Crónicas Carros que hoje são mais bonitos do que quando foram lançados

Design

Carros que hoje são mais bonitos do que quando foram lançados

Há quem defenda que "estar certo antes de tempo também é estar errado". Este princípio também se aplica aos automóveis? Vamos usar o exemplo do Citroën C6.

Citroën C6

A propósito deste artigo sobre o futuro Citroën C5 lembrei-me de um carro que muitos já esqueceram: o Citroën C6. Lançado em 2005, foi a última tentativa (falhada) da Citroën no competitivo segmento E.

Pela frente o C6 encontrou modelos como o BMW Série 5 (E60), Mercedes-Benz Classe E (W211) e Audi A6 (B6). Enfim, as referências do costume.

Naquela altura a Citroën respondeu aos alemães com argumentos de peso. Um desses argumentos era uma lista de equipamento com que os germânicos ainda nem sonhavam: heads up display, avisador de saída da faixa de rodagem, faróis xenon direcionais, suspensão Hydractive 3+ com controlo eletrónico, spoiler eletrónico que se ajustava automaticamente em função da velocidade.

Enfim, coisas que em 2005 não eram comuns — algumas ainda nem são.

Citroën C6 interior

Quanto aos motores, é impossível não recordar o motor V6 2.7 HDI de 208 cv. Suave, fiável e relativamente comedido nos consumos. Tinha tudo para dar certo, certo?

Errado. Em termos comparativos o Citroën C6 vendeu 23 400 unidades enquanto que o BMW Série 5 (E60) vendeu 1 359 870 unidades! Foi uma derrota pesada para a Citroën.

De quem foi a culpa?

Citroën C6

Há quem aponte o design como um dos factores que influenciou negativamente a performance do Citroën C6. Outros dos factores que não ajudaram foi a imagem da marca face à concorrência. Mas vamos focar-nos no design.

Enquanto os carros alemães agradavam, no geral, a «gregos e troianos», o Citroën C6 fazia a maioria das pessoas torcer o nariz. Eu próprio — na altura com 20 e poucos anos… — olhava com estranheza para o C6.

Era, no entanto, um digno herdeiro dos grandes Citroën que os antecederam, começando no DS, lançado em 1955, passando pelo CX e também SM, e por fim, no XM, já na década de 90. Era visível a evocação desses modelos: fossem os dois volumes da carroçaria, as típicas proporções com longo vão frontal, até ao óculo traseiro de curvatura invertida.

Único, original, mas nunca consensual.

Citroën C6

12 anos depois

Volvidos 12 anos, olho para o Citroën C6 e penso “caramba, o carro é giro”. Em sentido oposto, os concorrentes que na altura vendiam como «pães quentes» hoje parecem fósseis vivos.

Não sei. Eventualmente estou sozinho nesta apreciação ao Citroën C6.

Uma coisa é certa, vou ali ao OLX já volto…

Será que estou mesmo sozinho?

Se partilhas desta opinião — de que há modelos que melhoraram com o tempo — usa a nossa caixa de comentários para me dares mais alguns exemplos. Se não concordas, também podes usar caixa de comentários para me recomendares um oculista.

Os que serão sempre feios: Os 15 carros mais feios de sempre

Vamos lá desenterrar esses carros que são a versão de “quatro rodas” daquela colega de escola que era feia como um camião TIR e que passado 10 anos ficou lindíssima.