Dodge Challenger SRT Hellcat: ainda mais força

A Dodge apresentou o Challenger SRT Hellcat, o mais poderoso dos Challenger. E excesso é a palavra de ordem, ou não fosse um digno representante dos fascinantes muscle-car, ao melhor estilo americano.
Cortar emissões, consumos, downsizing, hiper-desportivos com packs de baterias e modos elétricos, Eco, Green, Blue… Esqueçam isso! Entra em cena o Dodge Challenger SRT Hellcat, sugador de octanas, destruidor de borracha, poderoso, bruto, onde mais é definitivamente melhor, ao bom estilo americano.
Mas comecemos com o membro mais modesto dos Challenger SRT. De regresso ao controlo da Dodge e perdendo o estatuto de marca, a SRT passa a identificar duas versões distintas do Challenger.

Após termos conhecido um Challenger actualizado no salão de Nova York deste ano, com um muito necessário novo interior, estética retocada e fortemente inspirada pelo Challenger de 71, chega agora o Challenger SRT. Apresenta-se com o já conhecido, mas actualizado motor de 6.4L e 8 cilindros em V. A potência sobe 15cv e o binário 7Nm, fixando-se num total de 491cv e 644Nm respectivamente. Números “simpáticos”, não? Mas longe de ser suficiente. Isto quando a concorrência atinge perto de 590cv na forma do Chevrolet Camaro ZL1 e uns titânicos 670cv, cortesia do Ford Mustang GT500.
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O que fazer?
Seguir a mesma receita, óbvio! E tal como a concorrência, nada melhor que acoplar um compressor, ou, em bom inglês, um Supercharger ao enorme V8. Claro que não é apenas encaixar um compressor e já está. O 6.4 Hemi foi revisto em toda a sua extensão para lidar com o aumento expressivo das forças geradas, originando um novo V8, com 6200cc e batizado com o sugestivo nome de Hellcat. Números? Bem, não os temos. Isto porque a própria Dodge, apesar de ter apresentado o Challenger SRT Hellcat a nível oficial, ainda não disponibilizou os números finais.

Os rumores apontam para algo a norte dos 600cv, e muitos especulam que ultrapassará inclusivamente os quase 650cv do Viper, e do seu massivo V10 de 8.4 litros atmosférico. De qualquer forma, o Hellcat já é o mais potente V8 alguma vez produzido pelo ex-grupo Chrysler, agora FCA.
Para lidar com todo este poderio, existirão duas opções no capítulo das transmissões. Uma transmissão manual de 6 velocidades e uma automática de 8 velocidades. Esta última será uma estreia nos Challenger SRT. Caberá a generosos pneus Pirelli PZero Nero passar toda esta força para o asfalto. O mais certo é serem consumidos como se fossem fast-food, em burnouts e mega-drifts. E refrear os ânimos, o sistema de travagem foi providenciado pela Brembo, com discos de 390mm à frente – os maiores discos de sempre, presentes num modelo preparado pela SRT.
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Visualmente distinguir-se-á dos outros Challenger graças ao novo capot – semelhante ao do Viper na forma como estão distribuídas a entrada e extractores de ar – à frente com tratamento específico, indo ao pormenor de integrar numa das ópticas do lado do condutor uma entrada de ar denominada Air Catcher, que direcciona ar directamente para o compressor com efeito ram-air. Frente e traseira são adornados com splitter e spoiler exclusivos, de maiores dimensões, reduzindo lift e potenciando o downforce .

Assumidamente retro, mas a evocação a tempos idos fica-se pelo estilo. Com o restyling, o Challenger é decididamente um muscle-car do séc. XXI, ao apresentar múltiplas configurações possíveis, com o seu possuidor a poder alterar pârametros na direcção, suspensão, sistema de tracção e até a potência disponível ao pressionar do acelerador. Não é inédito, mas não deixa de ser incomum, o Hellcat virá com duas chaves.
A chave vermelha libertará toda a fúria do Hellcat, com o motor a dar tudo o que tem para dar. A segunda chave, de cor preta, limitará potência e binário que o V8 fornecerá. Existirá ainda um modo Vallet, ou seja, para quando entregamos o carro a um arrumador, que castrará ainda mais o coração do Challenger SRT Hellcat.

Começará a ser produzido no último quadrimestre do ano, mas dificilmente o veremos deste lado do Atlântico. A renovação do Ford Mustang tornou-o num produto global pela primeira vez na sua história. Talvez a próxima geração do Challenger possa seguir o mesmo rumo. Prevista para 2018, segundo o plano da FCA, e muito provavelmente com uma variante da plataforma Giorgio, que alimentará a futura gama da Alfa Romeo, a Europa possa ter mais um possante representante dos fascinantes muscle-cars.

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