Notícias Limitar jovens de conduzir à noite e transportar passageiros para reduzir mortes nas estradas?

Segurança Rodoviária

Limitar jovens de conduzir à noite e transportar passageiros para reduzir mortes nas estradas?

É o que recomenda o relatório anual do progresso da segurança rodoviária na Europa para os jovens condutores, considerado um grupo de alto-risco.

acidentes carros

Largos anos depois de se terem “visto livres” do famoso “ovo estrelado” (um sinal obrigatório na traseira do carro de um recém-encartado que o proibia de exceder os 90 km/h), novas restrições a jovens condutores estão entre várias recomendações para reduzir o número de mortes nas estradas europeias.

A ideia e o debate de impor maiores restrições aos jovens condutores não são de agora, mas o 14º Relatório de Índice de Desempenho em Segurança Rodoviária voltou a trazê-las para a ribalta.

Elaborado pelo Conselho Europeu de Segurança dos Transportes (ETSC), este relatório analisa anualmente o progresso da segurança rodoviária na Europa, apresentando depois recomendações de modo a incrementá-la.

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As recomendações

Ora, entre várias recomendações emitidas por este organismo — vão desde políticas de maior coesão entre os países até ao fomento de novas formas de mobilidade —, há um conjunto de recomendações específicas para jovens condutores.

De acordo com o relatório (e até com outros relatórios Conselho Europeu de Segurança dos Transportes), certas atividades consideradas de alto-risco deveriam ser limitadas aos jovens condutores, entre as quais destacamos a recomendação da limitação de condução à noite e a de transportarem passageiros no veículo.

Acerca destas hipóteses, José Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa afirmou ao Jornal de Notícias: “Ao contrário dos adultos, que têm uma condução mais cuidada quando estão acompanhados, os jovens ao volante correm mais riscos e têm mais acidentes quando estão com os seus pares”.

Porquê os jovens condutores?

A razão por detrás da elaboração de recomendações especificamente destinadas aos jovens deve-se ao facto de, segundo um relatório publicado em 2017, estes se inserirem num grupo de risco que compreende a faixa etária que vai dos 18 aos 24 anos.

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De acordo com este relatório, mais de 3800 jovens são mortos todos os anos nas estradas da UE, sendo até a maior causa de morte nessa faixa etária (18-24 anos). Tendo em conta estes números, o Conselho Europeu de Segurança dos Transportes considerou que são necessárias medidas específicas para este grupo dos jovens condutores.

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A sinistralidade na Europa

Como te dissemos no início deste artigo, o 14º Relatório de Índice de Desempenho em Segurança Rodoviária não se limita a apresentar recomendações para a redução da sinistralidade rodoviária, também  monitoriza o progresso da segurança rodoviária na Europa anualmente.

Assim sendo, o relatório revela que em 2019 houve uma redução de 3% no número de mortos (22 659 vítimas no total) nas estradas Europeias face a 2018, com um total de 16 países a registarem um decréscimo nos números.

Entre estes, destaque para o Luxemburgo (-39%), Suécia (-32%), Estónia (-22%) e Suíça (-20%). Quanto a Portugal, essa redução ficou-se pelos 9%.

Apesar destes bons indicadores, de acordo com o relatório, nenhum dos Estados Membro da União Europeia está no bom caminho para alcançar a meta de redução de mortes nas estradas estabelecida para o período 2010-2020.

Durante o período 2010-2019 verificou-se uma redução de 24% no número de fatalidades nas estradas europeias, uma redução que, apesar de positiva, está bem longe da meta de 46% definida para o final de 2020.

E Portugal?

Segundo o relatório, no ano passado os acidentes rodoviários em Portugal reclamaram a vida de 614 pessoas (menos 9% que em 2018, ano em que morreram 675 pessoas). Já no período 2010-2019 a redução verificada é bem superior, chegando aos 34,5% (a sexta maior redução).

Ainda assim, os números apresentados por Portugal continuam a estar longe dos de países como a Noruega (108 mortes em 2019) ou a Suécia (221 mortes nas estradas no ano passado).

Por fim, no que diz respeito às mortes por um milhão de habitantes, os números nacionais também não são animadores. Portugal apresenta 63 fatalidades por um milhão de habitantes, comparando-se desfavoravelmente com, por exemplo, as 37 da vizinha Espanha ou até as 52 de Itália, cotando-se em 24º lugar neste ranking em 32 países analisados.

Ainda assim, há que ressalvar que face aos números apresentados em 2010 houve uma franca evolução, pois nessa altura registaram-se 89 mortes por um milhão de habitantes.

Fonte: Conselho Europeu de Segurança dos Transportes.

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