Notícias Skoda Ferat. O redesign ao “carro-vampiro” que foi estrela de cinema

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Skoda Ferat. O redesign ao “carro-vampiro” que foi estrela de cinema

O Skoda Ferat é a reinterpretação de um antigo protótipo de um desportivo da marca checa, que se tornaria na estrela de um filme de terror sci-fi.

Skoda Ferat

Um desportivo da Škoda? Isso mesmo. O Škoda Ferat “vive” apenas num mundo virtual e é o resultado da imaginação do designer francês da marca checa, Baptiste de Brugiere.

É a mais recente adição à iniciativa “Icons get a makeover”, onde os designers da Škoda revisitam a centenária história da marca e trazem para os nossos dias alguns dos modelos mais emblemáticos (ou intrigantes) do seu passado, reinterpretando-os.

É o caso deste Škoda Ferat, que nasceu, originalmente, em 1972, como 110 Super Sport, um protótipo para um desportivo revelado no Salão de Bruxelas desse mesmo ano. O coupé de aspeto futurista derivava do Škoda 110 R, um pequeno coupé com motor traseiro e tração traseira.

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O protótipo “acusava” apenas 900 kg e o seu pequeno quatro cilindros de apenas 1,1 l de capacidade debitava 73 cv de potência, permitindo alcançar os 180 km/h de velocidade máxima — um valor de respeito para a altura. Seria instalada mais tarde uma unidade motriz mais potente, com 1147 cm3 e 104 cv, herdada do 110 L Rallye de competição, que elevaria a velocidade máxima para uns mais impressionantes 211 km/h.

A Škoda pretendia fazer uma série limitada do 110 Super Sport, mas o contexto político dos anos 70 na antiga Checoslováquia não convidada a projetos desta natureza. O único 110 Super Sport terminado ficou-se apenas e só pelo protótipo.

Quase 10 anos depois, o 110 Super Sport conheceria uma segunda vida, quando foi o escolhido para ser o “ator” principal de um filme de terror sci-fi, “The Vampire of Ferat” (“Upír z Feratu” na língua original) que estrearia em 1981 — a história que gira à volta de um “carro-vampiro” que precisa de sangue humano para funcionar.

Skoda Ferat
Skoda Ferat durante as filmagens de “The Vampire of Ferat”.

Para o seu novo papel, o 110 Super Sport foi substancialmente redesenhado para se transformar no Škoda Ferat, um carro de ralis futurista. A tarefa esteve a cargo de Theodor Pištěk, reconhecido designer e artista — ganharia um Óscar de melhor guarda-roupa pelo trabalho que fez em “Amadeus”, de Milos Forman.

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A cor branca do protótipo seria substituída por um mais sinistro preto, com linhas vermelhas a acentuar alguns dos seus traços . A frente também perdia os seus faróis escamoteáveis e ganharia óticas fixas e retangulares, enquanto na traseira, as óticas eram herdadas do Škoda 120, que estava em desenvolvimento na altura. Por fim, o Škoda Ferat ganhava uma asa traseira e jantes de 15″ da BBS.

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Baptiste de Brugiere recupera o Ferat para os nossos dias, com um coupé desportivo de aparência futurista para a marca checa, sem no entanto cair no “retro” fácil.

O novo Škoda Ferat mantém, no entanto, as formas angulares do original e uma proeminente asa traseira, com as maiores dificuldades apontadas por de Brugiere a estarem nas linhas descendentes que nascem no para-choques dianteiro e vão até à traseira do Ferat original.

Skoda Ferat Skoda Ferat Skoda Ferat

Uma característica formal que caiu em desuso — hoje em dia é precisamente o oposto que é mais usado para se obter um desenho de aspeto mais dinâmico e até musculado —, pelo que acertar as linhas laterais e descobrir como equilibrá-las para conseguir uma aparência moderna foi o maior desafio deste designer. 

“Foi apenas após ter conseguido acertar o conjunto destas proporções básicas é que comecei a trabalhar nos outros detalhes”, rematou Baptiste de Brugiere.

Skoda Ferat
Baptiste de Brugiere com o Skoda Ferat original.