Primeiro Contacto Renault Symbioz recebeu motor estreado na Dacia. Ficou melhor?

Desde 37 800 euros

Renault Symbioz recebeu motor estreado na Dacia. Ficou melhor?

A Renault escolheu o Symbioz para estrear o seu novo sistema híbrido, mas será que isso é suficiente para dar mais protagonismo a este SUV?

Renault Symbioz E-Tech 160 Full Hybrid

Primeiras impressões

7.5/10

Data de comercialização: Junho 2025

Até aqui, o Renault Symbioz justificava a diferença de preço para o Captur apenas com uma maior versatilidade a bordo. Agora ganhou outro argumento importante.

Prós

  • Equipamento de série
  • Sistema híbrido melhorado
  • Consumos
  • Bagageira

Contras

  • Preço
  • Qualidade de alguns materiais

À primeira vista, o Renault Symbioz parece estar numa terra de ninguém: é caro para ser uma mera alternativa ao Captur; e não tem argumentos suficientes para «bater o pé» ao seu irmão mais velho, o Austral, sendo que pelo meio ainda existe o Arkana.

Dito isto, é fácil suportar a teoria de que são demasiados modelos para clientes semelhantes. Mas há um trunfo que joga a favor do Symbioz, o espaço. A bagageira mais ampla e os lugares traseiros (deslizantes) mais espaçosos separam-no do Captur e tornam-no numa solução muito mais capaz para as famílias.

Mas agora, há mais um motivo para escolher o Symbioz: a Renault acaba de dar-lhe o sistema híbrido estreado no Dacia Bigster, com o motor de 1,8 litros, e que nós testámos recentemente em vídeo.

Renault Symbioz, perfil
© Renault O Renault Symbioz tem os mesmos 1,79 m de largura, 1,57 m de altura e 2,63 m de distância entre-eixos do Captur. Mas é mais comprido: 4,41 m contra 4,23 m, que se refletem na capacidade da bagageira.

Por isso mesmo, não vou importuná-lo com as dimensões e cotas de habitabilidade deste SUV, algo que o Miguel Dias já fez quando passou uns dias a «sós» com o Symbioz. Convido-o a ler — ou reler — o seu ensaio.

Neste primeiro contacto, na zona de Mortefontaine, em França, foquei-me sobretudo na nova motorização full hybrid que «vive» debaixo do capô, até porque este é o primeiro modelo da Renault a usá-la.

Quais as diferenças?

No exterior, não há nenhum elemento que denuncie estarmos na presença de um Symbioz com uma nova motorização. Mas tal como já disse, as principais mudanças não estão à vista… a menos que se abra o capô. Vamos a números.

© Renault Na versão Esprit Alpine — a única disponível em Portugal —, o Symbioz equipa jantes de 19″ de série.

Face à antiga motorização híbrida, que se apoiava num motor com 1,6 litros de capacidade, o Symbioz agora equipa o novo bloco de 1,8 litros, que o Grupo Renault estreou recentemente no Dacia Bigster.

Além da cilindrada superior, o motor de combustão (atmosférico) ganhou 15 cv de potência (total de 109 cv) e 22 Nm de binário (total de 172 Nm), passando o sistema híbrido dos 145 cv para os 160 cv de rendimento total combinado — mais 5 cv que no SUV romeno.

O que não sofreu qualquer alteração foram os dois motores elétricos que integram o sistema, ambos montados na dianteira: um tem funções de tração e entrega 36 kW (49 cv); o outro faz as vezes de um motor-gerador e oferece 15 kW (20 cv).

Outra novidade é a bateria, que agora tem uma capacidade de 1,4 kWh (antes era de 1,2 kWh) e permite ao Symbioz circular grande parte do tempo, em ambientes urbanos, em modo 100% elétrico. E naturalmente, os consumos agradecem: a Renault anuncia 4,4 l/100 km (WLTP) e 99 g/km de CO2 — menos 0,2 l/100 km e menos 7 g/km de CO2 que o anterior 1,6 litros.

Mas deixando de parte as novidades na ficha técnica, aquilo que sentimos assim que nos sentamos ao volante so Symbioz é que este sistema é mais disponível e mais «vivo».

Como é conduzi-lo?

Em estrada, e apesar do contacto ter sido breve, bastaram poucos quilómetros ao volante do Renault Symbioz E-Tech 160 para ficar (muito) bem impressionado com a evolução do sistema full-hybrid. Mostrou ser sempre muito progressivo e com uma enorme disponibilidade desde os regimes mais baixos.

