Ferrari com caixa manual? Tire o cavalinho da chuva

Durante a apresentação internacional do novo Ferrari Amalfi, os executivos da marca italiana responderam a várias perguntas e uma delas não podia ser mais clara: voltaremos a ver um Ferrari com caixa de velocidades manual?

A resposta surgiu por parte de Enrico Galliera, o diretor de marketing e operações comerciais da Ferrari, e surpreendeu: “Já temos caixas de velocidades manuais em muitos dos nossos automóveis clássicos. Quem quiser esse tipo de experiência, pode comprar e restaurar um dos nossos fantásticos clássicos e participar nos nossos eventos”.

Esta poderá ser, talvez, uma resposta meio inesperada e até algo insólita, mas Galliera não se ficou por aí: “nós temos essa opção e incentivamos os nossos clientes a descobrir a beleza de conduzir um clássico. Oferecemos o programa Corsa Piloti em carros clássicos porque muitas pessoas não sabem como conduzir um carro manual”.

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São mais raros, mas ainda há Ferrari com caixa de velocidades manual.

Onde? Quais?

Ainda assim, a marca italiana demonstrou que não é totalmente indiferente aos desejos dos seus clientes. A prova disso está no facto de, neste novo Ferrari Amalfi, terem sido abandonados os comandos táteis do volante e terem regressado os mais tradicionais botões.

Já no que diz respeito às caixas de velocidades, o mais provável é que estas não regressem à Ferrari, pelo menos, nos próximos tempos. Mas a explicação também é simples.

A marca deu o exemplo do Ferrari California, o último modelo da marca a ser equipado com uma caixa manual. Apesar de ter sido um dos Ferrari mais produzidos de todos os tempos, apenas três foram comprados com caixa manual. Todos as outros foram encomendados com a caixa de velocidades automática de dupla embraiagem, que também foi estreia na marca na altura.

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O mercado automóvel mudou muito nestes últimos anos e a conclusão que os executivos da Ferrari retiram é que não há procura.

Mas o que parece ser uma verdade para a Ferrari, não parece ser para outros construtores, que continuam a apostar na caixa manual, invocando uma experiência de condução mais pura e analógica.

Espécie em vias de extinção?

Se para a Ferrari este é um assunto do passado, para construtores como a Porsche, Aston Martin e os mais exclusivos Koenigsegg, Pagani ou GMA, ainda há espaço para as caixas manuais.

Quanto à Ferrari, caso deseje voltar a ouvir o som metálico do comando da caixa a passar pelas diversas posições da placa metálica com o duplo “H” esculpido, a única hipótese está, como disse o executivo da marca, no mercado de usados.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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