Notícias Próximo Lamborghini Huracán será plug-in. Mas o V10 fica!

Híbrido, que te quero!

Próximo Lamborghini Huracán será plug-in. Mas o V10 fica!

O Lamborghini Huracán vai ter uma nova geração em 2022. A qual terá ainda como grande novidade a associação do conhecido motor V10 a um motor elétrico. Um «touro» de ligar à corrente!

Lamborghini Huracán

O futuro da Lamborghini será, mais tarde ou mais cedo, híbrido. Quem o garante é o CEO da Lamborghini, Stefano Domenicalli, numa tomada de posição reafirmada agora pela marca de Sant’Agata Bolognese, com um novo anúncio: a próxima geração do Lamborghini Huracán, que deverá chegar ao mercado em 2022, será o primeiro superdesportivo do fabricante italiano a contar com uma motorização híbrida plug-in. A qual terá por base baterias de “nova geração”, de menor peso e capazes de garantir uma utilização em modo exclusivamente elétrico.

O primeiros de muitos?

Depois do anúncio oficial de uma versão híbrida naquele que será também o primeiro SUV da história da marca de Sant’Agata Bolognese, o Urus, a Lamborghini promete assim estender este tipo de propulsão também aos superdesportivos. Para já apenas o Aventador parece afastar-se desta possibilidade, cuja chegada da nova geração ao mercado deverá acontecer ainda antes do lançamento do Huracán, fiel ao V12 naturalmente aspirado.

stefano domenicali
Stefano Domenicali, CEO da Lamborghini.

“O próximo Huracán; esse, sim, será o primeiro modelo a utilizar um sistema híbrido. A hibridização é a resposta, não a propulsão 100% elétrica”, afirmou, em declarações à Autocar, Domenicalli. Não deixando, contudo, de salientar que “existe ainda um enorme potencial no V12, pelo que a abordagem correta, para nós, é manter os motores V10 e V12, para satisfação dos nossos clientes, ao mesmo tempo que nos preparamos para, no momento certo, fazer a mudança”.

Híbridos ainda com pouco receptividade

De resto e segundo revelou, também à Autocar, o director comercial da Lamborghini, a hibridização é algo que ainda tem pouca recetividade, junto dos clientes da marca italiana. Frisando que, “quando se dirigem a nós, os clientes querem, basicamente, a potência e performance dos nossos motores naturalmente aspirados. Essa é a razão porque já decidimos manter a próxima geração V12 naturalmente aspirada, sendo também esse o motivo pelo qual o Aventador mantém-se uma proposta única”.

No entanto e apesar das decisões já tomadas para os tempos mais próximos relativamente ao Aventador, a Lamborghini não descura o futuro e continua a investir nas motorizações híbridas. Nomeadamente, através da aposta na investigação e desenvolvimento daquela que será, muito possivelmente, a tecnologia dos propulsores do futuro. Não apenas para 2022, como para os anos seguintes.

Parcerias são a chave

De resto, a Lamborghini anunciou, ainda em 2016, uma parceria com o norte-americano Massachusetts Institute of Technology (MIT), com vista a um projecto que “procura escrever uma importante página quanto ao futuro dos superdesportivos do terceiro milénio”. Projecto que, segundo as últimas informações, deverá centrar-se nos materiais compósitos ultra-leves, assim como nas energias alternativas e técnicas de armazenamento de energia em baterias.

Aliás, ainda há não muito tempo, o responsável máximo pela pesquisa e desenvolvimento da Lamborghini, Maurizio Reggiani, reconhecia que as principais questões que obrigavam a marca a contemporizar, no domínio da tecnologia híbrida, tinham a ver, basicamente, com o aspecto da autonomia. Embora não deixasse de mostrar-se confiante de que a solução para os superdesportivos surgirá dentro de “quatro a cinco anos”.

“A questão, hoje em dia, tem a ver com o armazenamento de energia. A partir do momento em que decido ir com o meu carro para a pista, quero poder fazer as voltas que entender. Só que, neste momento,  caso decida ir, não consigo fazer mais do que uma volta e meia”

Maurizio Reggiani

Para Reggiani, a tecnologia elétrica plug-in ainda não consegue ser eficaz o suficiente para utilização num superdesportivo que deverá ser conduzido durante longos períodos de tempo.

“Imaginemos que vamos para o Nordschleife com um híbrido. Garantidamente, seremos mais rápidos nos 0 aos 100 km/h que com um carro de combustão; mas certamente não seremos capazes de fazer muito mais que uma volta ao circuito”, afirma Reggiani.

Baterias de estado sólido podem ser a solução

Recorde-se que a Porsche, uma das marcas, a par da Lamborghini, que fazem parte do Grupo Volkswagen, tem vindo a investir fortemente na investigação com o objetivo de desenvolver baterias de estado sólido mais leves, para aplicação nos seus futuros modelos com mais performance. Algo que Reggiani admite que a Lamborghini possa vir a utilizar igualmente no futuro. Ainda que acredite que, devido ao caráter muito próprio dos superdesportivos da marca de Sant’Agata Bolognese, a integração da tecnologia da Porsche possa acontecer de forma não tão fácil, quanto, por exemplo, no SUV Urus.

“Penso que será mais fácil a aplicação no nosso primeiro modelo híbrido plug-in, o Urus, modelo em que a integração e o peso não serão aspectos tão importantes. Só que esta é uma missão apenas. Não é algo para um superdesportivo Lamborghini”

Aliás e segundo reconhece o mesmo responsável, “estamos a trabalhar em diferentes parcerias, com alguns dos mais importantes investigadores mundiais, uma vez que precisamos de ideias para o futuro. Acredito que a nova fronteira, no domínio dos superdesportivos, será cada vez a hibridização, ainda que continuem a subsistir algumas interrogações relativamente ao peso e arrumação das baterias”.