Joie de vivre
Citroën Méhari, o rei do minimalismo
O anúncio do Citroën E-Méhari serviu de mote para revisitarmos um dos modelos mais acarinhados da marca francesa: o Citroën Méhari.

O história do Citroën Méhari começou em 1968, ano de lançamento deste pequeno jipe. Ou será utilitário? Ou será pick-up?! Não é fácil definir o Méhari à luz dos padrões atuais. Mas olhando para ele à luz da sua época torna-se mais fácil.
O Méhari é um testemunho de quatro rodas do clima que se vivia na Europa nos finais da década de 60: liberdade de expressão, de opinião e esperança no futuro. O Méhari foi reflexo desse clima de mudança.
Assente sobre um chassis tubular com pouco mais de 500 kg, este simpático francês conquistou o seu lugar na história da marca, muito por mérito da sua simplicidade. O design minimalista e aventureiro, marcado pela carroçaria produzida em plástico ABS e pela capota de lona, teve a mão do francês Roland de la Poype, engenheiro e ex-combatente na Segunda Guerra Mundial.
VÊ TAMBÉM: Citroën C4 Cactus. Addio, adieu, aufwiedersehen, goodbye
Influências militares
De facto, a ligação às forças militares não ficam por aqui: durante os seus 20 anos de produção, a Citroën vendeu mais de 7000 unidades do Méhari ao exército francês.
Mas há mais. O nome Méhari teve origem numa espécie de dromedários do Norte de África, bastante usados como meio de transporte pelo exército francês nas suas ex-colónias no século XIX e XX. Coincidência? Nem por isso…
Pronto para tudo
Inspirado no Citroën Dyane 6 e tendo por base a plataforma do Citroën 2CV, o Méhari era alimentado por um modesto motor de dois cilindros opostos de 602 cm3 — igual ao do Citroën Ami.
Inicialmente equipado com tração dianteira, em 1980 começou a ser produzida uma versão com tração integral de seu nome “Mehari 4×4”. No entanto, esta versão não teve grande sucesso (foram produzidas apenas 1300 unidades), tendo a produção terminado três anos depois.
Graças à sua versatilidade, o Citroën Méhari chegou a ser usado como viatura médica em provas como o Rali Paris-Dakar, além da sua reconhecida utilidade militar.

Apesar do sucesso inicial, o Citroën Méhari foi perdendo popularidade com o passar dos anos e o número de vendas baixou consideravelmente nos anos 80, até que em 1988 a Citroën decidiu terminar a sua produção. Com a apresentação do novo E-Mehari (NDR: à data da publicação original deste artigo), abre-se um novo capítulo na história deste curioso modelo minimalista e com forte apelo à aventura. Sê bem vindo ao séc. XXI Méhari!

Mais artigos em Clássicos
©2022 RAZÃO AUTOMÓVEL