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SUV aumentam risco de morte em atropelamentos

Desde 2010, a altura do capô dos automóveis aumentou cerca de 7 cm. Esta tendência agrava a segurança dos peões em caso de atropelamento.

Altura do capô - atropelamentos
© Imagem gerada por IA

Um novo estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E) revela que os automóveis novos vendidos na Europa estão cada mais altos e, por isso, são mais perigosos para os peões.

De acordo com o estudo, a altura dos capôs dos automóveis novos aumentou em média, 0,5 cm por ano desde 2010. No total, foi registado um aumento em torno dos sete centímetros ao longo de 14 anos: passaram de 76,9 cm para 83,7 cm. A principal razão é a popularidade dos SUV, que hoje representam mais de metade das vendas no mercado europeu (quota de 54%).

Segundo a T&E, esta evolução tem implicações sérias para a segurança rodoviária, sobretudo para os peões, em caso de atropelamento.

Ford Ranger Raptor estacionamento
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Um estudo de apoio, realizado na Bélgica — com base em 300 mil atropelamentos —, mostra que um capô que seja 10 cm mais alto pode aumentar em até 27% o risco de morte, mesmo a velocidades urbanas.

“Em colisões, os SUVs e as pick-up com capôs altos tendem a atingir os peões adultos com gravidade na zona dos órgãos vitais e acima do seu centro de gravidade, projetando-os para o chão com risco elevado de serem passados por cima e prensados sob o veículo”, afirmou a ZERO, associação ambientalista portuguesa que pertence à Federação Europeia de Transportes e Ambiente.

Além do impacto físico, o estudo também alerta para o problema da visibilidade. “Capôs altos reduzem significativamente o campo de visão dos condutores, podendo nalguns casos anulá-lo, impedindo ou dificultando ver crianças”, diz a associação. Num Land Rover Defender, por exemplo, um condutor não consegue ver uma criança com 1,15 m de altura a apenas 1,5 m do veículo.

Proposta de travão até 2035

A T&E, em conjunto com mais de 30 organizações, apresentou à União Europeia uma proposta para limitar a altura dos capôs dos novos veículos para 85 cm até 2035. Para isso, pede uma proposta legislativa até julho de 2027.

Esta organização, defende ainda que, até 2030, a altura do capô e a largura passem a constar nos registos oficiais dos veículos, à semelhança do que já acontece com o peso e as emissões. Propõe ainda um novo critério de homologação no Euro NCAP: o “teste de visibilidade infantil”.

Enquanto o regulamento europeu não avança, várias cidades já ponderam medidas locais. Paris, Lyon, Aachen e Cardiff estudam a aplicação de taxas de estacionamento mais elevadas para veículos maiores. O Parlamento local de Londres também recomendou a criação de limites legais à altura e largura dos automóveis.

A ZERO apela ainda ao Governo e às autoridades portuguesas, centrais e locais, “que adaptem a fiscalidade e taxas de estacionamento de forma a desincentivar o uso destes veículos, numa fase inicial em função do seu peso — o melhor indicador preditor da altura do capô disponível de momento”.

A indústria automóvel aponta como resposta tecnologias como a travagem autónoma de emergência (AEB) ou câmaras 3D. Mas a T&E e os especialistas em segurança são unânimes: mesmo com tecnologia, um capô mais baixo é sempre mais seguro para os peões.

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