O Alfa Romeo mais caro de todos os tempos já esgotou

Há nomes que carregam mais do que história. Carregam emoção, paixão e até responsabilidade: “33 Stradale” é um desses nomes.

Criado em 1967 por Franco Scaglione, o Alfa Romeo 33 Stradale original é, ainda hoje, apontado como um dos mais belos automóveis alguma vez construídos — não quero entrar nessa discussão, mas é seguramente!

Nascido da competição, moldado à mão e produzido em apenas 18 exemplares, tornou-se um símbolo da fusão entre a técnica e a arte automóvel. Alfa Romeo no seu estado mais puro.

Durante quase seis décadas, o mundo esperou — alguns com esperança, outros sem esperança nenhuma… — que esse nome voltasse a ser evocado. Agora, finalmente, está de volta e as 33 unidades esgotaram em menos de nada.

O Alfa Romeo mais exclusivo de sempre

O novo Alfa Romeo 33 Stradale é o automóvel mais caro alguma vez produzido pela marca italiana. Cada unidade tem um valor superior a 1,7 milhões de euros… antes de impostos. E cada uma das 33 unidades já tem dono.

Não foi preciso campanha de marketing. Não houve lista pública. Foram clientes próximos da marca, todos eles verdadeiros alfistas, que disseram “sim” ao projeto quando pouco mais existia do que esboços e a palavra da Alfa Romeo. As entregas já começaram e estendem-se ao longo dos próximos 12 meses. Porque construir um 33 Stradale leva tempo. Muito tempo.

Carrozzeria Touring Superleggera novamente

A produção tem o envolvimento direto da Carrozzeria Touring Superleggera, um dos nomes mais respeitados do mundo da construção artesanal automóvel. São parceiros da Alfa Romeo há décadas e em conjunto já produziram alguns dos modelos mais icónicos da marca.

Tivemos oportunidade de presenciar a construção ao vivo, no local onde estão a ser construídas todas as unidades deste modelo, e registámos esse momento neste vídeo:

No total, mais de 30 especialistas trabalham na montagem de cada 33 Stradale. A estrutura de carbono e alumínio é montada à mão, ajustada com moldes de precisão e cada painel é verificado individualmente. As tolerâncias entre painéis medem-se em micrómetros. Só serão feitos 33, por isso exige-se perfeição.

A pintura é um desses casos — demora cerca de um mês por carro. O processo é manual, tridimensional, específico para a fusão de materiais com comportamentos distintos à luz. Não há robôs. Só mãos, olhos e experiência.

Uma viagem até Arese

Cada cliente é convidado a viajar até Arese, ao lado do museu da Alfa Romeo, onde tudo começa. Depois seguem para Balloco, a pista de testes da Stellantis e local onde foi desenvolvido dinamicamente o novo 33. Aí, no espaço da Bottega1, os clientes não escolhem apenas cores ou acabamentos. Escolhem sensações.

É um momento íntimo, muitas vezes vivido em família, onde se decide o tom de pele do interior, os apontamentos metálicos, a pintura exterior — cada detalhe adaptado a quem o vai conduzir, guardar e, provavelmente, passar às gerações seguintes.

É mais do que uma configuração. É uma cerimónia. Um daqueles momentos que ficam para sempre na vida de quem sonha com automóveis. Preço? Há momentos que não têm preço.

Esgotado… mas eterno

A exclusividade do novo 33 Stradale não está apenas no número de unidades ou no valor de cada exemplar. Está no que representa.

É o regresso de um nome mítico, sim. Mas é também uma declaração: a Alfa Romeo não esquece o seu passado. A marca promete continuar a produzir carros assim. Mas por favor, não nos façam esperar mais 60 anos.

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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