Notícias Toyota e Hyundai não querem saber de híbridos plug-in com 200 km. O que está em causa?

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Toyota e Hyundai não querem saber de híbridos plug-in com 200 km. O que está em causa?

A Toyota e a Hyundai afirmam que os sistemas híbridos plug-in alcançaram um patamar "aceitável" e não compensa ir mais longe.

Toyota RAV4 2026 - 3/4 de frente
© Toyota

A Toyota e a Hyundai não estão interessadas em perseguir autonomias cada vez maiores com os híbridos plug-in, como se tem assistido noutros construtores. A principal razão está relacionada com os custos associados ao aumento da capacidade das baterias, revelaram os responsáveis da Toyota e da Hyundai durante o Automotive News Europe Congress, em Turim.

Este ano temos assistido a um aumento generalizado da autonomia elétrica dos novos híbridos plug-in que têm sido lançados na União Europeia. Esta tendência foi impulsionada pelas novas regras europeias de certificação (WLTP) dos híbridos plug-in, que refletem melhor a utilização real — na prática duplica os valores de CO2 anteriormente anunciados.

Para evitar isso, a maioria dos construtores optou por dar aos seus híbridos plug-in baterias de maior capacidade que teve consequência autonomias elétricas superiores, anulando o efeito das novas regras. Esses novos híbrídos plug-in já são testados, desde janeiro, de acordo com as novas regras. Os outros, que já estavam no mercado, vão ter de ficar em conformidade a partir de janeiro de 2026.

Hyundai Santa Fe em movimento, fora de estrada
© Hyundai O Hyundai Santa Fe PHEV anuncia uma autonomia elétrica de 54 km.

Contudo, para a Toyota, os híbridos plug-in (PHEV) com autonomias acima dos 100 km não são uma prioridade imediata. Andrea Carlucci, responsável de produto e marketing da Toyota Europe, considera que uma autonomia de 100 km representa um equilíbrio adequado entre custo e eficiência.

Atualmente, a Toyota oferece modelos PHEV com autonomias elétricas entre os 66 km (C-HR) e os 100 km (novo RAV4). Esta abordagem mais moderada não impediu que as vendas de híbridos plug-in da marca japonesa na Europa aumentassem 139% nos primeiros quatro meses de 2025 face ao ano anterior.

Tal como a Toyota, também a Hyundai opta por uma abordagem mais cautelosa. Xavier Martinet, diretor-executivo da Hyundai Europe, questiona até onde valerá a pena levar a complexidade e os custos adicionais de combinar dois motores e uma bateria de maior capacidade.

Este debate surge numa altura em que há marcas a apostar em PHEV com autonomias elétricas que superam os 100 km. A Audi, por exemplo, mais que duplicou a autonomia elétrica no novo Q3 para os 119 km — antes não ia além dos 58 km.

LYNK & CO 08 - 3/4 de traseira
© Lynk & Co O mais recente modelo da Lynk & Co, o 08, anuncia uma autonomia máxima em modo 100% elétrico de 200 km.

O Link & Co 08, revelado há poucos meses e que também vem para a Europa, é capaz de percorrer 200 km em modo 100% elétrico, graças a uma bateria com quase 40 kWh. Também a Volvo revelou para a China o XC70, que recorre à mesma tecnologia do Lynk & Co, anunciando também 200 km de autonomia elétrica.

Híbridos plug-in são solução transitória

Apesar do sucesso crescente dos modelos híbridos plug-in na Europa, tendo tomado o lugar, sobretudo nos segmentos mais altos, dos motores Diesel, continua a ser vista como uma tecnologia de transição.

É o que afirma Xavier Martinet, da Hyundai: “Híbridos plug-in (PHEV) e elétricos com extensor de autonomia (EREV) são tecnologias de transição, mas tentar fazê-los cada vez mais sofisticados, alongando a transição (para elétricos) torna-se complexo e caro. Onde é que nós paramos?”

O CEO da Hyundai Europe é da opinião que, devido às alterações regulamentares — regras vão voltar a mudar em 2028 — e ao aumento que se verifica nas vendas dos 100% elétricos, fará perder o interesse dos híbridos plug-in: “daqui a dois ou três anos será ainda menos interessante ter PHEV”, concluiu.

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