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China e UE mais longe de acabar com tarifas. Afinal o que se passa?

A União Europeia e a China terminaram praticamente a fase técnica das negociações, mas o impasse político mantém as tarifas longe de acabarem.

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O caso está complicado. As negociações entre a União Europeia (UE) e a China relativamente às tarifas de até 45,3% aos automóveis elétricos produzidos na China poderão estar longe de terminar.

Ao contrário do que chegou a ser noticiado no início do mês passado, as perspectivas de um entendimento rápido parecem agora cada vez mais frágeis.

Segundo alguns meios de comunicação estatais chineses, a fase técnica das negociações estará praticamente concluída. O que falta, dizem, é a vontade política do lado europeu — um obstáculo que se tem revelado difícil de ultrapassar.

O Dongfeng Box é um dos modelos elétricos chineses que já se encontra em Portugal.

Clima diplomático deteriora-se

A tensão cresce a poucos dias da cimeira UE-China, que acontece no final deste mês em Pequim, e que assinala os 50 anos de relações diplomáticas entre as duas potências comerciais.

O momento, que podia servir de palco para uma aproximação, surge agora envolto num ambiente particularmente delicado.

Após encontros com Wang Yi, ministro dos negócios estrangeiros da China, tanto Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, como Kaja Kallas, responsável pelos Negócios Estrangeiros da UE, fizeram duras críticas à atuação da China relativamente ao apoio legado à Rússia, à limitação do acesso ao mercado chinês por empresas europeias e até ao excesso de produção chinesa que chega à Europa a preços muito abaixo da média.

Além disto, desde o final do mês passado, que a UE aprovou medidas que limitam a participação de empresas e produtos chineses nos concursos públicos europeus de fornecimento de dispositivos médicos.

Pequim não ficou indiferente. Em resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou restrições à compra de equipamentos médicos europeus por parte do Estado, num claro sinal de retaliação económica.

Com esta escalada, as hipóteses de um entendimento rápido entre a UE e a China em torno das tarifas aplicadas aos automóveis elétricos produzidos no gigante asiático parecem estar a esmorecer.

Pequim poderá fazer cedências

Ainda assim, a China tem procurado sinais de abertura. Depois de Bruxelas avançar com as tarifas sobre os elétricos, Pequim respondeu com tarifas antidumping de até 34,9% sobre o brandy europeu. Mas isentou temporariamente os grandes produtores de conhaque, caso aceitassem cumprir um preço mínimo de exportação, que não foi revelado publicamente.

Durante a sua visita à Europa, Wang Yi fez várias tentativas para aliviar a tensão. Um dos gestos mais significativos foi a garantia de que as exportações chinesas de terras raras, essenciais para a produção de veículos elétricos, baterias e tecnologia de ponta, continuariam a chegar à Europa. Mas com uma condição: as empresas europeias têm de cumprir os regulamentos de controlo e licenciamento definidos por Pequim.

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