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Grupo Renault suspende atividades na Rússia

Um dia depois de ter anunciado que ia retomar as operações no país, a Renault anunciou agora a suspensão das atividades na Rússia.

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© Razão Automóvel

O conselho de administração do Grupo Renault confirmou esta quarta-feira a suspensão de todas as atividades do grupo na Rússia.

Este anúncio chega apenas um dia depois de a Renault ter anunciado que ia retomar as operações naquele país (e a produção na fábrica que tem em Moscovo, que estava suspensa desde o início do conflito), decisão que acabou por gerar alguma controvérsia, sobretudo na Ucrânia.

Nem mesmo Volodymyr Zelensky se mostrou indiferente a essa situação. Ouvido pelo parlamento francês, o presidente ucraniano pediu que todas as empresas gaulesas deixassem a Rússia.

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Renault Captur RS Line
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

“As empresas francesas devem deixar de imediato o mercado russo. A Renault, o Auchan, o Leroy Merlin e outras marcas têm de parar de patrocinar a máquina de guerra russa”, disse.

Renault tem 45 000 funcionários na Rússia

De acordo com o Citibank, citado pelo Automotive News Europe, o mercado russo representa 8% dos lucros do Grupo Renault, sendo o seu segundo maior mercado a seguir à França, com vendas de aproximadamente meio milhão de unidades por ano.

Para isso muito contribui a sua participação na AvtoVAZ, da qual detém 69%, e onde se integra a Lada, que é a marca automóvel mais vendida naquele país. Relembramos que a estratégia do Grupo Renault passava por juntar a Lada com a Dacia numa nova unidade de negócio para potenciar as sinergias entre as duas marcas.

Graças à sua posição na AvtoVAZ, a Renault detém aproximadamente 30% do mercado automóvel russo, sendo que no total tem cerca de 45 000 funcionários no país.

Por lá são produzidos na fábrica de Avtoframos, em Moscovo, os Renault Duster, Kaptur (difere do Captur vendido cá), Arkana (o Arkana «europeu» é produzido na Coreia do Sul) e o Nissan Terrano (rebadge do Duster), todos eles derivados do Dacia Duster ou da sua plataforma.

De acordo com o comunicado do conselho de administração, o grupo francês está agora a avaliar todas as opções em relação à sua participação na AvtoVAZ, ao mesmo tempo que procura agir de forma responsável em consideração aos seus 45 000 funcionários na Rússia.

Margem operacional atualizada

Graças a esta decisão, o Grupo Renault já ajustou as suas perspectivas financeiras para 2022 de forma a atingir uma margem operacional de 3%, ao invés dos 4% que tinham sido anteriormente anunciados.

Fonte: Grupo Renault, Automotive News Europe