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Tampão chinês nas terras raras já parou fábricas e há mais em risco

A dependência da Europa face às terras raras chinesas deixou de ser apenas uma vulnerabilidade estratégica, tornou-se um problema real.

linha de produção opel astra
© Opel

As restrições impostas pela China à exportação de terras raras começam a impactar a indústria automóvel e de componentes na Europa e noutras partes do mundo. Com várias linhas de produção de componentes suspensas e construtores a procurar alternativas, cresce a preocupação com uma eventual escassez prolongada destes materiais críticos.

As terras raras são indispensáveis para a produção de motores — tanto de combustão como elétricos — e para múltiplos componentes eletrónicos. A China controla cerca de 70% da produção mundial destes elementos e 90% da sua capacidade de refinação, o que lhe confere um papel dominante na cadeia de abastecimento global.

Mercedes-Benz EQS 2024
© Mercedes-Benz (Mercedes-Benz EQS) Os elementos de terras raras são utilizados na produção de veículos elétricos, mas não só.

Entre os construtores automóveis que já adotaram medidas preventivas estão a Mercedes-Benz, BMW, Volkswagen, Ford e Suzuki, todos a tentar mitigar os efeitos de uma possível rutura no fornecimento.

“Isto está a sobrecarregar um sistema que estava altamente organizado”, disse Sherry House, diretora financeira da Ford, à UBS.

Para contexto, desde o início de abril que centenas de pedidos de licenças de exportação foram submetidos às autoridades chinesas, mas apenas cerca de um quarto terá sido aprovado.

“Os nossos fornecedores estão a trabalhar continuamente com os nossos sub-fornecedores para obter as licenças de exportação necessárias”, disse um porta-voz da Volkswagen à Automotive News Europe.

Também a Mercedes-Benz revelou estar a coordenar-se com fornecedores de vários níveis (Tier 1, 2 e 3) para criar reservas estratégicas de terras raras. Apesar disso, o chefe de produção, Joerg Burzer, afirmou que ainda não foram sentidos impactos diretos na produção da marca.

A BMW, por seu lado, avançou que as suas fábricas continuam a operar normalmente, no entanto já existem sinais de pressão em pontos críticos da cadeia de fornecimento.

Suzuki: primeira a parar

A Suzuki tornou-se o primeiro construtor japonês a ser diretamente afetado pelas restrições. A marca suspendeu a produção do Swift (excluindo o Swift Sport) desde o dia 26 de maio, citando a falta de componentes. Relembramos que o Swift integra apenas a forma mais suave de eletrificação: mild-hybrid.

A retoma parcial da produção na fábrica de Sagara, no Japão, está agora agendada para 13 de junho, com o reinício total previsto para depois do dia 16 de junho. Apesar de confirmar a paragem, a marca recusou comentar os motivos específicos da suspensão.

CLEPA (Associação Europeia de Fornecedores Automóveis) recentemente lançou um apelo à União Europeia e à China para entrarem em consenso relativamente às exportações de elementos de terras raras, sobre o risco de haver “consequências ainda mais severas nos próximos tempos”.

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