tesla Model X e o Autopilot — o seu sistema de assistência à condução —, e também anunciou uma operação de recolha de 123 mil Model S, produzidos antes de abril de 2016, para substituir um componente relativo à direção assistida.

Tesla Model X

Para (não) ajudar, a agência de rating Moody’s baixou o nível da marca para B3 — seis níveis abaixo de “lixo” —, citando uma combinação de problemas na linha de produção e obrigações que não param de acumular, com a marca a poder necessitar de um aumento de capital na ordem dos dois mil milhões de dólares (aproximadamente 1625 milhões de euros), para evitar ficar sem dinheiro.

Expetavelmente, as ações da Tesla deram um tombo significativo. Dos mais de 300 dólares por ação no início da última semana de março, ontem, 2 de abril, estavam apenas a 252 dólares.

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Investidores com “fé” abalada?

Os próprios investidores começam a ficar inquietos. “A Tesla está a testar a nossa paciência”, diz Gene Munster, sócio-gerente da Loup Ventures, uma empresa de capitais de risco, que sempre apoiou a Tesla. Embora, com os últimos desenvolvimentos, as dúvidas comecem a instalar-se: “(…) ainda acreditamos nesta história?”

A piada do dia 1 de abril por Elon Musk não ajudou.

Mas a resposta da Loup Ventures à sua própria pergunta é “sim”. Gene Munster, novamente: “A empresa (Tesla) tem um posicionamento único para capitalizar as mudanças dramáticas (da indústria automóvel)”. Acrescentando que acha que a Tesla “inovará tanto na (tecnologia) dos Veículos Elétricos como na condução autónoma, e introduzirá um novo paradigma na eficiência de produção”.

 

 

 

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