Os 10 automóveis mais caros em leilão no Monterey Car Week 2025

O Monterey Car Week, realizado anualmente na Califórnia (EUA), é um dos maiores e mais influentes eventos automóveis do ano. Os leilões que integra são um dos momentos mais esperados do evento, atraindo colecionadores e, especialmente, novas oportunidades de negócio.

As expetativas são sempre elevadas e entre as largas centenas de carros leiloados, sabemos à partida que alguns deles vão ser sinónimo de valores muito elevados — ou obscenos, dependendo do ponto de vista —, e alguns a prometer bater recordes.

A edição deste ano não foi diferente. Reunimos os 10 automóveis mais caros vendidos nos leilões do Monterey Car Week 2025 e só estes 10 totalizaram praticamente 115,1 milhões de dólares. Cerca de 98,5 milhões de euros (!).

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O que também sobressaiu foi o domínio da Ferrari: oito dos 10 automóveis mais caros ostentavam o cavalinho rampante, demonstrativo da força da marca de Maranello. A estes juntaram-se um Bugatti e um Mercedes-Benz. Conheça-os em mais detalhe:

10. Mercedes-Benz 500 K Special Roadster (1935): $5 340 000 (4 567 482 €)

Inspirado nos lendários “Super Sport Kurz” (SSK), o Mercedes-Benz 500 K Special Roadster foi lançado como um modelo de luxo e performance, com um motor V8 sobrealimentado com 180 cv, montado numa posição mais recuada, permitindo que os guarda-lamas ganhassem mais destaque na dianteira.

Com o número de chassis n.º 123702, este exemplar é um dos sete originais que ainda existem e o seu estado de conservação é tal que, em 1982, foi considerado “Best of Show” no concurso de elegância Pebble Beach Concours d’Elegance, que premeia os automóveis em melhor estado de conservação.

O volante é à direita por ter sido originalmente para o mercado britânico e tem todo o histórico documentado. Foi propriedade do colecionador de carros desportivos Thomas Perkins, assim como de Charles Howard que, nos últimos 37 anos, o tem mantido neste estado irrepreensível.

9. Ferrari LaFerrari Aperta (2017): $6 715 000 (5 743 538 €)

Lançado para celebrar os 70 anos da marca de Maranello, o Ferrari LaFerrari Aperta consegue ser ainda mais exclusivo que o coupé ao ter sido produzido em apenas 210 unidades.

Cada exemplar foi personalizado pelo programa exclusivo Tailor Made da Ferrari, e esta unidade foi configurada no tom Nero Daytona com detalhes contrastantes em vermelho e um pacote exterior em fibra de carbono.

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O LaFerrari foi o primeiro híbrido da Ferrari e, no caso do Aperta, oferece uma experiência de condução a «céu aberto» sem comprometer a aerodinâmica ou a performance do coupé, e uma banda sonora mais intensa. Afinal, atrás dos ocupantes está um V12 atmosférico de 6,3 litros que, combinado com o sistema elétrico, entregava um total de 963 cv e 900 Nm.

Esta unidade, vendida por quase sete milhões de dólares, percorreu menos de 4000 km e ainda está ao abrigo da garantia de manutenção da marca até 2027.

8. Ferrari 250 GT LWB California Spider Prototipo (1957): $7 265 000 (6 223 764 €)

O Ferrari 250 GT LWB California Spider Prototipo foi o… protótipo que antecipou o 250 GT California Spider, um dos clássicos mais desejados da marca.

Serviu para testar soluções de design e engenharia e destacou-se pelo estilo, com elementos inspirados no Ferrari 250 GT LWB Tour de France, carroçaria em alumínio e, claro, pelo nobre V12 montado à frente.

Esta unidade, com o chassis n.º 0769GT, foi do piloto George Arents e conta com o prestigiado Classiche Red Book, um certificado de autenticidade da Ferrari que comprova que o modelo cumpre todas as especificações de fábrica.

7. Ferrari 250 GT SWB California Spider (1961): $7 550 000 (6 467 917 €)

O Ferrari 250 GT SWB California Spider, como o SWB (Short Wheelbase) na designação deixa adivinhar, assenta sobre o chassis de distância entre-eixos mais curta do 250 GT. O que ajuda na agilidade. As linhas elegantes são assinadas pela Pininfarina e o motor é um V12.

O exemplar leiloado no Monterey Car Week ganha destaque por ter pertencido a Antonio Ciaccia, cantor e ator conhecido por “Little Tony”, e por ter sido «protagonista» em vários filmes italianos, incluindo Sissignore, ao lado de um Lamborghini Miura P400.

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Mas o que o torna ainda mais especial é o facto de manter o chassis, carroçaria e a transmissão originais. Tudo junto contribuiu para que o carro fosse vendido por 7,55 milhões de dólares.

6. Ferrari 365 GTB/4 Daytona Competizione Series III (1973): $8 145 000 (6 977 640 €)

O Ferrari 365 GTB/4 Daytona Competizione Series III é a última evolução de competição do icónico Daytona. Foram produzidos apenas 15 Competizione e desta série (terceira) só fizeram cinco, que se destacavam pelas melhorias mecânicas e um motor V12 mais potente, com 450 cv.

Este exemplar com o chassis n.º 16407 fez a sua estreia em competição nas 24 Horas de Le Mans de 1973, conduzido por Milt Minter e Sam Posey, chegando a liderar a sua classe antes de o motor V12 ceder na 21.ª hora.

