Ensaio O Mazda CX-30 ganhou um sistema mild-hybrid. Que mais valias traz?

Desde 33 474 euros

O Mazda CX-30 ganhou um sistema mild-hybrid. Que mais valias traz?

O Mazda CX-30 foi atualizado destacando-se a adoção de um sistema mild-hybrid, sempre em conjugação com um, hoje incomum, motor atmosférico.

Mazda CX-30 E-Skyactiv G
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

A atualização do Mazda CX-30 trouxe com ela a adoção de um sistema mild-hybrid 24 V, que promete emissões inferiores (oficialmente baixaram das 141 g/km para as 134 g/km). No entanto, mantém-se o incomum, nos dias de hoje, motor a gasolina atmosférico, que passa a denominar-se e-Skyactiv G (ganhou o prefixo “e-“), aludindo à sua (tímida) eletrificação.

No que toca a motorizações a Mazda continua a marcar o seu próprio ritmo. Enquanto a maioria dos construtores tem apostado e continua a apostar no downsizing e nos motores turbo, a marca nipónica mantém-se fiel aos motores atmosféricos com a “capacidade correta” (rightsizing).

No caso deste CX-30, isso significa um quatro cilindros em linha de 2,0 l atmosférico, aqui com 150 cv — as mesmas especificações do CX-30 Skyactiv G que o Fernando Gomes testou há uns tempos —, associado à excelente caixa manual. Será que o sistema mild-hybrid trouxe mais valias?

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Mazda CX-30 E SkyactivG
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

O mesmo de sempre

Já nosso “velho conhecido”, o Mazda CX-30 mantém intactas todas as qualidades que lhe são reconhecidas. O interior apresenta uma robustez assinalável, materiais na sua maioria em paridade em termos de agradabilidade aos das propostas premium e uma ergonomia à prova de críticas (o comando rotativo para navegar pelos menus do sistema de infoentretenimento, cujo ecrã não é tátil, é uma mais valia).

No campo da habitabilidade, apesar de não ser referencial, o CX-30 tem argumentos para se estabelecer como a proposta mais familiar da Mazda no segmento C. A bagageira com 430 litros de capacidade responde bem às necessidades familiares e o espaço atrás é mais do que suficiente para dois adultos viajarem com conforto.

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Dinâmica à prova de críticas

Tal como o interior, também o comportamento dinâmico do Mazda CX-30 continua a merecer elogios. A direção é precisa e direta, e o CX-30 presenteia o condutor com uma assumida agilidade e notáveis níveis de controlo, progressividade e precisão que tornam a sua condução fácil e, acima de tudo, muito agradável.

A relação entre conforto e comportamento é bem assegurada por uma suspensão que sabe beneficiar ambos sem prejudicar nenhum e o tato dos comandos recorda-nos o porquê de os modelos nipónicos serem largas vezes elogiados neste campo: tudo é preciso, oleado e tem um tato mecânico do qual, numa era de digitalização, começamos a ter saudades.

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Quanto à motorização, devo admitir-vos que a adição do sistema mild-hybrid vai passar despercebida à larga maioria dos condutores (a não ser que comecem a “vasculhar” nos menus do sistema de infoentretenimento). Suave e progressivo, este 2.0 e-Skyactiv G relembra-nos as razões pelas quais os motores atmosféricos foram, durante largos anos, os “reis”.

Os 150 cv surgem às 6000 rpm, e os 213 Nm de binário aparecem às 4000 rpm — bem mais acima do que nos mais comuns motores turbo —, fazendo com que acabemos por “esticar” mais as (longas) relações da caixa manual de seis velocidades cujo acionamento dá gosto (o curso é curto e o tato agradável). Tudo isto seria, à partida, uma “receita” para consumos elevados, mas não só o e-Skyactiv G é comedido no apetite, como as mais valias do sistema mild-hybrid evidenciam-no ainda mais.

Mazda CX-30 E SkyactivG
As jantes de 18” não prejudicam o conforto. © Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Em estrada as relações longas e o sistema de desativação de cilindros permitem-nos médias na casa dos 4,9 a 5,2 l/100 km. Já em cidade, o sistema mild-hybrid é chamado a intervir mais frequentemente, ajudando a reduzir o trabalho do motor nas acelerações e arranques.

