Europa. Domínio dos SUV cresce e queda dos citadinos acelera

Nos primeiros três meses do ano, os SUV continuaram a liderar as vendas na Europa, reforçando a tendência dos últimos anos.

De acordo com os números da Dataforce, foram vendidos 1,79 milhões de SUV, um crescimento de quase 5% face ao mesmo período do ano passado, num mercado praticamente estagnado, com um aumento residual de apenas 0,4%.

A subida nas vendas ajudou a reforçar a quota dos SUV no mercado europeu, que agora é de 53%. O Volkswagen Tiguan, o «nosso» Volkswagen T-Roc e o Dacia Duster foram os três SUV mais vendidos, com 52,6 mil, 48,5 mil e 47 mil unidades vendidas, respetivamente.

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Já o Tesla Model Y, líder em 2024, viu as suas vendas caírem quase metade (47,4%), para 28,9 mil unidades. Isto pode justificar-se, em parte, com a entrada em comercialização da nova geração (Juniper) — embora Elon Musk tenha avançado com outra razão para a perda de vendas.

Adeus utilitários, olá SUV

Como mostra a tabela abaixo, os SUV compactos (C-SUV) — Nissan Qashqai, Kia Sportage, etc. — foram os mais vendidos no primeiro trimestre de 2025 com 788 mil unidades (+14,1%). Esta subida foi impulsionada, em grande parte, pela subida explosiva das variantes elétricas: mais 282% face ao período homólogo.

O segundo segmento mais vendido foi o dos SUV utilitários (B-SUV) — Toyota Yaris Cross, Volvo EX30, etc. — com mais de 565 mil unidades, mas não evitaram uma quebra de 4,54%.

A fechar o pódio, temos os utilitários (segmento B) — Dacia Sandero, Peugeot 208, etc. —, que venderam 561 mil unidades, o que representa um crescimento já expressivo de 7,5% face ao ano anterior. De notar o contributo das variantes elétricas no segmento: as vendas duplicaram (+101%).

O segmento que mais subiu no mercado europeu neste primeiro trimestre, no entanto, foi o dos SUV Grandes (E-SUV) — Hyundai Santa Fe, Volkswagen Touareg, etc — que registou uma subida de 18,7%, totalizando mais de 129 mil unidades. Tal como nos C-SUV, o desempenho justifica-se também pela subida vertiginosa das versões elétricas: mais 127%.

Mas nem os SUV são imunes às quebras. Tal como nos B-SUV, também os SUV médios (D-SUV) — Tesla Model Y, Mercedes-Benz GLC, etc. — caíram. Esta foi ligeira, de 2,99%. O volume, no entanto, continua a ser relevante, superior a 307 mil unidades vendidas.

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O segmento D-SUV destaca-se também por ser o que vende mais elétricos em termos absolutos — 91 633 unidades, mas os C-SUV elétricos estão a menos de 500 unidades de distância —, e aquele que tem a maior quota: 51% das vendas deste segmento são 100% elétricos. Apesar do domínio, a venda das variantes elétricas caiu 7,9%, mais do que o total do segmento.

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Os familiares compactos (segmento C), como o Volkswagen Golf ou o Peugeot 308, caíram 19,3%, apesar de movimentarem um volume significativo: quase 425 mil unidades. Já os familiares e executivos médios (segmento D) — Volkswagen Passat, BMW Série 3, etc — recuaram 14,7%, o que se traduziu em 148,2 mil unidades.

Mas são os citadinos (segmento A) — FIAT Panda, Toyota Aygo, etc. — que parecem estar a desaparecer de forma acelerada. Em 2024 as vendas já tinham contraído 22% e no primeiro trimestre de 2025 a queda acelerou para 25%. Venderam-se 124 mil citadinos nos primeiros três meses no mercado europeu, menos até que os SUV Grandes (E-SUV).

Este declínio tem vindo a agravar-se com a saída progressiva de várias marcas do segmento, que é penalizado por ter margens reduzidas que os custos acrescidos da eletrificação não ajudam.

Apesar disso, há reforços previstos que podem travar esta tendência. A FIAT vai lançar este ano o 500 Ibrida (mild-hybrid) e está a caminho uma nova geração de citadinos 100% elétricos com preços mais convidativos, como o Renault Twingo ou o Volkswagen ID.1 — este último a ser produzido em Portugal.

Fonte: Dataforce via Automotive News Europe

Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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