Este Corvette é conduzido apenas com a cabeça e boca

O Festival de Velocidade de Goodwood foi palco de muitas estreias, como o novo BMW Série 2 Coupé ou o recém-revelado Lotus Emira. Mas houve um Corvette C8 que não passou despercebido, pela forma como é controlado, usando apenas a cabeça.

Sim, isso mesmo. Este Corvette C8 muito especial pertence a Sam Schmidt, antigo piloto da IndyCar que em janeiro de 2000 sofreu um acidente que o deixou tetraplégico. O desportivo foi transformado pela Arrow Electronics para poder ser conduzido por Schmidt.

Denominado SAM (pelo nome de Sam Schmidt e pelo acrónimo “Semi-Autonomous Motorcar”), os sistemas de controlo deste Corvette C8 demoraram vários anos a desenvolver, remontando a 2014, altura em que Schmidt, em estreita colaboração com a Arrow Electronics deu a primeira volta ao circuito de Indianápolis controlando um carro apenas com a cabeça.

Um par de anos depois e após um teste de condução pioneiro, o estado do Nevada, nos Estados Unidos da América, concedeu-lhe uma autorização especial para poder conduzir legalmente um veículo na via pública, mais uma vez, apenas usando a cabeça para controlar o veículo.

Agora, Sam Schmidt e a Arrow Electronics foram ainda mais longe, apresentando-se no incontornável Goodwood Festival of Speed com a derradeira evolução deste sistema, que funciona apoiado num capacete inovador, equipado com sensores de infravermelhos que comunicam constantemente com as várias câmaras do veículo.

Desta forma, o sistema consegue virar o carro na direção certa respondendo aos movimentos da cabeça de Sam Schmidt, auxiliado por um sistema capaz de medir a pressão do sopro de ar da sua boca que permite controlar o acelerador e o travão.

Sempre que Schmidt sopra nesse bocal a pressão aumenta e a velocidade sobe. E sobe precisamente com a mesma intensidade com que Schmidt soprar.

Para controlar os travões, a “mecânica” é exatamente a mesma, ainda que aqui esta ação seja gerada através da inalação.

No “papel”, o sistema parece complexo, mas a verdade é que Sam Schmidt consegue operar todo o sistema de forma orgânica. E isso fica bem visível nos vídeos da sua participação na subida da rampa Goodwood.

Miguel Dias

Futebol e automóveis, duas paixões que o perseguem. Começou por trabalhar na primeira mas acabou a perceber que aquilo que o fazia mesmo feliz era a segunda.

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