Graças ao sistema, em cidade registei consumos que não foram além dos 7,5 a 8 l/100 km — aproximadamente meio litro a menos do que no Mazda CX-30 com o mesmo motor sem o sistema mild-hybrid.

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O sistema mild-hybrid consiste num motor-gerador elétrico, acionado por correia, numa bateria de iões de lítio de 24 V, sendo capaz de recuperar energia quando o veículo está em desaceleração. Não só assiste o motor térmico nos arranques, como providencia um funcionamento otimizado do sistema stop-start, conseguindo dessa forma, reduzir os consumos e emissões.

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Não é o sistema mild-hybrid que vai transformar drasticamente o Mazda CX-30 enquanto proposta. O que este vem fazer é reforçar os argumentos de um modelo ao qual não os faltavam.

Mazda CX-30 e-Skyactiv G
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

Com um maior foco no estilo do que na versatilidade, uma qualidade assinalável e um motor que é um lembrete de que a combustão ainda tem argumentos, o Mazda CX-30 continua a perfilar-se como uma proposta a ter em conta para quem procura um modelo com uma qualidade em paridade com propostas ditas premium, valoriza uma estética distinta e elegante (sem “gritar”), e não abdica de uma das experiência de condução mais interessantes do segmento.

O Mazda CX-30 ganhou um sistema mild-hybrid. Que mais valias traz?

Mazda CX-30 2.0 e-Skyactiv G (150 cv) 2WD Evolve + Pack i-Active + Pack Sport

8/10

O Mazda CX-30 continua a merecer os elogios que lhe fomos tecendo ao longo dos vários contactos que tivemos com ele. Desde o estilo dinâmico, mas ao mesmo tempo elegante e distinto, à dinâmica de referência ou à qualidade (dos materiais e montagem) à prova de críticas, até a uma completa oferta de equipamento, o CX-30 é "orgulhosamente diferente", continuando a "fugir" aos turbos — neste caso, podemos dizer que ainda bem que é assim —, mas aqui dá os primeiros passos rumo à eletrificação. O sistema mild-hybrid passa despercebido em utilização, não alterando em nada a essência do CX-30, mas também não o prejudica em nada — até ajudará a contribuir para uma "gula" mais contida.

Prós

  • Relação preço/equipamento
  • Qualidade geral
  • Comportamento dinâmico
  • Conjunto motor/caixa
  • Consumos melhorados face à versão anterior

Contras

  • Visibilidade traseira
  • Habitabilidade e bagageira abaixo da média do segmento
  • Caixa com escalonamento longo

Versão base:€33.484

IUC: €204

Classificação Euro NCAP: 5/5

€34.134

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura:4 cil. em linha
  • Capacidade: 1998 cm3 cm³
  • Posição:Dianteira Transversal
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válvulas por cilindro
  • Potência: 150 cv às 6000 rpm
  • Binário: 213 Nm às 4000 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de 6 relações

  • Largura: 4395 mm
  • Comprimento: 1795 mm
  • Altura: 1540 mm
  • Distância entre os eixos: 2655 mm
  • Bagageira: 430 litros
  • Jantes / Pneus: 215/55 R18
  • Peso: 1443-1542 kg

  • Média de consumo: 5,9 l/100 km
  • Emissões CO2: 134 g/km
  • Velocidade máxima: 198 km/h
  • Aceleração máxima: >8,8s

    Tem:

    • Adaptive LED Headlights
    • Faróis traseiros de LED
    • Retrovisores exteriores com rebatimento automático, ajustáveis e aquecidos
    • Assistente de subidas (HHA)
    • Ecrã central TFT de 8,8"
    • Volante e manete de mudanças em pele
    • Ar Condicionado Automático
    • Apoio de Braço Central
    • Head-up display
    • Monitor Pressão dos Pneus
    • Apoio Inteligente à travagem em cidade com deteção de peões
    • Detetor de ângulo morto com alerta de tráfego traseiro
    • Alerta de atenção do condutor
    • Reconhecimento de sinais de trânsito
    • Aviso de saída de faixa e assistente de posição na faixa
    • Cruise control adaptativo
    • Sensores de luz e chuva
    • Máximos automáticos
    • Camara traseira,
    • Sensores estacionamento frontais
    • Vidros traseiros escurecidos
    • Luzes diurnas em LED
    • Bagageira eléctrica

Azul Crystal — 650 euros.

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