Outro aspeto que melhorou foi a caixa de velocidades Multimodo, que na anterior versão do sistema híbrido por vezes se mostrava hesitante e pouco refinada.

A Renault ouviu as «nossas» críticas e trabalhou sobre isso. E ainda bem que o fez: evoluiu no sentido certo. As passagens de caixa estão mais suaves e rápidas, o que torna a condução bastante mais confortável.

Em acelerações mais fortes, como seria de esperar, o motor a gasolina continua a fazer-se ouvir, mas a forma como a caixa baixa os regimes e a rapidez com que responde é de assinalar, sobretudo face ao que acontecia antes. Mesmo em autoestrada, a sonoridade nunca chega a ser incomodativa.

No que toca à experiência de condução em si, há pouco a apontar a este modelo. Graças a uma boa gestão do sistema híbrido (é tudo automático, não temos que fazer nada), damos por nós a conduzir em modo 100% elétrico mais vezes do que seria de esperar.

E mesmo o tato do pedal de travão, que nas propostas híbridas por vezes tende a ser difícil de «decifrar», não merece reparos: mostrou-se sempre muito progressivo e intuitivo.

Quando aceleramos o ritmo, percebemos de imediato que o apuramento dinâmico foi preterido em nome do conforto, mesmo nesta versão Esprit Alpine — a única disponível em Portugal —, que equipa jantes de 19″.

O Symbioz nunca chega a ser desconfortável, mesmo quando passamos por pisos em pior estado. E apesar dos plásticos serem o material predominante no habitáculo, a sua montagem mostrou-se em bom plano que se reflete na ausência de barulhos parasitas.

Consumos de Diesel

O que também surpreendeu foram os consumos, que ficaram facilmente abaixo dos anunciados pela marca: no percurso que fiz, em vários tipos de cenário, consegui uma média de 4,2 l/100 km.

As boas notícias não terminam nos consumos. Ao contarmos com um depósito de combustível de 48 litros, podemos esperar autonomias superiores a 1100 quilómetros, um valor que (ainda) nenhum 100% elétrico consegue garantir.

É certo que só quando fizermos um teste mais prolongado em solo nacional, vamos conseguir avaliar melhor a eficiência deste sistema.

Mas se tivermos em conta os números que conseguimos recentemente no Bigster, que é maior e mais pesado do que o Symbioz, então só nos resta assumir que os consumos obtidos neste primeiro contacto serão facilmente replicáveis.

Como ficam os preços?

O novo Renault Symbioz E-Tech 160 tem preços a partir dos 37 800 euros e, ao contrário da versão de 145 cv, está apenas disponível numa versão, a Esprit Alpine, que é a mais equipada.

Apesar de trazer uma lista de equipamento de série longa e mais «apetecível», se quisermos dotar o modelo de opcionais como o teto panorâmico ou o pacote adicional de assistências à condução, o preço a pagar pelo SUV francês pode facilmente ultrapassar a barreira dos 40 mil euros.

Feitas as contas e muito por culpa da fiscalidade portuguesa, fica difícil justificar o valor adicional face a um Captur equivalente que, brevemente, também vai receber esta nova motorização.

Só se justifica o acréscimo para quem realmente precisar de mais espaço para bagagens. Mas mesmo nesse cenário, o Renault Austral com a motorização híbrida E-Tech 200, está disponível por apenas mais cerca de 2000 euros. Vale a pena ponderar dar o salto. Afinal, é um modelo superior em praticamente todos os aspetos.

Se a escolha da motorização full-hybrid não for imperativa, tenho boas notícias. O Renault Symbioz passou também a estar disponível com uma motorização mild-hybrid, que tem preços bem mais apelativos — começam nos 29 300 euros. Conheça a gama completa neste artigo:

Veredito

Renault Symbioz E-Tech 160 Full Hybrid

Primeiras impressões

7.5/10
Espaçoso, versátil e agora com um sistema híbrido mais potente e eficiente, o Renault Symbioz E-Tech 160 convence pela evolução do motor 1,8 litros e pela caixa Multimodo revista, que melhora muito a experiência de condução. Contudo, o principal entrave continua a ser o preço, que o coloca demasiado perto de propostas como o Austral, que é superior em tudo.

Data de comercialização: Junho 2025

Prós

  • Equipamento de série
  • Sistema híbrido melhorado
  • Consumos
  • Bagageira

Contras

  • Preço
  • Qualidade de alguns materiais

Sabe esta resposta?
Em que ano é que o Renault 20 Turbo venceu o Rali Dakar?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Renault 20 Turbo. O mais improvável vencedor do Rali Dakar?