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Jaguar Land Rover: os Diesel não podem acabar

Ralf Speth, diretor executivo da Jaguar Land Rover, defendeu a tecnologia Diesel. Na opinião deste responsável pois o sucesso dos motores Diesel é vital a indústria automóvel europeia.

Pode-se afirmar que os últimos 18 meses não têm sido fáceis para os Diesel. As mudanças regulamentares que se aproximam terão impacto definitivo no destino dos Diesel.

As novas normas de emissões e os novos testes de homologação terão como consequência o fim progressivo das propostas Diesel nos segmentos mais baixos. No entanto, são outras medidas, de carácter mais político, como as que a União Europeia já propôs, vão acelerar o fim deste tipo de motorizações.

2017 Jaguar F-Pace - traseira

Ralf Speth, responsável da Jaguar Land Rover (JLR), em contra-corrente, vem defender esta tecnologia e o seu papel essencial no cumprimento de normas cada vez mais restritivas:

“A tecnologia Diesel mais recente é realmente um passo em frente no que toca a emissões, performance, partículas; é melhor para o ambiente quando comparado com um gasolina . O Diesel tem de – necessita de – ter um futuro.”

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Segundo Speth, o problema das emissões Diesel afeta toda a indústria dos transportes e não apenas os automóveis. É praticamente o único tipo de motorização para táxis, veículos comerciais e veículos pesados de transporte de passageiros e mercadorias, estando entre os que mais contribuem para a poluição do ar, sobretudo nos grandes centros urbanos.

“Qualquer pessoa consegue ver que o fumo negro que sai dos velhos Diesel é mau. Temos de os substituir por novos.”

Speth faz a distinção entre os Diesel antigos e os novos. A tecnologia evoluiu ao ponto de, atualmente, serem consideravelmente mais limpos, cumprindo a exigente legislação em vigor. A demonização que acontece hoje em dia põe tudo no mesmo “saco”, o que, segundo ele, é um erro.

Range Rover Evoue

Não só a Jaguar Land Rover, como a indústria automóvel europeia continua a estar excessivamente dependente da tecnologia Diesel. Pelo que este afastamento precipitado poderá afetar a capacidade do continente em atingir as metas definidas pela União Europeia para emissões CO2. É uma tecnologia que permite a contínua diminuição das emissões, servindo de solução de transição até os híbridos e elétricos conseguirem realmente ser a opção por defeito no mercado.

O Dieselgate foi o início da demonização do Diesel, ao qual Speth se refere: “Este tipo de manipulação de software não é aceitável. Infelizmente, toda a indústria automóvel é afectada, não apenas a Volkswagen”. Entre as consequências do escândalo, segundo este responsável:

“Ninguém acredita mais na indústria automóvel. Vêm-nos como transgressores onde não disponibilizamos a informação correcta. Temos de demonstrar que a nossa tecnologia é a melhor que podem comprar, no sentido de reduzir os danos à saúde e ao ambiente.”

Veículos elétricos a baterias são o futuro

Claro que não existe uma data definitiva para o fim de automóveis a Diesel. A transição decorrerá em paralelo, com múltiplas tecnologias a serem desenvolvidas e comercializadas simultaneamente, como já vemos acontecer.

No entanto, este cenário acarreta esforços monetários adicionais por parte dos construtores. Terão de continuar a desenvolver motores de combustão interna – Diesel e gasolina -, e têm de desenvolver híbridos e elétricos.

Jaguar I-Pace

Segundo Speth, os veículos elétricos a baterias serão o futuro. Ele prevê que em 2025, 25 a 30% dos veículos vendidos pela Jaguar Land Rover sejam puramente elétricos. Já em 2020, metade dos modelos do grupo deverão ter algum tipo de eletrificação, desde mild-hybrids (semi-híbridos) a veículos 100% elétricos, como o futuro Jaguar I-Pace.

Quanto à outra tecnologia concorrente, as fuel cell – pilhas de combustível que recorrem ao hidrogénio -, Ralph Speth não vê grande futuro, já que “do ponto de vista ambiental são pobres”.