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Museu do Caramulo reforçou coleção com um Mercedes 190E EVO II que só tem um defeito

O Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II é um dos especiais de homologação mais admirados dos anos 90 e agora faz parte da coleção do Museu do Caramulo.

Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II - frente
© Daniel Peres / Museu do Caramulo

A coleção de automóveis permanente do Museu do Caramulo acaba de receber um novo elemento, que representa mais um motivo de visita a este espaço. Deem as boas-vindas ao Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II.

Esta berlina alemã dos anos 90 é um dos mais cobiçados modelos especiais de homologação, principalmente para os fãs do campeonato alemão de turismo — DTM (Deutsche Tourenwagen Meisterschaft).

Foi desenvolvido para fazer frente ao seu eterno arquirrival, o BMW M3 (E30), com o qual travou múltiplas batalhas em pista.

Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II - interior
© Daniel Peres / Museu do Caramulo

A unidade do 190E EVO II que passa a figurar na coleção do Museu do Caramulo é a número 351 de um total de 502 unidades produzidas. Tal como as primeiras 500, tem a carroçaria pintada em Blauschwarz, um tom preto com um ligeiro toque azulado. As duas restantes são prateadas.

A nossa redação ficou em extase — e já está a combinar uma ida ao Caramulo no próximo ano. Em particular o Guilherme, que é doente pelo W 201. Quão grave é a doença? Acho que este reel fala por si:

Além de doente pelo W 201, o Guilherme também é exigente. Apesar deste modelo parecer não ter uma mácula, conseguiu apontar-lhe um defeito: a ausência de ar condicionado. Um «detalhe» que levou a uma saudável discussão com o Fernando Gomes: sem ar condicionado fica mais leve. De que lado é que estão: mais conforto ou menos peso?

Da minha parte, acho que são as saudades do seu W 201 a falar mais alto. Desde que vendeu o 190 o Guilherme nunca mais foi o mesmo…

Um carro comum numa versão especial

Como já referimos, este 190E EVO II era um especial de homologação. Limitado, potente, exclusivo, interessante de conduzir, enfim… Atirem todos os adjetivos que quiserem porque quase todos eles cabem neste modelo. Isso e uma enorme asa traseira! Ajustável, claro.

O Evolution II destacava-se por essa mesma asa posterior, mas também pelo spoiler no topo do vidro traseiro. Na frente, era o splitter que fazia a diferença, mais evidenciado e também ajustável. Os apêndices aerodinâmicos adicionais, desenvolvidos pelo professor Richard Eppler, da universidade de Estugarda, não só aumentavam a força descendente do EVO II, como melhoravam a sua aerodinâmica.

Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II - jante
© Daniel Peres / Museu do Caramulo

Além disso, as modificações efetuadas na suspensão, agora mais firme, também deixavam a carroçaria muito mais perto do solo. E para fazer a ligação ao solo, não faltavam novas jantes com 17″ de diâmetro, precisamente as mesmas que a unidade que marca agora presença no Museu do Caramulo também inclui.

A «magia» da Cosworth

Debaixo do capô está escondido o conhecido motor de quatro cilindros em linha com 2,5 l de capacidade que teve a ajuda da Cosworth no seu desenvolvimento.

A potência máxima declarada é de 235 cv às 7200 rpm e o binário máximo de 245 Nm é alcançado a partir das 5000 rpm. Atualmente parecem números pouco expressivos, mas no início dos anos 90 eram sinónimo de prestações elevadas.

O motor do Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II está associado a uma caixa de velocidades manual Getrag com cinco relações do tipo dog-leg — com a primeira para trás —, e a tração é feita apenas nas rodas traseiras. Mas com a ajuda de um diferencial autoblocante.

Por todos estes motivos e tantos outros que nos deixariam ficar neste artigo o resto do dia, temos mesmo de organizar uma nova ida ao Museu do Caramulo.