Notícias Europa. Emissões de CO2 dos automóveis continuam a subir

Emissões de CO2

Europa. Emissões de CO2 dos automóveis continuam a subir

O Tribunal de Contas Europeu prevê num relatório que a UE dificilmente alcançará as metas de redução das emissões de dióxido de carbono.

lisboa trânsito

Têm sido muitos os esforços da União Europeia para reduzir a emissão dos gases de efeito de estufa dos transportes. Contudo, de acordo com um relatório publicado pelo Tribunal de Contas Europeu (TCE), a maioria dos automóveis que circula na UE continua a emitir a mesma quantidade de dióxido de carbono (CO2) que há 12 anos.

Aliás, desde 1990 — ano de referência que serviu de base às primeiras metas estipuladas pelo Protocolo de Quioto (1997) —, que as emissões de CO2 de automóveis de passageiros ao invés de diminuirem têm aumentado.

UE-27: repartição das emissões de CO₂ provenientes dos
transportes (1990-2021)
UE-27: repartição das emissões de CO₂ provenientes dos transportes (1990-2021)
© Tribunal de Contas Europeu

Recorde que, em 2009 foi adotado o regulamento que estabelecia um limite de emissões médias de CO2 e foi muito alterado em 2019, com metas mais exigentes e menos tempo para as alcançar.

Peso das emissões
Em 2021, o setor dos transportes representaram 23% do total das emissões de gases com efeito de estufa da UE, sendo os automóveis de passageiros são responsáveis por mais de metade dessas emissões.

Emissões CO2 e os motores a combustão

De acordo com o TCE, a tendência de subida deve-se ao facto de, mesmo havendo um limite de emissões, continuar a haver uma discrepância entre os testes de certificação em laboratório e as emissões em condições reais de circulação.

Recorde que em 2018 foi introduzido um novo ciclo de testes de certificação dos consumos e emissões dos automóveis novos já com o intuito de reduzir a discrepância entre os testes de laboratório e os consumos reais: o conhecido WLTP que tomou o lugar do mais permissivo NEDC.

De acordo com este organismo, as emissões reais dos automóveis a combustão — são ainda os mais utilizados, correspondendo a 3/4 dos nos novos registos —, não diminuíram. Nos últimos 10 anos, por exemplo, não se registou qualquer alteração nas emissões de CO2 dos carros com motores Diesel, e nos carros a gasolina, verificou-se uma ligeira descida, de apenas 4,6%.

O TCE reconhece que a eficiência dos motores a combustão tem vindo a aumentar, mas a verdade é que os automóveis de hoje são mais pesados (em 10%) e mais potentes, eliminando, assim, os ganhos em eficiência.

“Enquanto o motor de combustão for o rei da estrada, não haverá uma redução real e visível das emissões de COdos carros. Por outro lado, eletrificar o parque automóvel da UE não é tarefa fácil.”

Pietro Russo, Membro do TCE

Emissões CO2 e os híbridos plug-in

Nos automóveis parcialmente eletrificados, o cenário não é melhor. Os híbridos plug-in (que podem ser ligados à tomada para carregar a bateria) deviam ser parte da solução, mas na realidade são parte do problema, diz o TCE. As emissões reais das motorizações híbridas plug-in ultrapassam em muito as emissões divulgadas pelos fabricantes, relata o organismo.

Isso acontece devido aos testes (WLTP) de certificação dos consumos e emissões, que dão primazia ao uso da bateria. É por isso que há tantos SUV híbridos plug-in com mais de duas toneladas a declararem consumos de um litro ou menos por cada 100 km.

Contudo, como referimos em todos os nossos testes a veículos híbridos plug-in, para alcançar valores tão baixos de consumos e emissões, só com carregamentos muito frequentes. Quando tal não acontece, o motor de combustão vai ser mais requisitado e, claro, vai-se refletir nos consumos e emissões obtidos.

A partir de 2025, vão mudar as regras de certificação para os híbridos plug-in, onde será ajustada a razão entre o uso do motor elétrico e do motor de combustão, de modo a haver uma correspondência mais próxima com o uso real destes veículos.

Qual é a solução?

Em suma, o TCE diz que apenas os 100% elétricos têm vindo a contribuir de forma positiva para a diminuição das emissões de CO2. Desde 2018, a aderência aos elétricos subiu exponencialmente: passaram de uma em cada 100 matrículas de automóveis novos em 2018, para quase uma em sete em 2022.

O TCE recomenda que se a UE quer alcançar as metas da redução de emissão deste gás, precisa de investir mais na resolução dos «obstáculos» a uma adoção mais rápida dos automóveis elétricos.

Entre esses obstáculos são referidos o acesso a matérias-primas para a construção de baterias, o preço dos veículos e a expansão da rede de carregamento: “70% do dos carregadores da UE estão concentrados em apenas três países (Países Baixos, França e Alemanha)”.

“A União Europeia não vai alcançar as metas de redução das emissões de dióxido de carbono para os automóveis novos de passageiros enquanto faltarem certas condições de base importantes.”

TCE (Tribunal de Contas Europeu)

Fonte: Tribunal de Contas Europeu

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