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Volvo: “UE deve reduzir tarifas. Devemos ser nós a dar o exemplo”

Com os lucros em queda e as tarifas a apertar, a Volvo quer que a UE dê o exemplo e reduza as tarifas sobre os automóveis importados dos EUA.

Volvo XC60 MY26 - grelha frontal
© Volvo

O diretor executivo da Volvo, Håkan Samuelsson, defendeu que a União Europeia (UE) deve reduzir as tarifas que cobra aos carros importados dos EUA.

As relações comerciais entre os dois blocos têm estado tensas, devido à implementação de tarifas adicionais por parte dos EUA. No centro da discórdia está a desigualdade nas tarifas: enquanto o país norte-americano cobrava 2,5% sobre os automóveis europeus importados, a UE aplicava uma taxa de 10% sobre os carros vindos dos EUA.

Para Samuelsson, esta disparidade não faz sentido: “Se a Europa é a favor do comércio livre, devemos ser nós a dar o exemplo e a reduzir primeiro as tarifas para níveis muito baixos”, afirmou à Reuters. O diretor-executivo da Volvo acrescentou ainda: “A indústria automóvel europeia não precisa definitivamente de qualquer proteção contra os construtores americanos.”

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Atualmente, os carros europeus já enfrentam uma tarifa combinada de 27,5% ao entrar nos EUA (25% adicionais aos 2,5% anteriores). Recentemente, Donald Trump, presidente dos EUA, ameaçou subir este valor para 30% a partir de 1 de agosto, se as duas potências não chegarem a acordo.

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Números da Volvo em queda

As declarações de Samuelsson surgem numa altura em que a Volvo passa por um período de turbulência. No segundo trimestre, o construtor sueco registou um prejuízo operacional de 10 mil milhões de coroas suecas (888 milhões de euros à taxa de câmbio atual), que refletem o impacto das tarifas e o atraso no lançamento de novos modelos.

No total do semestre, as perdas ascendem a 15 mil milhões de coroas suecas (1,3 mil milhões de euros), com a margem operacional a cair de 14,2%, no primeiro semestre de 2024, para 9,5% no primeiro semestre de 2025.

As dificuldades não são inesperadas. No final de março, Jim Rowan foi afastado do cargo de diretor-executiv, que ocupava desde 2022, para dar lugar a Samuelsson, que saiu da reforma para voltar a liderar o construtor, depois de ter ocupado o cargo entre 2012 e 2022.

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Controlada pela chinesa Geely, a Volvo é uma das marcas europeias mais expostas às tarifas dos EUA, já que a maioria dos seus modelos vendidos naquele mercado são produzidos na Europa. Além das tarifas sobre os automóveis, a marca também enfrenta uma taxa de 25% sobre peças e componentes importados.

Produzir mais nos EUA

Como resposta, a Volvo planeia produzir mais modelos nos EUA. O construtor tem uma fábrica localizada na Carolina do Sul, onde é produzido atualmente o EX90 (em conjunto com o Polestar 3). O plano agora passa por produzir também o XC60 nos EUA no final de 2026 — até agora, o XC60 à venda nos EUA era importado da Suécia.

Volvo Cars CEO 2025 Hakan Samuelsson
© Volvo Håkan Samuelsson, diretor-executivo da Volvo

Recorde que o XC60 é o modelo mais vendido da marca a nível global, sendo também o mais vendido nos EUA. Está quase a chegar uma nova geração exclusivamente elétrica, mas a atual, com motores a combustão, vai continuar a ser vendida, tendo sido atualizada recentemente.

“Estas são as únicas medidas que nós conseguimos controlar, já relativamente às tarifas nós só podemos ter uma opinião, como a restante indústria”, disse o executivo.

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