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Pneu gasto? Imprime-se um novo piso. É o futuro, diz a Michelin

Como será o pneu do futuro? A resposta poderá estar no Visionary Concept, um protótipo da Michelin onde o pneu comunica com o automóvel e pode inclusivamente ser "reabastecido".

Michelin Visionary Concept

A Michelin não é estranha à tecnologia Airless Tires, ou por outras palavras, pneus que não necessitam de ar. No passado já tinha apresentado o Tweel que, entretanto, já foi aplicado em alguns veículos como mini carregadoras. Agora, a Michelin dá novamente um passo em frente ao ter apresentado na conferência Movin’On em Montreal, no Canadá, um novo protótipo que abre mais um caminho para o que poderá ser o pneu do futuro.

Tal como o Tweel, o Visionary Concept da Michelin não necessita de ar. Mas ao contrário deste, o Visionary Concept prescinde totalmente da jante. Ou seja, pneu e jante fundem-se num só elemento, resultando numa estrutura em alvéolos capaz de garantir a rigidez e amortecimento de um pneu e jante tradicional.

Esta estrutura é composta por materiais recicláveis, sendo ela também totalmente reciclável. A Michelin batizou este tipo de estrutura com o nome Generative Design, ou seja, uma forma que imita os processos de crescimento naturais numa planta, mineral e até no mundo animal, como o que pode ser verificado em corais.

Michelin Visionary Concept pneu

“Reabestecer” um pneu

O segundo aspeto em que se destaca advém de este pneu poder ser “reabastecido” com material novo. Como? Imaginem que têm os pneus gastos ou têm de mudar para pneus de inverno. Hoje em dia, esse cenário obriga a trocar de pneus, mas no futuro imaginado pela Michelin tal não será necessário.

Algo possível graças à tecnologia de impressão 3D. Como o vídeo em baixo explica, é possível escolher antecipadamente que tipo de piso queremos. Basta dirigirmos-nos a uma estação de serviço específica, onde numa questão de minutos um conjunto de impressoras adicionam apenas a quantidade de material necessária à nossa roda. Seja para devolver o piso ao seu estado original ou alterar totalmente o tipo de piso para enfrentar condições de circulação distintas, como chuva ou neve.

O material usado recorre a um processo de cura a frio, é biodegradável e o objetivo é de que a sua performance não se diferencie dos pneus atuais. Tendo em conta que a impressão 3D é um processo aditivo, adicionando apenas a quantidade necessária de material, também não haveria desperdício, com claros benefícios ambientais.

O terceiro aspeto em destaque é a capacidade do pneu (ou será roda?) em conseguir comunicar com o veículo. Seja sobre o quão gasto está o piso do pneu, recomendar o tipo de piso mais adequado ao percurso a percorrer, ou seguir os nossos requerimentos graças a uma aplicação integrada, podendo programar uma re-impressão do piso em antecipação.

 

Ficção científica ou será realidade?

Segundo a Michelin, o Visionary Concept ainda está numa fase inicial de pesquisa e desenvolvimento. De acordo com Terry Gettys, Vice-Presidente Executivo de Pesquisa e Desenvolvimento, a durabilidade do piso obtido por impressão 3D ainda tem de ser verificada. Ao contrário da restante estrutura, que segundo a Michelin, terá uma duração equivalente à do veículo.

Relativamente ao “pneu inteligente”, ou seja, a capacidade de este comunicar com o automóvel, é uma tecnologia que está a 2-3 anos de distância, enquanto que grande parte das restantes tecnologias apresentadas distam mais no tempo – cerca de 10-20 anos.