Renault 4L portuguesas no mais duro rali de clássicos do mundo

Apelidada por muitos como «o jipe dos pobres», a Renault 4L vai regressar às pistas africanas, desta vez para correr no “East African Safari Classic Rally”.

Integradas no “Team Renault 4L 60th Anniversary — Portugal”, as duas 4L serão pilotadas pelas duplas Pedro Matos Chaves/Marco Barbosa e António Pinto dos Santos/Nuno Rodrigues de Silva.

O objetivo desta participação é muito simples: chegar ao final e celebrar os 60 anos do icónico modelo. Talvez por isso, as duas 4L apresentam-se totalmente de série.

Quer isto dizer que as duas 4L mantiveram o motor com 34 cv, a caixa de quatro velocidades, com a tradicional alavanca posicionada no tabliê, e ainda a direção «assistida a braços».

Ainda assim receberam alguns extras como luzes auxiliares, proteção dianteira e do carter, snorkel, pneus off-road e ainda bancos de competição.

“East African Safari Classic Rally”

Com cerca de 5000 km de extensão, o “East African Safari Classic Rally” realiza-se desde 2003 e é o maior e mais duro rali de automóveis clássicos do mundo.

Reservada a automóveis históricos de duas rodas motrizes, anteriores a 1986, este não é um rali de regularidade como acontece na maioria das provas destinadas a modelos clássicos. Quer isto dizer que os pilotos correm «contra o o cronómetro» ao volante de autênticas relíquias.

Nesta 10.ª edição o “East African Safari Classic Rally” disputa-se ao longo de nove dias no Quénia e tem partida marcada para o dia 10 de fevereiro.

No total estão inscritas 48 equipas, formadas por pilotos de 15 nacionalidades. Entre os «cabeças de cartaz» encontra-se o americano Ken Block que vai correr aos comandos de um Porsche 911.

Confiança total na máquina

Acerca desta participação, Pedro Matos Chaves, bicampeão de ralis e ex-piloto de Fórmula 1 afirmou: “É um grande desafio participar no East African Safari Classic Rally, não só porque são muitos quilómetros a percorrer, durante nove dias, (…) como, pessoalmente, será a primeira vez que participo numa prova em que o objetivo não é… ganhar!”.

Acerca do percurso, o piloto português ressalvou: “muitas das estradas são antigos troços do WRC, o que faz antever, desde logo, dificuldades para cumprir os tempos impostos, sem esquecer os lamaçais que teremos que ultrapassar (…) Mas a Renault 4L tem fama de passar por todo o lado e, por isso, só podemos partir confiantes que chegaremos ao fim”.

Já António Pinto dos Santos, que ficou famoso pelas participações em diversas provas do WRC ao volante de uma Renault 4L com as cores do xisto da Aldeia Histórica do Piódão, mostra-se confiante na fiabilidade da 4L para cumprir as médias de 65 km/h a 70 km/h obrigatória e para enfrentar os cerca de 700 km por dia.

João Delfim Tomé

Apaixonado por automóveis desde sempre, o João divide os seus dias entre as teclas da Razão Automóvel e a chave de parafusos do Lada Niva que está a recuperar.

Renault

Desportos Motorizados, East African Safari Classic Rally, Renault, Renault 4, Renault 4L