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Baterias a metade do preço? A Stellantis já sabe como

A Stellantis vai apostar numa bateria mais barata e energicamente mais densa do que as de iões de lítio atuais: as baterias de lítio-enxofre.

Baterias lítio-enxofre
© Zeta Energy

A Stellantis vai juntar-se à Zeta Energy para o desenvolvimento de uma alternativa mais barata, eficiente e sustentável às baterias de iões de lítio NMC (níquel, manganês e cobalto): as baterias de lítio-enxofre.

As baterias continuam a ser um dos maiores problemas dos automóveis elétricos atuais. Não apenas pelo seu custo elevado, mas por uma combinação de fatores, que vão desde os ambientais e técnicos aos geopolíticos.

Citroën ë-C3, na estrada frente
© Cittroën O Citroën ë-C3 é. atualmente, o elétrico mais barato da Stellantis e recorre a baterias de iões de lítio LFP.

Porquê lítio-enxofre?

As baterias de lítio-enxofre prometem resolver ou mitigar muitos destes problemas. Podem ser ainda mais acessíveis que as baterias LFP (fosfato de ferro-lítio) — continuam a crescer em popularidade —, mas prometem uma densidade gravimétrica de energia (mais energia por peso) e densidade volumétrica de energia equivalente ou superior às baterias de iões de lítio NMC atuais.

Por outras palavras, isto significa que as baterias de enxofre conseguem alcançar a mesma energia útil das baterias de iões de lítio sendo mais leves. O que poderá resultar em veículos elétricos com maior autonomia, mais leves (melhorando o desempenho dinâmico e eficiência) e custos mais reduzidos.

“As baterias de lítio-enxofre podem chegar a custar menos da metade do preço por kWh, em comparação com as de iões de lítio”, afirma a Stellantis. Para além disto estas prometem uma redução no tempo de carregamento de até 50% e ainda uma maior sustentabilidade, uma vez que o enxofre é um material amplamente disponível.

Têm desvantagens?

Se as baterias de lítio-enxofre oferecem maior densidade com menores custos, deve-se estar a perguntar porque é que não as encontramos hoje nos automóveis elétricos. Na verdade, ainda há vários desafios a ultrapassar.

O ciclo de vida, por exemplo, é inferior ao das baterias de iões de lítio. E têm desafios tecnológicos a ultrapassar, como a estabilidade dos cátodos à base de enxofre, a sua compatibilidade eletrolítica e segurança (formação de dendrites de lítio e degradação dos eletrólitos).

É aqui que entra a parceria entre a Stellantis e a Zeta Energy, especializada no desenvolvimento e produção desta tecnologia.

Produção

A Stellantis e a Zeta Energy avançam ainda que não é necessário fazer novas gigafábricas para produzir as baterias de lítio-enxofre, podendo usar as instalações já existentes, recorrendo a uma cadeia de fornecimento curta e totalmente local, concentrada na Europa e na América do Norte.

Para além do enxofre, “estas baterias são produzidas utilizando materiais residuais e metano, com emissões de CO2 (dióxido de carbono) significativamente menores do que qualquer tecnologia existente atualmente”.

“A nossa colaboração com a Zeta Energy é mais um passo no avanço da nossa estratégia de eletrificação. Nós trabalhamos para entregar veículos sustentáveis, seguros e acessíveis.”

Ned Curic, Engenheiro Chefe da Stellantis e Technology Officer

Para quando?

A colaboração entre a Stellantis e a Zeta Energy abrange duas etapas: desenvolvimento, pré-produção e planeamento para produção futura.

Ainda vai demorar alguns anos até vermos modelos elétricos da Stellantis com estas baterias de lítio-enxofre: ambas as empresas apontam até 2030 para começar a equipar veículos elétricos.

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O que significa baterias de NMC?
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Pode encontrar a resposta aqui:

Esta bateria não usa lítio. O princípio do fim da dependência chinesa?