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ACEA está “muito preocupada” com a oferta de carregadores na UE

A relação entre carros elétricos e postos de carregamento, segundo a ACEA, continua muito distorcida e com clara vantagem para os automóveis.

Posto de carregamento

De acordo com um relatório apresentado pela ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis), o ritmo de construção e instalação de pontos de carregamento na UE (União Europeia) não tem conseguido acompanhar as vendas de veículos elétricos.

Segundo a ACEA, o facto de a rede de carregamento estar ainda muito abaixo do que seria ideal, continua a ser uma das maiores dificuldades na adoção de veículos elétricos.

Apenas nos últimos cinco anos, a venda de elétricos na UE cresceu três vezes mais rápido do que a instalação de pontos de carregamento, de acordo com o mesmo relatório.

BMW i4 xDrive 40 dianteira 3/4
© BMW BMW i4 xDrive 40

Assim, e de acordo com estimativas do setor, a UE precisa de oito vezes mais pontos de carregamento instalados anualmente até 2030.

“Precisamos da adoção em massa de carros elétricos em todos os países da UE se queremos alcançar as ambiciosas metas de redução de CO2 da Europa. Isto não vai acontecer sem a ampla disponibilidade de infraestrutura de carregamento público em toda a região.”

Sigrid de Vries, diretora geral da ACEA

UE está a ficar para trás

Em 2023, foram instalados cerca de 150 mil pontos de carregamento na UE — o que equivale, em média, a menos de três mil por semana. Ou seja, atualmente, na UE apenas temos disponíveis 630 mil postos de carregamento públicos.

De acordo com a Comissão Europeia (CE), até 2030, deviam ser instalados 3,5 milhões de postos de carregamento, porém, para atingir este objetivo, é necessário que sejam construídos, anualmente, 410 mil pontos de carregamento públicos (cerca de oito mil por semana). O que equivale a quase três vezes mais do que aquilo que foi construído em 2023.

A ACEA demonstrou a sua preocupação com o facto da “instalação de infraestruturas não acompanhar o ritmo das vendas de automóveis elétricos”, reforçando que este «défice» “corre o risco de se agravar no futuro”.

Ficou alarmado? Bem, o caso piora ainda mais. Enquanto a CE prevê que em 2030 circulem na estradas europeias 30 mil veículos elétricos, a ACEA prevê mais do dobro: cerca de 65 mil (Strategy & Fraunhofer ISI).

O que, de acordo com estimativas feitas pela ACEA, resulta na necessidade de instalar cerca de 8,8 milhões de pontos de carregamento até 2030 — quase três vezes mais do que o número previsto pela CE.

carregamento ford explorer
© Ford

Desta forma, será necessário instalar 1,2 milhões postos de carregamento por ano, ou seja, cerca de 22 mil por semana. Em suma, oito vezes mais do que o que foi produzido no ano passado.

A diferença entre os números da CE e da ACEA justificam-se, porque, enquanto a primeira contabiliza apenas os veículos elétricos a bateria, a segunda também inclui os veículos comerciais ligeiros e os híbridos plug-in.

O cenário atual

Hoje em dia, de acordo com a ACEA, encontram-se em circulação cerca de três milhões de carros elétricos nas estradas europeias. E, enquanto alguns países têm conseguido acompanhar o ritmo de venda dos elétricos, a realidade é que grande parte destes têm ficado para trás.

Grande parte dos pontos de carregamento da UE — cerca de 61% —, encontram-se localizados nos Países Baixos, em França e na Alemanha. Os outros 39%, estão distríbuidos pelos restantes 24 países-membros.

“Os investimentos em infraestruturas públicas de carregamento devem ser urgentemente aumentados se quisermos cumprir os objectivos climáticos.”

Sigrid de Vries, diretora geral da ACEA

O número de pontos de carregamento é algo que influencia diretamente a compra e a procura de automóveis elétricos. Sendo que, nos países onde a infraestrutura de carregamento é mais completa, a procura por elétricos também é mais elevada.

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