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Carlos Tavares fala da saída da Stellantis e prevê mais fusões na indústria

Seis meses depois de se ter despedido da liderança da Stellantis, Carlos Tavares vem esclarecer o que ficou por saber.

Carlos Tavares durante a conferência no Salão de Paris.
© Stellantis

Numa recente entrevista à Bloomberg, Carlos Tavares, ex-diretor-executivo da Stellantis, fala sobre a sua saída do grupo e descreve a escolha do novo diretor-executivo, Antonio Filosa, “como uma escolha lógica e credível”. Porém, esta não foi a única divulgação feita pelo executivo.

Recorde-se que Tavares foi o responsável pela fusão da PSA e da FCA, que resultou na Stellantis em 2021. Demitiu-se da liderança do grupo em dezembro do ano passado.

Carlos Tavares, diretor executivo da Stellantis
© Stellantis Carlos Tavares, ex-diretor-executivo da Stellantis

Conflitos internos e críticas externas

A sua saída foi tudo menos pacífica. Foram vários os desacordos entre o executivo português e a direção da Stellantis, como por exemplo, sobre reduções adicionais de custos, assim como os conflitos com vários atores do mercado norte-americano — dos concessionários aos fornecedores —, que não concordaram com as mudanças estratégicas e operacionais impostas.

Para além disto, Tavares tornou-se alvo de críticas públicas do sindicato UAW (United Auto Workers) nos EUA, que chegou a fazer uma campanha ativa para o afastar do cargo, acusando-o de má gestão e maus-tratos aos trabalhadores.

Mas Carlos Tavares, durante a entrevista, também assumiu a responsabilidade por não ter sido capaz de convencer o mercado norte-americano das suas estratégias. “Os concessionários nos EUA não queriam apoiar aquilo que nós estávamos a fazer, e isso é responsabilidade minha”, afirmou.

Tavares reforçou ainda que não foi despedido, sublinhando que tomou a decisão de sair da Stellantis depois de uma conversa “muito madura” com o presidente John Elkann. “Num determinado momento, há uma encruzilhada e alguém decide que é hora de nos separarmos. E está tudo bem”, acrescentou.

“Não tenho nada contra ninguém. Nem mesmo contra aqueles que dificultaram a minha vida quando eu era diretor-executivo da Stellantis.”

Carlos Tavares

O executivo acrescentou ainda que “muitas coisas poderiam ter sido feitas de forma diferente, mas isso não importa. A empresa é lucrativa”. Como mencionado acima, Tavares é favorável à escolha de Antonio Filosa como seu sucessor, tendo acrescentado: “Esperemos que ele seja apoiado devidamente pela direção. Vamos ver”.

Mais fusões no futuro

Além dos desafios internos, Tavares destacou as dificuldades externas que afetam a indústria automóvel global. Referiu que as tarifas impostas pelos EUA estão a piorar a situação, mas mantém-se otimista quanto ao futuro: “Claro que as tarifas estão a piorar as coisas, mas as tarifas não vão durar”, afirmou, mostrando confiança numa resolução futura das tensões comerciais.

O executivo também prevê mais fusões entre construtores no futuro: “Isto vai acontecer porque as empresas vão estar em apuros”, concluiu. Nada disse sobre que construtores poderiam seguir essa via, mas face às condições do mercado, é a única solução que vê para reduzir custos e tirar vantagens das sinergias.

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