Notícias A Opel está a perder 4 milhões de euros/dia. Carlos Tavares tem a solução

Salão de Frankfurt 2017

A Opel está a perder 4 milhões de euros/dia. Carlos Tavares tem a solução

Recentemente adquirida pelo Grupo PSA, Carlos Tavares que tirar a Opel do «vermelho». Como? Foi isso que explicou à margem do Salão de Frankfurt.

Carlos Tavares

Carlos Tavares, CEO português que lidera o Grupo PSA desde 2013, foi o homem responsável transformar o grupo gaulês de “alto a baixo” e por dar-lhe mais músculo financeiro.

Agora é a vez de tentar repetir a façanha com a Opel. Recordamos que com a aquisição da Opel pelo Grupo PSA, este grupo automóvel ascendeu ao 2º lugar no ranking dos construtores europeus, ultrapassando a aliança Renault-Nissan (3º lugar) e superado apenas pelo Grupo Volkswagen (1º lugar).

O diagnóstico

À margem do Salão de Frankfurt 2017, Carlos Tavares debruçou-se sobre um dos grandes problemas que a Opel enfrenta atualmente: eficiência.

As diferenças que vi até agora são consideráveis. (…) as fábricas da PSA são mais produtivas e eficientes que as da Opel”.

A publicação alemã Automobilwoche, avança inclusivamente com números concretos. Só no segundo trimestre do ano, a ineficiência da Opel custou aos cofres da marca 4 milhões de euros por dia.

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Este diagnóstico foi reforçado pelas visitas que Carlos Tavares fez recentemente às fábricas da Opel em Zaragoza (Espanha) e Russelsheim (Alemanha) é corroborado pela análise da LMC Automotive.

Carlos Tavares PSA
De acordo com um antigo engenheiro da Renault, Carlos Tavares “é uma das poucas dezenas de especialistas mundiais que sabem tudo sobre um carro, desde o desenho à produção, passando pelo marketing. Caiu na área automóvel como o Obélix no caldeirão da poção mágica quando era pequeno.”

De acordo com a análise desta consultora especializada em indústria automóvel, a fábrica espanhola da Opel está a laborar a 78% da capacidade máxima, Eisenach está a 65% e Russelsheim apenas a 51%. Em termos comparativos, as fábricas de Vigo e Sochaux do Grupo PSA estão a laborar a 78% e 81%. Possy e Mulhouse, em França, chegam mesmo aos 100%.

A cura

Para já, Carlos Tavares afasta o cenário de encerramento de fábricas da Opel. De acordo com o CEO português, que segundo um dos seus ex-colegas “caiu na área automóvel como o Obélix no caldeirão da poção mágica quando era pequeno”, o caminho passa pelo aumento da eficiência e não pelo aumento do volume de vendas.

Não vou apostar o futuro da Opel no aumento de vendas. […] ficaríamos expostos à variação da procura do mercado.

A estratégia passa por conseguir fazer o mesmo com menos recursos: melhorar procedimentos e rever toda a cadeia de produção (do fornecedor à linha de montagem). Uma estratégia que resultou há 4 anos, altura em que Carlos Tavares encontrou o Grupo PSA numa situação financeiramente complicada. Desde então, o breakeven do Grupo PSA passou dos 2,6 milhões de automóveis em 2013 para os 1,6 milhões em 2015.

A equação é simples. É tudo uma questão de eficiência. Se formos mais eficientes seremos mais lucrativos. Se formos mais lucrativos seremos mais sustentáveis. E se somos mais sustentáveis ninguém tem de se preocupar com o seu trabalho.

Nesta estratégia, o recurso à partilha de componentes entre a Opel e o Grupo PSA será um dos pontos mais importantes. Modelos como o Opel Crossland X e Grandland X são exemplos práticos de modelos da Opel que já recorrem a tecnologia 100% gaulesa.

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Fonte: Automotive News e Reuters