SEAT Ibiza. Recebe motor Diesel e já está à venda em Portugal

Os motores Diesel não têm tido vida fácil nos últimos dois anos. Este ano foi particularmente severo, com muitas “nuvens negras” a pairar sobre o futuro.

As incertezas sobre o seu futuro refletem-se nas tabelas de vendas, onde a venda de motorizações Diesel tem decaído em toda a Europa. É neste estado de coisas que fomos conhecer o novo SEAT Ibiza 1.6 TDI.

Porquê Diesel?

Considerando a queda de vendas e as incertezas sobre o seu futuro, é sem dúvida “a” pergunta. Antonio Valdivieso, diretor de comunicação de produto na SEAT respondeu de forma curta.

Porquê Diesel? Ainda é relevante.

Apesar das vendas estarem a decair, representam ainda uma fatia considerável das vendas do SEAT Ibiza na Europa. Em Portugal, em 2016, 37% de todos os Ibiza vendidos eram a Diesel. E na restante Europa encontramos quotas que vão dos 17% na Irlanda aos 43% na Itália — este último significa, inclusivamente, um aumento da quota em 1% entre 2015 e 2016.

Não se pode simplesmente ignorar tão expressivo volume de vendas. Além do mais, as motorizações Diesel ainda têm um papel a desempenhar no cumprimento das metas de emissões de CO₂ impostas pela UE — híbridos e elétricos simplesmente não vendem em volume suficiente para compensar a ausência de motores Diesel.

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E por falar em vendas…

Boas notícias para a SEAT em 2017, já que está a ter um ano fantástico. As vendas estão a aumentar, assim como os lucros — 12,3% entre janeiro e setembro, relativamente a 2016, traduzindo-se em 154 milhões de euros. Só no último mês de novembro, as vendas subiram 18,7%, e no acumulado do ano, 14,7%, relativamente a 2016. Em termos absolutos, a SEAT vendeu 435 500 automóveis.

O SEAT Ibiza é um dos candidatos aos World Car Awards 2018

Ao volante

O 1.6 TDI que equipa o Ibiza é um velho conhecido. A sonoridade não é a mais cativante, mas longe de ser incomodativa — o Ibiza revelou estar bem construído e insonorizado. Tivemos oportunidade de experimentar a versão mais potente, o FR com 115 cv e caixa manual de seis velocidades. Só a partir das 1500 rpm é que o motor verdadeiramente “acorda”, precisamente quando surgem os 250 Nm de binário máximo que se mantém até às 2600 rpm.

Naturalmente, são os regimes médios a zona de conforto do motor. As prestações são aceitáveis — 10 seg dos 0 aos 100 km/h —, mas onde o 1.6 TDI se sentiu realmente “em casa”, foi na autoestrada. Sem dúvida a opção indicada para quem faz muitos quilómetros.

O Ibiza continua a surpreender pela sua maturidade — estável e robusto. O percurso efetuado levou-nos a algumas estradas de montanha e o Ibiza não se deixou intimidar. O chassis é realmente muito bom: preciso e eficaz, sem prejudicar o conforto.

Dois níveis de potência

O SEAT Ibiza 1.6 TDI estará disponível em Portugal com dois níveis de potência, 95 e 115 cv, e três transmissões possíveis. O de 95 cv pode ser acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades ou uma DSG (dupla embraiagem) de sete. O de 115 cv vem exclusivamente com uma caixa manual de seis velocidades.

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Para cumprir todas as normas (Euro6), o 1.6 TDI vem já com um catalisador de redução selectiva (SCR), pelo que inclui um depósito de AdBlue, localizado no lado direito do veículo, com ponto de reabastecimento próximo do bocal de combustível. De momento, o motor está certificado para o ciclo NEDC, mas a marca garante que terá a certificação para os mais rigorosos ciclos de testes WLTP e RDE, que todos terão de cumprir obrigatoriamente a partir de 1 de setembro de 2018.

Preços para Portugal

O SEAT Ibiza 1.6 TDI já se encontra disponível em Portugal na versão de 95 cv com caixa manual. A caixa DSG de sete velocidades, assim como a versão de 115 cv chegarão mais tarde, no final de janeiro ou início de fevereiro de 2018.

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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