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Depois disso, tornou-se presença regular nas maiores provas de resistência ao longo da década de 70, conquistando o segundo lugar à geral e a vitória na classe das 24 Horas de Daytona (1979).

Leiloado por cerca de 8,1 milhões de dólares, este exemplar foi restaurado à especificação de Le Mans de 1973 e destacado com o Troféu Enzo Ferrari em Pebble Beach, em 2024.

5. Bugatti Divo (2020): $8 558 000 (7 331 448 €)

O Bugatti Divo foi a resposta da marca francesa a todos aqueles que sonhavam com um Chiron mais radical e focado para pista.

Assente sobre o mesmo motor W16 tetraturbo de 8,0 litros e 1500 cv do Bugatti Chiron, o Divo destacava-se pela carroçaria redesenhada, aerodinâmica e suspensão revista, e peso inferior. Resultado? Maior agilidade e capaz de produzir mais 90 kg de downforce que o Chiron, suportando forças laterais de até 1,6 G.

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Com uma produção limitada a 40 unidades a — no mínimo — cinco milhões de euros cada, a unidade leiloada no Monterey Car Week, no The Quail, atingiu um valor bem mais elevado, após uma intensa «guerra» de licitações: 8,5 milhões de dólares. Este passa a ser o Divo mais caro de todos.

4. Ferrari F50 (1995): $9 245 000 (7 925 738 €)

Se o LaFerrari Aperta celebrou os 70 anos da Ferrari, o seu antecessor, o F50, assinalou meio século de existência da marca de Maranello. Considerado como um “F1 para a estrada”, o superdesportivo italiano equipava um motor V12 atmosférico de 4,7 litros e 520 cv, derivado dos monolugares da Fórmula 1.

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Produziram-se 349 unidades, das quais 55 tiveram como destino os EUA, como este exemplar. Este exemplar é ainda mais exclusivo, por ser um de dois F50 «americanos» em Giallo Modena. O primeiro dono? Um tal de Ralph Lauren, estilista e fundador da icónica marca de moda Polo Ralph Lauren.

A proveniência e a raridade elevaram este Ferrari F50 ao título do mais caro de sempre a ser vendido em leilão, ultrapassando a barreira dos nove milhões de dólares.

3. Ferrari F40 LM by Michelotto (1993): $11 005 000 (9 427 239 €)

O icónico Ferrari F40 foi o último modelo desenvolvido sob a supervisão direta de Enzo Ferrari. Mas o F40 LM by Michelotto é ainda mais especial: foi concebida para competir em provas de resistência, como as 24 Horas de Le Mans.

Esta é a 14.ª unidade das 19 produzidas e, nesta especificação GTC, surge como a mais potente de todas: 770 cv — quase 300 cv a mais que o F40 de estrada —, um valor que só foi possível graças à revisão profunda realizada ao motor V8 biturbo, à adição de intercoolers de maiores dimensões e ao aumento da pressão dos turbos.

Vendido por 11 milhões de dólares, tornou-se no Ferrari F40 mais caro de sempre, quase duplicando de valor desde a última vez que um F40 LM foi a leilão (!).

2. Ferrari 250 GT SWB California Spider Competizione (1961): $25 305 000 (21 661 530 €)

Para além de fazer parte da linhagem 250 GT SWB California Spider, este exemplar carrega no fator raridade: só foram feitos nove exemplares com a especificação Competizione e este é um de dois com a especificação de competição completa.

Face ao 250 GT SWB California Spider «normal», os Competizione, desenvolvidos para pista, são mais leves (painéis em alumínio) e mais potentes (mantém motor V12 de 3,0 litros). O melhor? Pertence à era em que carros de competição podiam ser conduzidos legalmente na via pública.

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Esta unidade em particular foi do piloto alemão Ernst Lautenschlager e venceu provas de montanha e conquistou pódios em corridas de desportivos, antes de passar para a competição histórica. Segundo consta no Classiche Red Book, mantém o chassis, carroçaria, motor, caixa de velocidades e o diferencial originais.

Os mais de 25 milhões de dólares por que foi arrematado foi um recorde absoluto para a leiloeira e para o Ferrari 250 GT.

1. Ferrari Daytona SP3 (2025): $26 000 000 (22 256 462 €)

Teria de haver um que fosse o mais caro vendido em leilão no Monterey Car Week e esse título foi entregue a mais um Ferrari, o Daytona SP3.

É novo e, quanto muito, podemos acusá-lo de ser um clássico instantâneo, mas há um motivo por ter sido vendido por uns «absurdos» 26 milhões de dólares, quase 10 vezes mais o seu valor em novo.

O SP3 foi limitado a 599 unidades, mas a Ferrari tomou a decisão de produzir mais um exemplar, numerado 599+1, com o intuito de doar a totalidade do valor obtido a causas solidárias. Personalizado pelo departamento Tailor Made, pode ficar a conhecer em mais detalhe este exemplar único:

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Ferrari Daytona SP3 atinge valor absurdo em leilão por um bom motivo

O Ferrari Daytona SP3 está longe de ser um clássico, mas foi o carro mais caro vendido em leilão no Monterey Car Week e é fácil perceber porquê.

Miguel Nascimento

Miguel Nascimento

Bugatti, Ferrari, Leilão, Mercedes-Benz, Monterey Car Week