Primeiro Contacto FIAT Grande Panda Hybrid é melhor que o elétrico por dois motivos

Desde 18 600 euros

FIAT Grande Panda Hybrid é melhor que o elétrico por dois motivos

A versão híbrida do FIAT Grande Panda traz muito espaço e um preço abaixo dos 20 mil euros, pronto para agitar o segmento.

FIAT Grande Panda Hybrid Icon

Primeiras impressões

8/10

O Grande Panda marca o regresso da FIAT ao segmento B (utilitários) e é um regresso… em “Grande”.

Prós

  • Preço
  • Espaço a bordo
  • Sistema híbrido

Contras

  • Materiais no interior duros
  • Suspensão traseira em pisos irregulares

A FIAT esteve sete anos sem um carro no segmento B europeu, desde o fim do Grande Punto em 2018. Uma ausência penosa para uma marca cujo maior volume de vendas está precisamente nos segmentos de mercado mais baixos.

O Grande Panda vem colmatar essa lacuna e é o primeiro da FIAT feito com base na plataforma Smart Car da Stellantis, já usada nos Citroën C3 e no Opel Frontera. As motorizações são as mesmas: elétrica com 113 cv e híbrida a gasolina com 110 cv.

Já testámos o Grande Panda elétrico — veja ou reveja o nosso teste em vídeo —, que deixou muito boas impressões, mas o Hybrid é mais barato e a ausência de uma bateria no piso do veículo teve consequências… positivas. Nas próximas linhas, explicamos-lhe tudo.

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A maior bagageira da classe

Por dentro, o espaço é generoso: ideal para quatro adultos e uma criança. A altura interior é boa (quatro dedos entre a cabeça e o teto, para passageiros com 1,80 m) e espaço decente para pernas.

Fiat Grande Panda Hybrid - assentos traseiros
© FIAT Em largura e altura, o Grande Panda Hybrid está entre os mais espaçosos do segmento. O túnel central é algo largo, mas pouco intrusivo.

Quando comparado com o FIAT Grande Panda elétrico, o híbrido oferece mais altura ao solo (mais 2,2 cm) e uma posição de pernas mais natural (piso mais baixo), graças à ausência da bateria no piso. A visibilidade é ampla e os bancos traseiros mais elevados que os dianteiros proporciona uma sensação de anfiteatro.

A bagageira é a maior do segmento com 412 litros (mais 50 litros que no elétrico), podendo chegar aos 1366 litros com os bancos traseiros rebatidos. A geometria quadrada da carroçaria favorece a utilização do espaço interior, apesar de haver degraus entre os planos de carga e de entrada.

Simplicidade digital

A bordo, os designers tiveram o cuidado de tornar este espaço na solução mais alegre possível. Há detalhes coloridos nas saídas de ar e nas costuras dos bancos.

O painel digital de 10″ e o ecrã central de 10,25″ estão inseridos numa moldura que replica a forma oval da centenária pista de testes da fábrica de Lingotto, não faltando sequer um pequeno carro, que parece estar a dar voltas à pista. O sistema de climatização tem comandos físicos e há carregamento e espelhamento sem fios para smartphones compatíveis.

Fiat Grande Panda Hybrid - interior
© FIAT

O seletor de transmissão é partilhado com outros modelos da Stellantis. O interior usa plásticos rijos, mas a montagem é sólida.

A tampa do porta-luvas cai em vez de descer suavemente (comum neste segmento), mas há um segundo compartimento superior, que pode ser revestido com tecido à base de fibras de bambu — numa alusão simpática ao alimento do urso panda. Uma solução possível graças ao reposicionamento do airbag.

Fiat Grande Panda Hybrid - consola central
© FIAT

Dinâmica aprovada

Esta versão híbrida suave junta um motor elétrico de 29 cv (55 Nm), instalado dentro da caixa de seis velocidades (dupla embraiagem), com um bloco de 1,2 litros e três cilindros, com turbo (101 cv e 205 Nm). Em conjunto, o rendimento máximo é de 110 cv, mas o binário máximo combinado não foi anunciado. Este é o mesmo sistema já existente em modelos como o Citroën C3, o Jeep Avenger ou o Opel Frontera.

Em estrada, o FIAT Grande Panda Hybrid mostrou-se equilibrado. O conforto não atinge o nível do ë-C3, que usa batentes hidráulicos, mas há um bom compromisso entre estabilidade e conforto. O eixo traseiro semirrígido limita a absorção dos buracos mais pronunciados, mas o comportamento é mais suave do que no elétrico, que sofre com o peso da bateria.

