O avião elétrico mais rápido do mundo tem cortiça portuguesa. Porquê?

A influência portuguesa faz-se sentir nas mais diversas áreas, mas ainda assim, foi com alguma surpresa que descobrimos que o “Spirit of Innovation“, o primeiro avião elétrico da Rolls-Royce, faz uso de cortiça portuguesa, da Corticeira Amorim

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O “Spirit of Innovation” é oficialmente o veículo 100% elétrico mais rápido do mundo, tendo atingindo as 387,4 milhas por hora, o mesmo que 623,45 km/h, durante voos de teste efetuados em novembro do ano passado.

Um feito conseguido graças ao motor elétrico de 400 kW, o equivalente a 544 cv de potência, que aciona uma hélice montada na dianteira.

O recorde de velocidade e mais outros três recordes conseguidos por esta aeronave 100% elétrica, apesar de conseguidos em 2021, só foram oficialmente verificados pela Federação Aeronáutica Internacional em janeiro de 2022.

Usa cortiça para quê?

Responsável pelo desenvolvimento do sistema de propulsão e pela bateria do “Spirit of Innovaion”, a Electroflight deparou-se com um problema: precisava de um material para a caixa da bateria que fosse estruturalmente robusto, leve e extremamente resistente ao fogo.

Para proteger a bateria com 6480 células que alimenta o sistema elétrico de 750 V, a Electroflight «virou-se» para os aglomerados de cortiçada Amorim Cork Composites, uma unidade de negócio da Corticeira Amorim que desenvolve produtos, soluções e aplicações para algumas das indústrias mais sofisticadas do mundo.

Para desenvolver uma solução à altura de uma máquina única como o “Spirit of Innovation” a Electroflight e a Amorim Cork Composites trabalharam em conjunto. O resultado final foi uma invenção única, já patenteada, que tem como principal destaque o facto de ser produzida com recurso a cortiça nacional, um material natural e sustentável.

Acerca deste projeto, António Rios de Amorim, presidente e diretor executivo da Corticeira Amorim afirmou: “Tem sido uma honra trabalhar com empresas de classe mundial (…) para progredir ainda mais no caminho para a descarbonização da aviação. O facto de termos criado uma nova solução que agora pode ajudar outros nesse caminho é extremamente gratificante”.

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Já Douglas Campbell, diretor técnico da Electroflight, relembrou: “A caixa da bateria foi uma peça de engenharia extremamente desafiante, pois todo a cadeia cinemática está conectada à frente da aeronave”.

A isto, Campbell acrescentou: “a caixa da bateria está, portanto, a fazer um trabalho extremamente importante, não fornecendo apenas contenção no caso de um incêndio na bateria, mas também a manter a frente da aeronave conectada à estrutura da fuselagem. Além disso, tivemos que manter o peso no mínimo absoluto e garantir que o produto usado para a caixa da bateria fosse altamente resistente ao fogo”.

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