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Chineses fogem às tarifas europeias com tecnologia alternativa

Os híbridos estão a roubar terreno aos elétricos e os construtores chineses não estão indiferentes. Saiba o que está em causa na Europa.

BYD Seal U DM-i dianteira 3/4
© BYD

Se, no início, a promessa das marcas chinesas na Europa era uma ofensiva 100% elétrica, a estratégia agora foi agora ajustada. As tarifas propostas pela União Europeia (UE) estão a forçar estes construtores a adotar outras tecnologias para se destacarem no mercado europeu.

A grande aposta das marcas chinesas em 2025 já não vão ser apenas os veículos 100% elétricos: os veículos híbridos estão a ganhar protagonismo. Neste artigo, explicamos como é que as marcas chinesas vão reagir a esta mudança de contexto.

MG HS - 3/4 de frente
© MG MH HS PHEV

Aumento de exportações

Em outubro de 2023, Bruxelas acusou Pequim de concorrência desleal e abriu uma investigação que culminou na aplicação de tarifas de até 35,3% (adicionais aos 10% já em vigor) aos veículos elétricos produzidos na China. O objetivo: reduzir a concorrência chinesa e dar espaço aos fabricantes europeus.

Contudo, as fragilidades desta abordagem não tardaram a surgir. Se, por um lado, as exportações de elétricos produzidos na China diminuíram de 62% para 58% no terceiro trimestre deste ano — segundo a China Association of Automobile Manufacturers (CAAM) —, por outro, os fabricantes asiáticos já encontraram uma solução: os híbridos. Ao combinarem um motor de combustão com um ou mais motores elétricos, conseguem escapar às tarifas impostas pela UE.

Os números confirmam esta tendência. Nos últimos 10 meses, o mercado de híbridos (híbridos plug-in não incluídos) cresceu 19,8% na União Europeia, segundo os dados da ACEA.

Entre julho e outubro deste ano — altura em que estavam em vigor as tarifas provisórias —, segundo a CAAM, as exportações de automóveis híbridos chineses triplicaram, atingindo as 65 800 unidades. Um número muito superior ao registado em 2022 e em 2023.

“Se a BYD levar o Qin Plus (berlina híbrida plug-in) para a Europa a um preço de 20 mil euros, tenho a certeza de que isso iria desencadear outro terramoto.”

Yale Zhang, Diretor Geral na Automotive Foresight

Este aumento contribuiu para que, no terceiro trimestre, os híbridos (plug-in e convencionais) representassem 18% das vendas de veículos chineses na Europa, o dobro da quota registada no início do ano.

De acordo com Murtuza Ali, analista da Counterpoint Research, espera-se que as exportações de híbridos para a Europa aumentem cerca de 20% este ano, e ainda mais no próximo ano.

“Este aumento é impulsionado pelo facto dos construtores chineses se estarem a movimentar em direção aos veículos híbridos plug-in, como uma maneira de evitar as novas tarifas da UE sobre os veículos elétricos produzidos na China.”

Murtuza Ali, analista da Counterpoint Research

As tarifas de 100% implementadas pelo Canadá e pelo EUA vêm acentuar a necessidade da China investir na Europa. Até agora, a Comissão Europeia recusou-se a comentar.

Produção local

Exportar automóveis híbridos para a Europa não é a única solução por parte dos fabricantes chineses. Muitos destes já estão a planear soluções alternativas, como a produção dos seus modelos em solo europeu, de modo a evitar o pagamento de tarifas.

Esta já era um tema discutido há algum tempo, com várias marcas asiáticas a anunciarem planos de produção em países europeus.

Entre elas está a BYD, a SAIC (dona da MG) e a Geely, que já demonstraram intenções de produzir modelos elétricos e híbridos na e para a Europa. A Chery já iniciou, inclusive, a montagem de veículos híbridos plug-in em Espanha, na fábrica que já foi da Nissan.

Embora o aumento das exportações de automóveis híbridos chineses possa desencadear uma intensa competição de preços no mercado europeu, alguns especialistas acreditam que as marcas chinesas agirão com cautela para evitar uma nova onda de tarifas na UE.

Fonte: Reuters

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