Fiat Grande Panda Hybrid - Joaquim Oliveira ao volante
© FIAT

Este conteúdo tem o apoio da BP. Saiba quanto pode poupar se abastecer com a BP.

A direção tem o peso certo para cidade, ainda que com três voltas entre batentes, o que exige mais trabalho de braços em manobras apertadas. A travagem destaca-se pela progressividade desde o início do curso do pedal.

Nas retomas, o apoio do motor elétrico compensa a resposta mais tímida do motor térmico a baixos regimes (funciona em ciclo Miller, privilegiando a eficiência). Os 10s dos 0 aos 100 km/h melhoram o tempo do elétrico e a velocidade máxima de 160 km/h também é superior.

Pode circular em modo elétrico apenas em curtas distâncias, com a ajuda da eletricidade regenerada nos momentos de travagem e desaceleração, mas a capacidade da bateria é de apenas 0,8 kWh — 50 vezes menos que a do Grande Panda elétrico.

Não há modos de condução, mas existe um modo “L” na caixa que a torna mais responsiva nas reduções. Sem patilhas ou comando manual, esta função pode ter um efeito de travão-motor em descidas mais exigentes.

A caixa e-DCT merece destaque pela suavidade nas transições entre os modos térmico e elétrico, sem perdas de binário nas passagens. A bateria de 48 V alimenta também os sistemas de conforto e segurança.

Fiat Grande Panda Hybrid - painel de instrumentos
© FIAT Os consumos obtidos — 7,2 l/100 num trajeto misto de 156 km —, tendo em conta a condução mais “viva” efetuada que o habitual.

Quanto a consumos, num percurso de 156 km com uma condução mais “viva” do que o habitual, a média foi de 7,2 l/100 km — acima dos 5,1 l/100 km oficiais, mas ainda aceitável neste tipo de primeiros contactos. Teremos de aguardar por um teste mais prolongado em Portugal para obter consumos noutros contextos.

Hybrid é apenas o início

A versão Hybrid do FIAT Grande Panda é a primeira a chegar ao mercado, com um preço base de 18 600 euros no caso da versão Pop, 20 100 euros para o Icon que aqui lhe apresentamos e 22 600 para a opção mais equipada de todas, o La Prima.

Fiat Grande Panda Hybrid - 3/4 de traseira
© FIAT

Mais perto do final do ano chega o Grande Panda unicamente a gasolina e com caixa manual, que terá um preço de acesso à gama mais apelativo, a bater nos 15 000 euros.

Além desse, mais tarde, também vamos receber o 4×4 — revelado recentemente como concept car —, que será a versão mais cara com motor de combustão, mas ainda assim, com preços abaixo da versão 100% elétrica.

Veredito

FIAT Grande Panda Hybrid Icon

Primeiras impressões

8/10
Com visual marcante, espaço generoso e um sistema híbrido suave e eficaz, o FIAT Grande Panda Hybrid destaca-se pela versatilidade e preço competitivo. A bagageira é líder na classe e a posição de condução elevada agrada em cidade. Fica a faltar maior refinamento em alguns materiais e a suspensão traseira poderia ser mais eficaz em pisos irregulares. Ainda assim, uma proposta equilibrada e bem posicionada para quem procura simplicidade com eficiência.

Especificações técnicas

FIAT Grande Panda Hybrid
Motor (combustão)
Arquitetura3 cilindros em linha
PosicionamentoDianteiro, transversal
Capacidade1199 cm3
Distribuição2 a.c.c. / 4 válv. por cilindro (12 válv.)
AlimentaçãoInjeção direta com turbo de geometria variável e intercooler
Potência101 cv às 5500 rpm
Binário205 Nm a partir das 1750 rpm
Motor (elétrico)
Potência21 kW (29 cv)
Binário55 Nm
BateriaIões de lítio
Capacidade0,88 kWh
Rendimento total sistema110 cv
Transmissão
TraçãoDianteira
Caixa de velocidadesAutomática de 6 vel com dupla embraiagem
Chassis
SuspensãoFR: Independente, MacPherson
TR: Eixo de torção
TravõesFR: Discos ventilados
TR: Discos
DireçãoAssistência eletricamente
Dimensões e Capacidades
Comp. x Larg. x Alt.3999 mm x 1763 mm x 1586 mm
Distância entre eixos2540 mm
Altura ao solo182 mm
Capacidade da mala412-1366 l
Capacidade do depósito44 l
Pneus205/60 R16
Peso1402 kg
Prestações e consumos
Velocidade máxima160 km/h
0-100 km/h10s
Consumo misto5,1 l/100 km
Emissões de CO2117 g/km