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Mercado automóvel em Portugal em queda, mas há sinais de recuperação

Num ano marcado pela pandemia de Covid-19, os números do mercado automóvel em Portugal entre janeiro e julho de 2020 não são animadores.

Renault Captur
© Thom V. Esveld / Razão Automóvel

Em julho de 2020, as vendas de automóveis ligeiros no mercado automóvel em Portugal só recuaram 17,8% face ao mesmo mês de 2019, significativamente menos do que a contração de 53,7% registada pelo mercado em junho, a mais elevada a nível europeu.

Apesar deste dado animador, que permitiu ao mercado reduzir as perdas acumuladas de 48,2% para 44,3% nos primeiros sete meses do ano, na verdade, o bom indicador de 17,8% só foi possível porque, em julho de 2019, o comércio de automóveis novos em Portugal foi também afectado por uma queda homóloga de 5,8%, face a julho de 2018, traduzido numa redução de 7397 unidades nas vendas comparadas de junho e julho de 2019.

Assim sendo, o número de matrículas de automóveis ligeiros cresceu apenas 4315 unidades (das quais 4133 são viaturas de passageiros) entre junho e julho de 2020, sendo que o mês de junho, além de possuir menos um dia útil, incluiu dois feriados que encerraram as vendas em Lisboa (a 13) e no Porto (a 24). Ou seja, possuiu menos dias dedicados ao negócio.

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2020 2019 Variação 2019 2018 Variação
Junho 13 423 28 971 – 53,7% 28 971 30 429 – 4,8%
Julho 17 738 21 574 – 17,8% 21 574 22 909 – 5,8%
Expressão numérica 4315 – 7397 – 7397 – 7520

Por outro lado, os indicadores dos anos anteriores relativos a estes meses demonstram a menor expressão de julho face a junho, em parte devido à redução das compras do rent-a-car que, geralmente até ao final de junho, normalizam os respetivos parques para fazer face à procura habitual nos meses de verão. O que não está a acontecer em 2020.

Quanto às marcas mais bem sucedidas, não há grandes novidades: em julho Renault, Peugeot, Mercedes-Benz, Citroën e BMW ocupam as cinco primeiras posições nas versões de passageiros, enquanto no pódio dos comerciais estão, como é habito, a Peugeot (a única das três a subir 5,8% no número de registos), a Citroën e a Renault, a última a descer para o lugar mais baixo.

Os números dos primeiros sete meses do ano

Com bastantes menos dias dedicados ao comércio por razões de encerramento da atividade económica devido ao confinamento, em 2020 mais razões estão a afetar a economia de um modo geral e muito concretamente o comércio automóvel.

2020 2019 Variação 2019 2018 Variação
Janeiro-junho 76 470 147 610 – 48,2% 147 610 153 866 – 4,1%
Janeiro-julho 94 208 169 184 – 44,1% 169 184 176 775 – 4,3%
Expressão numérica 17 738 21 574 21 574 22 909
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Além do quadro comparativo da evolução dos últimos três anos publicado mais acima (que evidenciam uma queda em 2019), estes são alguns dados possíveis de retirar da avaliação à atual situação do mercado automóvel em Portugal nos primeiros sete meses de 2020, com base nas tabelas compiladas pela ACAP:

  • Até ao final do mês de julho matricularam-se 94 208 viaturas ligeiras, uma redução de 44,3% face às 169 184 que foram registadas em igual período de 2019;
  • Porém, no mesmo intervalo de 2019, face ao de 2018, o mercado português já dava sinais de abrandamento, ao recuar 4,3%. Daí até ao final de dezembro haveria de recuperar, diminuindo, ainda assim, 2% face ao total de 2018;
  • Os ligeiros de mercadorias apresentam uma variação percentual negativa (-36,1%) inferior aos ligeiros de passageiros (-45,6%). Contudo, os comerciais ligeiros constituem apenas 15% do total de matrículas de automóveis ligeiros;
  • Por marcas automóveis, no acumulado dos primeiros sete meses do ano Renault, Peugeot, Mercedes-Benz, BMW e Citroën ocupam as cinco primeiras posições nas versões de passageiros, enquanto o pódio dos comerciais, no mesmo período, é disputado entre a Peugeot, Citroën e Renault;
  • A boa prestação da Citroën no segmento dos comerciais permite-lhe ultrapassar a BMW no conjunto dos veículos ligeiros;
  • As únicas marcas a superar os resultados obtidos em 2019 são a Porsche e a MAN, a última, em grande medida, devido às vendas obtidas com versões de passageiros.
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Porém, entre as 20 marcas melhor classificadas na classe dos ligeiros de passageiros, apenas cinco reduziram a sua quota de mercado face ao mesmo período de 2019. Por causa da contracção global dos valores em 2020, as restantes conseguiram aumentar a sua presença, com destaque para as duas marcas premium de origem germânica: Mercedes-Benz e BMW:

Posição Marca Quota de mercado em 2020 Quota de mercado em 2019 Variação
Renault 12,21 13,74 – 1,52
Peugeot 10,88 10,55 0,33
Mercedes-Benz 9,55 6,91 2,64
BMW 6,87 5,83 1,04
Citroën 5,93 6,71 – 0,77
Nissan 5,53 4,58 0,96
SEAT 5,01 5,00 0,01
Toyota 4,63 4,22 0,41
Volkswagen 4,54 4,59 – 0,05
10º Ford 4,45 3,99 0,46
11º Fiat 4,24 6,91 – 2,67
12º Opel 3,65 5,35 – 1,70
13º Hyundai 3,63 2,73 0,90
14º Dacia 3,37 2,72 0,65
15º Volvo 2,65 2,25 0,39
16º Kia 2,35 2,31 0,04
17º Audi 1,90 1,61 0,29
18º Mitsubishi 1,30 1,48 – 0,18
19º MINI 1,27 1,14 0,13
20º Tesla 0,90 0,85 0,05

Consulta a Fleet Magazine para mais artigos sobre o mercado automóvel.

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