Notícias Nenhum automóvel conduz sozinho. É isto que acontece quando insistimos

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Nenhum automóvel conduz sozinho. É isto que acontece quando insistimos

Estamos a atravessar uma fase cinzenta na indústria automóvel. Os automóveis ainda não estão preparados para assumir o controlo, e nós ainda não estamos preparados para largar o volante. Mas ambas as partes estão com pressa… demasiada pressa.

Imprudência. Eventualmente a principal causa dos acidentes rodoviários. Os automóveis estão cada vez mais seguros mas infelizmente nós estamos cada vez mais imprudentes. Ou pelo menos, tão imprudentes como sempre…

Os sistemas de segurança ativa ainda não evoluíram o suficiente para assumirem as despesas de uma viagem e nós teimamos em largar o volante.

Há seis níveis de condução autónoma — podes conhecer as diferenças entre eles neste artigo — e atualmente nenhum carro atinge um nível de condução autónoma a 100%. Os modelos com sistemas mais avançados anunciam nível 3 — seja por motivos legais, seja por motivos técnicos.

Imprudência e demasiada confiança

O nível de ajudas ativas à condução está num nível tão elevado que há marcas, como a Tesla, que apelidam o seus sistemas de apoio à condução de Autopilot — ou em português “piloto automático”.

Um nome demasiado ambicioso, mesmo tendo em consideração as capacidades do sistema.

Resultado? Apesar das várias advertências e dos avisos no painel de instrumentos, os condutores continuam a tentar a sua «sorte» em autoestrada. O problema é quando acontece um imprevisto.

Nenhum automóvel está apto para assumir a 100% a condução. E esta confiança «cega» nos sistemas de apoio à condução pode vir a ter um efeito perverso que é provocar acidentes que de outra forma deviam ser evitados.

De todas as marcas — porque todas as marcas padecem deste problema — a que vai mais longe é sem dúvida a Tesla, ao permitir que o condutor não tenha contacto nenhum com o volante durante um período de tempo mais extenso. Foram reportados uma série de acidentes com veículos Tesla nos últimos meses, e constatou-se que em todos eles o AutoPilot estava ativo.

 O feitiço virou-se contra o feiticeiro…

O problema somos nós

Os sistemas não estão preparados para a condução autónoma e nós temos demasiada confiança neles. Estamos a delegar demasiado cedo responsabilidades nos automóveis que eles não estão preparados para assumir. Estamos a transformar uma vantagem num problema? Muito provavelmente sim.

Mais! Com ou sem sistemas de apoio à condução, há quem confie demasiado na sorte. Basta vermos o número de condutores que diariamente trocam SMS e publicações nas redes sociais pela atenção à estrada. Mas isso é tema para outro artigo…