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Caixa manual em vias de extinção? Não nestes países

A caixa manual tem perdido progressivamente protagonismo, mas há mercados onde ainda continua a ser a opção mais vendida. Descubra quais.

Honda Civic Type R

Durante muito tempo, a caixa manual era a escolha óbvia dos condutores… e também a melhor. A alternativa automática, no geral, deixava a desejar em rapidez de atuação ou no gasto de combustível.

Hoje, o cenário mudou. As caixas automáticas deram, sobretudo este século, um salto substancial em suavidade, rapidez e até economia, e com a eletrificação parcial (híbridos) são a opção escolhida por defeito pelos fabricantes.

O futuro das caixas manuais é, por isso, incerto. Ainda assim, há mercados onde resistem e mantém um papel de destaque na escolha dos automobilistas. A justificação é simples: continuam a equipar as versões mais baratas de muitos modelos. Por outro lado, estão também a ressurgir em carros de alta performance, por entregarem uma experiência de condução mais analógica e interativa.

Honda Civic Type R - 3/4 de frente em pista
© Honda O Honda Civic Type R foi o modelo com caixa manual mais vendido nos Estados Unidos em 2024, com 17 424 unidades comercializadas.

É o que podemos observar, por exemplo, nos EUA. Ironicamente, no país onde as caixas automáticas dominam há muitas décadas, é onde o número de veículos com esta transmissão tem aumentado mais nos últimos anos. E são os mais jovens que estão a optar por elas, comprometendo-se em preservar a «arte» de trocar relações manualmente — #SaveTheManuals.

Na Europa, esta solução mantém-se particularmente forte, representando cerca de metade das vendas. Basta reparar que entre os 10 carros mais vendidos na Europa estão vários utilitários e SUV pequenos que equipam caixas manuais em várias versões. Ficam alguns exemplos onde as caixas manuais são as rainhas.

. Mas, segundo a Jalopnik, não é só no «velho continente» que a caixa manual continua a «reinar». Eis alguns exemplos de mercados onde ainda mantém a sua relevância.

Itália

Itália é o país europeu com a maior quota de mercado para caixas manuais: 72%. A resistência italiana à adoção de caixas automáticas deve-se, fundamentalmente, ao seu preço mais elevado e à dificuldade de conseguirem a mesma economia de combustível do que uma manual. Mesmo que no papel diga que a automática é mais económica

FIAT Panda Pandina dianteira 3/4
© FIAT O Fiat Panda é o carro mais vendido em Itália e foi o 19.º na Europa durante o primeiro semestre de 2025, com 70 737 unidades comercializadas.

Além disso, olhando para os modelos mais vendidos do mercado, o FIAT Panda é o preferido dos italianos. Em 2024 foram vendidas cerca de 100 mil unidades do citadino, equipado com o motor a gasolina mild-hybrid de 1,0 litros e três cilindros.

China

A China não é apenas o maior mercado automóvel do mundo, mas também aquele onde a eletrificação mais tem avançado. Isto faz com que os modelos com transmissão ou caixa de velocidade automática sejam cada vez mais comuns.

Volkswagen Lavida, frente 3/4
Os elétricos e híbridos já representam mais de 50% das vendas na China, mas ainda há modelos como o Volkswagen Lavida entre os mais vendidos que, nas versões mais baratas, disponibilizam uma caixa manual.

Mas, surpreendentemente, segundo a Organização Internacional de Fabricantes de Veículos Automóveis (OICA), cerca de 75% dos carros em circulação no país asiático continuam a ser manuais. É o equivalente a cerca de 290 milhões de automóveis.

Apesar dos híbridos e elétricos terem ganho popularidade nas grandes cidades, é no meio rural que as caixas manuais continuam a ser uma opção acessível e de baixa manutenção.

Outro dado curioso é a prioridade que a China ainda dá à aprendizagem da condução com caixa manual. Apesar de ser possível obter uma carta limitada à condução de veículos automáticos, muitos cidadãos preferem aprender a operar uma caixa manual.

A resposta a este desejo foi, entre outras, o BYD e3, um 100% elétrico que prescinde da caixa redutora e equipa antes uma caixa manual com uma embraiagem funcional e cinco relações.

Índia

A caixa automática chegou à Índia muito atrasada face ao resto do mundo. O primeiro modelo a equipá-la foi o Daewoo Cielo em 1995, apesar da Maruti ter tido essa opção em 1990, no 800, mas apenas para deficientes físicos.

Suzuki Wagon R de frente 3/4
© Suzuki Suzuki Wagon R, comercializado na Índia, é um dos modelos mais populares equipados com caixa manual

Apesar de terem estado a ganhar tração nos últimos anos, a caixa manual continua ainda a dominar. A razão é sobretudo o preço.

Tal como na Europa, os automáticos são vistos como uma opção premium, custando cerca de mais 80 mil rupias (aprox. 780 euros) do que as versões manuais. Um dos modelos mais populares é o Suzuki Wagon R que, em 2024, vendeu perto de 200 mil unidades.

África do Sul

A África do Sul é um dos países fora da Europa onde a caixa manual mantém um peso significativo. Nos últimos anos, cerca de metade dos veículos novos vendidos vieram equipados com esta transmissão.

Volkswagen Polo Vivo, frente
© Volkswagen Volkswagen Polo Vivo

O segmento de entrada de gama domina o mercado, o que torna os citadinos e utilitários nos modelos mais comercializados, geralmente com caixa manual de série.

Entre os veículos mais vendidos destaca-se o Volkswagen Polo Vivo, produzido em Kariega. Em 2024, foram vendidas cerca de 26 mil unidades que, de série, equipam um motor de 1,4 litros acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades.

A este juntam-se outros modelos de sucesso no país sul africano, como o Suzuki Swift e o Toyota Starlet — na realidade não é um Starlet ou sequer um Toyota —, também disponíveis com transmissão manual.

Brasil e Argentina

Na América do Sul, os dois países onde a caixa manual ainda domina são o Brasil e a Argentina, com mais de 60% dos carros em circulação equipados com este tipo de transmissão.

Em ambos os mercados, os modelos mais vendidos são da FIAT. Na Argentina, o modelo mais comercializado foi o Fiat Cronos — uma berlina compacta de três volumes —, enquanto no Brasil foi a pick-up Strada a dominar a tabela de vendas em 2024.

E tal como nos restantes países listados acima, o preço continua a ser o fator determinante. Por serem manuais, estes modelos são mecanicamente mais simples e económicos de produzir, refletindo-se no valor final para o consumidor.

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