Notícias Honda tem a mesma opinião da Toyota sobre os elétricos

Indústria

Honda tem a mesma opinião da Toyota sobre os elétricos

O objetivo final não é ter um mundo só com elétricos a bateria, afirmou o responsável da Honda Austrália. O objetivo final é mais lato.

Honda 0 Series Saloon e SUV
© Honda

Para a Honda, o objetivo final não é ter um mundo dominado por automóveis elétricos a bateria, mas sim alcançar a neutralidade carbónica. E se esta visão soa familiar é porque não é a primeira a defendê-la: a Toyota, sua conterrânea e rival, tem-na defendido aos anos.

Foi Jay Joseph, presidente e diretor-executivo da Honda Austrália, em entrevista à publicação Drive, que recordou que o grande objetivo do construtor japonês é alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

Honda Super EV Concept
© Honda A Honda revelou no Goodwood Festival of Speed no passado mês de julho um dos seus próximos elétricos: um citadino que, por agora, é apenas conhecido como Super EV.

Mas como o CEO da Honda Austrália afirmou, os automóveis elétricos a bateria não são o único caminho para a atingir:

“Os elétricos a bateria não são o objetivo. Veículos elétricos melhores são um caminho para alcançar a neutralidade carbónica, mas não necessariamente o único.”

Jay Joseph, presidente e CEO da Honda Austrália

Os elétricos melhores a que se refere não se limitam aos ousados e futuristas 0 Series que a marca japonesa vai lançar a partir de 2026. Jay Joseph lembrou que a Honda está também a desenvolver baterias de estado sólido. Uma tecnologia no qual são depositadas grandes esperanças para o automóvel elétrico do futuro.

Apesar de não serem o único caminho para atingir a neutralidade carbónica, o executivo australiano concede que os elétricos a bateria são “o caminho óbvio a curto e médio prazo”, mas ressalvou que “vamos desenvolver outras tecnologias que nos ajudem a alcançar isso também”.

Quais são as outras tecnologias?

Jay Joseph falou de uma que é muito cara à Honda, a tecnologia fuel cell, ou pilha de combustível a hidrogénio. Continuam a ser carros elétricos, mas a eletricidade é gerada a bordo, prescindindo de uma bateria de grande capacidade.

O construtor japonês foi um dos pioneiros nos fuel cell, tendo lançado o seu primeiro veículo há mais de 20 anos, em 2002. Mais de uma década antes da Toyota ter lançado o Mirai. Hoje, a Honda vende um CR-V fuel cell, mas como acontece na Toyota ou na Hyundai, o seu impacto comercial é irrisório face ao dos elétricos a bateria.

Apesar das vantagens — abastecimentos rápidos e as emissões de escape são apenas água —, as desvantagens da tecnologia de pilha de combustível a hidrogénio pesam muito mais. Os custos de produção do hidrogénio verde e a rede muito limitada de distribuição e armazenamento, continuam a ser entraves gigantes à disseminação desta tecnologia.

Fuel cell não é a única tecnologia

Há mais tecnologias que a Honda poderá explorar na perseguição da neutralidade carbónica, como a Toyota tem feito. Ainda que continuem a «esbarrar» na questão do hidrogénio.

Uma delas é usar o próprio hidrogénio como combustível num motor de combustão, substituindo a gasolina (origem fóssil). A outra é combinar hidrogénio e dióxido de carbono para fazer combustíveis sintéticos, caminho que tem sido percorrido também pela Porsche.