Notícias Lamborghini Terzo Millennio. Um elétrico sem baterias (mais ou menos…)

Apresentação

Lamborghini Terzo Millennio. Um elétrico sem baterias (mais ou menos…)

Como serão os supercarros do amanhã? É uma pergunta que a Lamborghini procurou responder com o espetacular e eletrificante Terzo Millennio.

Lamborghini Terzo Millennio

A Automobili Lamborghini em conjunto com o MIT (Massachusetts Institute of Technology) concentraram no Terzo Millennio a sua visão para o supercarro do futuro. Este concept “imagina fisicamente as teorias do design e da tecnologia do amanhã”, mantendo, no entanto, a essência do que faz de um Lamborghini um… Lamborghini.

Recentemente, a marca italiana referiu que tanto o motor V10 e, sobretudo, o motor V12 do Aventador permaneceriam o máximo de tempo possível em comercialização. Mas num futuro mais distante, motores de combustão interna correm o risco de serem extintos. A pensar nesse cenário, o Terzo Millennio é aposta da marca na propulsão elétrica.

Lamborghini Terzo Millennio

Elétrico sim, mas sem baterias

É a primeira vez que vemos uma proposta 100% elétrica na Lamborghini. E apesar de estarem integrados no Grupo Volkswagen, que já tem estratégia definida para os elétricos, a Lamborghini segue um caminho distinto das restantes marcas do grupo — é aqui que entra a parceria com o MIT.

No que toca a propulsão e armazenamento de energia a Lamborghini olha para um horizonte mais ambicioso. Como já vimos em outros protótipos, o Lamborghini Terzo Millennio integra os quatro motores elétricos nas rodas, garantindo tração total e vetorização do binário. Uma solução que permite poupar espaço, dando maior liberdade para os designers e para a otimização aerodinâmica.

Mas é na forma como os motores recebem a energia necessária e como essa mesma energia é armazenada que representa um corte total com as restante marcas do gigante alemão. Não duvidamos que os elétricos a baterias serão os mais comuns nos próximos tempos, mas é uma solução que obriga a compromissos. As baterias são pesadas e ocupam bastante espaço, o que pode comprometer em demasia os objetivos de performance e dinâmicos da Lamborghini para futuros modelos.

Solução? Livrar-se das baterias. No seu lugar surgem super-condensadores que são bastante mais leves e compactos — solução já usada pela Mazda nos modelos equipados com o sistema i-Eloop. Os super-condensadores permitem descarregar e carregar de forma muito mais rápida e apresentam um ciclo de vida muito superior a uma bateria, mas ainda não conseguem a mesma densidade energética destas.

É nesse sentido que a Lamborghini e o Prof. Mircea Dinca, do departamento de química do MIT, trabalham. Aumentar a densidade energética destes super-condensadores, mas preservando a sua potência elevada, comportamento simétrico e longo ciclo de vida.

Armazenar energia elétrica… na carroçaria

Mas onde armazenar a energia necessária? Sem baterias, os super-condensadores não são suficientes para as necessidades. A solução, intrigante, passa por usar a própria carroçaria — sim, leram bem — do Terzo Millennio como um acumulador. Intrigante, mas não é inédito — já falámos dessa possibilidade em 2013, quando a Volvo apresentou uma solução semelhante.

As vantagens são óbvias no campo da poupança de peso e espaço. A Lamborghini e a equipa do departamento de engenharia mecânica do MIT, liderada pelo Prof. Anastasios John Hart, trabalham para que a fibra de carbono — o material de que é feita a carroçaria do Terzo Millennio — sirva não só os propósitos de redução de peso e integridade estrutural, mas possa assumir outras funções, nomeadamente o armazenamento de energia.

O armazenamento de energia é possível graças ao recurso de nanotubos em fibra de carbono, maleáveis o suficiente para assumirem diversas formas e finos o suficiente para ser “ensanduichados” entre duas camadas (interna e externa), evitando a eletrocussão de quem toque na carroçaria. Mas as funções da carroçaria não se ficam por aqui.

Materiais auto-regenerativos

O Terzo Millennio mais valia chamar-se Wolverine, já que a sua carroçaria e estrutura tem capacidades auto-regeneradoras. Ou seja, o objetivo é o de conseguir monitorizar a estrutura para detetar fendas e outros danos derivados de acidentes. A explicação não é totalmente clara de como o material se auto-regeneraria, mas segundo a marca, o processo começaria “via micro canais cheios de químicos com propriedades reparadoras”.

Lamborghini Terzo Millennio

O que isso significa? Não sabemos, mas certamente uma demonstração seria indicada para melhor perceber esta propriedade aparentemente milagrosa. Segundo a Lamborghini, esta tecnologia permitirá usar com maior segurança fibra de carbono em peças expostas a altos níveis de stress, o que significa maiores poupanças de peso.

Não consigo afirmar quando … existem alguns componentes que estão mais perto da industrialização que outros.

Maurizio Reggiani, Diretor Técnico Lamborghini

O Terzo Millennio não antecipa nenhum modelo

Se atualmente maior parte dos concepts que vemos nos salões não passam de modelos de produção com “bling-bling”, podemos afirmar que o Terzo Millennio é um verdadeiro concept. Ou seja, verdadeiramente experimental tanto no campo tecnológico como no design. Não antecipa nenhum modelo, mas é um compêndio do que poderemos esperar da marca no futuro.

No que toca ao design, tal como pudemos ver em máquinas como o Aston Martin Valkyrie, a performance aerodinâmica é o foco. É ela quem determina as formas gerais e a complexa relação entre os painéis não estruturais da carroçaria e a célula central em materiais compósitos forjados (Lamborghini Forged Composite), direcionando o fluxo de ar para onde é necessário.

De um ponto de vista estilístico destaca-se, sobretudo, a evolução da identidade visual da marca, como a assinatura luminosa em Y, tanto à frente como atrás.

Lamborghini Terzo Millennio
O modelo ao lado do Terzo Millennio é o incontornável Lancia Stratos Zero, da Bertone

É possível observar o Terzo Millennio na imagem acima acompanhado pelo Lancia Stratos Zero, da Bertone — criação de Marcello Gandini, o designer do Miura e do Countach —, que parece ter servido de inspiração. No entanto, o concept da Lamborghini parece mais saído de um filme de Hollywood — deixa o papel de carro “civil” do Batman, como aconteceu com o Murcielago, e quer tomar o lugar do Batmobile. Longe, muito longe, da pureza formal e restrição do Stratos Zero.

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