Primeiro Contacto Conduzi o Smart mais potente de sempre mas isso é o que interessa menos

Desde 62 400 euros

Conduzi o Smart mais potente de sempre mas isso é o que interessa menos

Tem pouco ou nada a ver com a Smart que conhecíamos, mas não faltam qualidades ao #5 e, no caso do Brabus, acompanhadas por performance absurda.

Smart #5 Brabus

Primeiras impressões

8/10

Data de comercialização: Junho 2025

O Smart #5 Brabus quis impressionar pela performance, mas foram outros atributos que acabaram por convencer.

Prós

  • Espaço;
  • Qualidade de montagem e materiais;
  • Conforto;
  • Performance.

Contras

  • Consumos;
  • Dependência dos ecrãs táteis;

Facto curioso: é possível estacionar um fortwo entre os eixos do Smart #5 e ainda sobra espaço — esta não é, definitivamente, a Smart que conhecíamos. Agora é uma marca de SUV elétricos com ambições premium e o #5 é o que o demonstra melhor.

No caso deste #5 Brabus, essa proposição é levada a um extremo: quase 4,7 m de SUV, 2400 kg, tração integral e 646 cv de potência. Foi a versão que a Smart escolheu para este primeiro contacto e é também a primeira a chegar a Portugal.

A marca levou-nos ao Vale do Douro, entre estradas de montanha e autoestrada, onde colocámos à prova não só a performance, mas também o conforto, o espaço e a autonomia do #5. Nas próximas linhas explicamos se convenceu.

Smart #5 Brabus dianteira 3/4
© Smart

Muito espaço e três ecrãs

Para além da força bruta, o #5 Brabus impressionou mais pelo seu interior. O SUV não é apenas grande por fora — além de 4,7 m de comprimento, a distância entre-eixos é de 2,9 m —, é também muito grande por dentro.

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O habitáculo é amplo e confortável, sobretudo atrás, onde até pessoas mais altas, com mais de 1,8 m, não terão problemas em «esticar» as pernas. E a bagageira tem espaço para quase tudo: 630 litros de capacidade. Os argumentos do #5 como carro de família começaram, desde cedo, a evidenciar-se.

Além do espaço, destacam-se a bordo os dois ecrãs táteis de 13”: um central e outro diante do passageiro.

Smart #5 Brabus interior
© Smart O ecrã do passageiro só se ativa se alguém se sentar no banco e desliga-se após alguns segundos de inatividade, o que é útil para evitar distrações desnecessárias.

Este último só surge nas versões mais equipadas e permite ao passageiro aceder a várias funções (climatização, multimedia, etc) e até jogar — é bom que não enjoe em carros. Mas como acontece noutros modelos equipados com este ecrã adicional, não sentiria a falta se não estivesse lá. Já o avatar digital — um leão chamado Leo —, apesar de útil, pode tornar-se intrusivo com sugestões não solicitadas.

O que surpreendeu pela positiva foi a qualidade da montagem e dos materiais e a atenção ao detalhe — que vai ao encontro das aspirações premium da Smart. Só não apreciei o volante revestido em Alcantara que aquece excessivamente ao sol, tornando-se desconfortável ao toque.

É importante sublinhar que estava ao volante do #5 Brabus, a versão de topo, mas é de esperar o mesmo nível qualitativo nas restantes versões.

Smart #5 Brabus volante
© Smart O volante tem bom aspeto e boa pega, mas o revestimento a Alcantara tornou-o desconfortável com o calor sentido durante este primeiro contacto.

Entre curvas e retas

Comecemos pelo óbvio: 475 kW (646 cv) e 710 Nm não são números normais num SUV desta classe (seg. D), muito menos num modelo com o logótipo da Smart.

A aceleração é fulminante — 0 aos 100 km/h em apenas 3,8 segundos com o Launch Mode ativado — e a entrega é imediata, quase brusca, se estivermos no modo Brabus. Mas se dosearmos o acelerador com um pouco mais de gentileza, o Smart #5 Brabus é solícito e previsível.

A tração integral garante segurança, mas apesar da potência elevada, o Smart #5 não é, de todo, um desportivo. Sim, permite andar bastante depressa, a direção é precisa — fica, talvez, demasiado pesada no modo Sport — e os movimentos da carroçaria até estão bem controlados.

Smart #5 Brabus assinatura digital
© Smart Apesar do palco convidativo, um SUV de 2,4 toneladas com 646 cv não é a escolha ideal para explorar estas estradas.

Só quando tentamos explorar toda a sua performance, os quase 2400 kg de SUV fazem-se sentir, sobretudo ao nível da travagem. Fundamentalmente, não deixa de ser um SUV grande e pesado que também anda muito depressa.

Gasta muito?

Admito que o Smart #5 Brabus não surpreendeu no capítulo da economia. Ainda que seja preciso dar um desconto pela natureza deste primeiro contacto, onde a condução praticada e o tempo disponível costumam entregar resultados que afastam-se daqueles que a maioria irá obter.

A marca anuncia 540 km de autonomia (ciclo combinado WLTP), graças a uma bateria de 100 kWh. Só que neste primeiro contacto, após 241 km de curvas ao sabor do Douro e autoestrada, restavam apenas 154 km de autonomia (e 38% da capacidade da bateria). Ou seja, quase 400 km com uma carga e uma média de 24,1 kWh/100 km. Há margem para fazer melhor.

Dito isto, o #5 surpreende no carregamento. À exceção da versão de entrada, todos os #5 têm arquitetura de 800 V, o que se traduz em carregamentos até 400 kW e o potencial para carregamentos bastante rápidos.

Num posto de carregamento adequado, bastam 18 minutos para ir dos 10% aos 80% do estado de carga da bateria. O que pode transformar qualquer viagem em família bem mais fácil de planear.

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A relação euro/cavalo mais favorável do mercado?

O Smart #5 Brabus está disponível em Portugal a partir de 62 400 euros. É muito dinheiro? Sim. Mas para o que oferece — nomeadamente 475 kW (646 cv) de potência e um desempenho digno de nota —, a relação performance/qualidade/preço é das melhores no segmento.

São 96,5 euros por cavalo e mesmo entre os elétricos não há modelos que ofereçam tanta potência por um preço tão baixo e num produto com tantas qualidades. No segmento onde o #5 se insere, pelo menos não encontramos. E entre os seus concorrentes temos muita variedade que vai do Tesla Model Y ao Skoda Enyaq, passando pelo Kia EV6, entre outros.

Dito isto, o #5 Brabus não seria a versão que recomendaría do maior SUV da Smart. O #5 tem fortes atributos como carro de família — espaço, conforto, tecnologia e qualidade —, e a performance balística do Brabus até parece destoar do conjunto.

As versões com maior autonomia (590 km), Pro+ ou Premium — 52 200 euros e 56 900 euros, respetivamente —, parecem ser mais equilibradas. Têm apenas tração traseira, mas já entregam 363 cv. A não ser que precise mesmo da tração às quatro rodas (abaixo do Brabus há a versão Pulse), não deverá ser preciso mais. Algo que validaremos num próximo teste.

Smart #5 Brabus

Primeiras impressões

8/10
O Smart #5 convence mais pelos seus atributos como carro de família e qualidade geral, do que pela performance absurda do #5 Brabus e até excelente relação qualidade-preço que possui — admito que é difícil de ignorar. Mas este SUV familiar não precisa de toda essa performance para convencer.

Data de comercialização: Junho 2025

Prós

  • Espaço;
  • Qualidade de montagem e materiais;
  • Conforto;
  • Performance.

Contras

  • Consumos;
  • Dependência dos ecrãs táteis;

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