Têm mais autonomia e são mais baratas. Honda vai produzir baterias de estado sólido

A Honda vai começar a produzir baterias de estado sólido já a partir do próximo mês de janeiro, numa nova linha experimental, em Sakura, província de Tochigi, Japão. O objetivo é testar e analisar várias tecnologias, e avaliar custos, para as produzir, futuramente, em massa.

O construtor japonês está também a estudar a possibilidade de usar as baterias de estado sólido em todos os seus modelos eletrificados na segunda metade desta década. A Honda espera, assim, potenciar as economias de escala, para reduzir os custos deste tipo de baterias.

Comparativamente às baterias de iões de lítio, a marca ambiciona baterias de estado sólido 25% mais baratas e com autonomias de até 1000 km.

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As novas instalações em Sakura ocupam uma área de 27 400 m² e representam um investimento total de aproximadamente 269 milhões de euros.

Os números e a produção

Inspirada no processo de fabrico das baterias de iões de lítio, a produção das baterias de estado sólido utiliza uma técnica chamada roll-pressing.

A principal diferença entre as duas baterias está no eletrólito: enquanto as baterias de iões de lítio usam eletrólitos líquidos, as de estado sólido utilizam materiais sólidos. Com a técnica roll-pressing, a Honda consegue aumentar a densidade das camadas de eletrólitos sólidos, o que melhora o desempenho e a capacidade de armazenamento de energia.

“As baterias serão o fator-chave da eletrificação. Acreditamos que o avanço desta tecnologia será uma força motriz na transformação da Honda.”

Keiji Otsu, Presidente da Honda R&D Co.

Comparativamente às baterias de iões de lítio, a Honda espera que as baterias de estado sólido que vão chegar ainda esta década tenham metade do tamanho, pesem 35% menos e custem 25% menos, atingindo autonomias de até 1000 km.

A marca, no entanto, é mais ambiciosa, apontando objetivos para 2040, onde espera que as baterias de estado sólido reduzam em 60% o seu tamanho, pesem 45% menos e custem 40% menos. Desta forma, a partir de 2040, a Honda espera que a autonomia das baterias de estado sólido chegue aos 1250 km.

Além disto, a Honda está a trabalhar também numa forma de reduzir os custos indiretos de produção de baterias, incluindo o consumo de energia.

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Os desafios

Contudo, cumprir com estes objetivos não vai ser uma tarefa fácil. Para além da produção de baterias em larga escala exigir padrões extremamente rigorosos e consistentes, segundo os dirigentes da Honda, o maior problema que estes enfrentam é o tamanho das células, que na realidade precisam de ser 100 vezes maiores e mais duráveis.

“Para uso nos automóveis, o tamanho das células vai precisar de ser maior. Mas é muito difícil produzir essas baterias, enquanto tentamos ir ao encontro aos padrões dos automóveis modernos.”

Yoshiaki Matsuzono, Engenheiro Chefe Executivo na Honda R&D

No início deste ano, a Honda revelou dois protótipos sob a designação 0 Series, que antecipam a próxima geração de elétricos do construtor. O primeiro está prometido chegar em 2026.

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Ainda não há confirmação se terá ou não estas novas baterias de estado sólido, mas a marca promete tempos de carregamento de 10-15 minutos para ir dos 15% aos 80% do estado de carga da bateria; e aponta para uma degradação da bateria inferior a 10% após 10 anos de utilização.

Fonte: Automotive News Europe

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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