Notícias Hyundai e General Motors vão trabalhar juntas e não vai ser pouco

Indústria

Hyundai e General Motors vão trabalhar juntas e não vai ser pouco

Do fornecimento de aço à produção automóvel. A Hyundai e General Motors acabam de celebrar uma das alianças mais importantes de 2025.

Assinatura do acordo de parceria
© Hyundai

Hyundai e General Motors vão trabalhar juntas e não vai ser pouco. As duas marcas acabam de oficializar uma aliança que prevê o desenvolvimento conjunto de cinco novos modelos e a produção de mais de 800 mil veículos por ano quando a aliança estiver em «velocidade de cruzeiro». No entanto, como veremos adiante, não são apenas automóveis que estão em causa.

Este memorando de entendimento está destinado sobretudo aos mercados da América Central e América do Sul, onde as exigências de eletrificação são mais suaves do que noutros mercados — nomeadamente na Europa — e a margem de crescimento é elevada.

Estão já confirmados dois modelos ligeiros de passageiros, um SUV e uma berlina, e duas pick-ups, uma compacta e outra de segmento médio. Todos terão variantes com motor de combustão interna e versões híbridas. Além destes, está também em desenvolvimento um furgão comercial 100% elétrico para os Estados Unidos.

Estratégia bem definida

A distribuição de responsabilidades entre os dois grupos está alinhada com os pontos fortes de cada marca nestes mercados. Ou seja, a Hyundai ficará encarregue dos modelos compactos, enquanto a General Motors liderará o desenvolvimento da pick-up de maiores dimensões. A comercialização de todos os modelos deverá arrancar em 2028.

Assinatura do acordo de parceria
© Hyundai (Da esq. para a dir.) Mary Barra, CEO da GM, e Euisun Chung, Executive Chairman do Hyundai Motor Group

Apesar de o acordo só ter sido firmado agora, as duas empresas já estão a trabalhar há meses nas fases iniciais de engenharia e design. Os modelos partilharão plataformas e componentes estruturais, mas cada marca terá liberdade para definir o seu próprio estilo exterior e interior. Uma abordagem que permitirá sinergias industriais sem diluir a identidade de cada fabricante.

Uma aliança forjada no aço

Fora da linha de montagem, a colaboração estende-se também à aquisição de matérias-primas e componentes, incluindo o acesso conjunto a fornecedores de aço com baixo teor de carbono. Recordamos que a Hyundai é uma das poucas marcas a nível mundial com capacidade para produzir o seu próprio aço. Aliás, a Hyundai é um dos líderes mundiais na produção de aço industrial.

Há ainda uma vertente tecnológica menos óbvia, mas com impacto a médio prazo: as duas marcas estão a explorar formas de cooperar no desenvolvimento de células de combustível a hidrogénio. Uma aposta que contrasta com a recente decisão da Stellantis de cancelar os seus projetos nesta área e que reforça a convicção da GM e da Hyundai no potencial do hidrogénio, especialmente no setor comercial.

Num momento em que os custos de desenvolvimento aumentam e o tempo de colocação no mercado é cada vez mais crítico, esta parceria responde a uma lógica clara: cortar despesas, ganhar escala e acelerar processos. A Hyundai reforça a sua presença no continente americano e a GM reduz o risco associado a novos produtos. E como as próprias marcas já deixaram no ar, estes são apenas os primeiros de vários modelos que podem nascer desta nova aliança entre dois gigantes da indústria automóvel.