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XPeng vai construir na Europa e diz querer ser “líder em inovação”

Chegar é fácil, ficar é outra história. XPeng e Dongfeng dizem querer fazer parte da lista das marcas chinesas que sobrevivem na Europa.

Xpeng e Dongfeng
© Razão Automóvel

A XPeng e a Dongfeng estão a dar os primeiros passos em Portugal e a enfrentar os desafios que um mercado cada vez mais fragmentado apresenta. Mas mesmo sendo ambas representadas pela Salvador Caetano, estão a seguir estratégias bastante diferentes na chegada ao nosso país.

Se a XPeng se apresentou logo com uma gama relativamente completa, com três modelos distintos, a Dongfeng «viajou» somente com o Box, um pequeno citadino 100% elétrico que, até ver, continua a assumir todas as «despesas» da marca chinesa em Portugal.

Apesar das diferenças, há algo que une estas duas marcas: ambas têm como objetivo vender 1000 unidades em 2025, o primeiro ano completo de vendas em Portugal.

Dongfeng Box ECAR SHOW 2025
© Razão Automóvel O Box é o único modelo que a Dongfeng tem à venda em Portugal.

Mas antes de sequer pensar em vender automóveis em Portugal, qualquer uma destas marcas enfrentou os desafios típicos de um construtor estreante e que vão desde a implementação de uma rede de assistência até à abertura de espaços próprios. Desafios que quer a XPeng quer a Dongfeng ainda estão a ultrapassar.

Para perceber como é lançar uma nova marca no mercado e também para olhar para o futuro que XPeng e Dongfeng podem ter no mercado nacional, recebemos Rafael Monteiro, diretor de operações da XPeng Portugal, e Luís Santos, diretor de operações da Dongfeng em Portugal, nas Auto Talks, o novo formato editorial da Razão Automóvel, que teve a sua estreia no ECAR Show 2025 (23-25 maio).

Inovação tecnológica é chave

Apesar dos desafios, ambas as marcas parecem determinadas a conquistar um lugar de destaque entre os consumidores portugueses. Rafael Monteiro sublinhou a exigência do mercado português e garantiu que a chave para vingar está na inovação tecnológica.

Além disso, não escondeu que apesar de existirem vários novos construtores chineses a «inundar» o mercado português (e o europeu), com o passar do tempo só “vão ficar os melhores”.

XPeng G6 ECAR SHOW 2025
© Razão Automóvel XPeng G6

Presente na Europa desde 2021, a XPeng não esconde a ambição: além do sucesso crescente no mercado doméstico — o chinês —, que é o maior do mundo, vai começar a produzir veículos na Áustria ainda este ano.

O construtor assume-se como uma empresa de tecnologia, sendo que tem investido fortemente no carregamento ultrarrápido (pioneiros na arquitetura de 800 V). “Queremos ser líderes na inovação”, resume Rafael Monteiro.

Para o diretor da marca em Portugal, a entrada da Volkswagen no capital da XPeng, mesmo que de forma minoritária, valida a estratégia do fabricante: “É uma aposta de um grupo grande naquilo que até há pouco tempo era uma startup”, disse.

Já a Dongfeng, por sua vez, está a dar os primeiros passos na Europa — foi apresentada em Portugal no final do ano passado. Com 56 anos de história, o grupo chinês opera com três marcas distintas: a Dongfeng, focada em modelos urbanos 100% elétricos; a Voyah, posicionada no segmento premium; e uma terceira marca, M-Hero, de SUV elétricos de alto desempenho, ainda por lançar.

Segundo Luís Santos, o grupo está a estruturar-se de forma sólida, com o apoio da Salvador Caetano, especialmente no após-venda — uma das áreas mais sensíveis para marcas emergentes. “Temos um armazém de peças em Espanha. O feedback tem sido muito positivo”, afirma. Também a XPeng, tem essa preocupação, tendo igualmente um armazém que fornece o mercado ibérico.

As marcas chinesas vieram para ficar?

Tanto a XPeng como a Dongfeng têm um desafio grande: serem conhecidas e aceites pelo grande público. Para ambas, o objetivo é claro: crescer de forma sustentada e mostrar que há marcas chinesas que vieram para ficar. “Nem todas ficarão, mas a nossa sim”, rematou Rafael Monteiro.

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