O KGM Rexton é um SUV da “velha guarda”. Ainda faz sentido em 2025?

O KGM Rexton é um SUV de contrastes.Por um lado é robusto, espaçoso e bem equipado, mas é também ruidoso, guloso e algo datado.

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O KGM Rexton é um SUV como já poucos se fazem: grande (quase cinco metros de comprimento), com motor Diesel sem qualquer assistência elétrica, chassis de longarinas e capacidade para sete ocupantes.

Apesar de não o parecer, também já tem uma carreira longa. Foi lançado em 2017, ainda como Ssangyong. Em 2020, foi alvo de um restyling profundo e em 2024 recebeu nova atualização para o seu relançamento, agora como KGM, a empresa que adquiriu a Ssangyong.

A questão é que a idade do projeto torna-se evidente, apesar de todas as melhorias a nível visual e a nível de equipamentos de segurança e conforto.

Aposta na imagem e no espaço

Dito isto, os primeiros momentos a bordo do KGM Rexton são positivos. A imagem é apelativa, há revestimentos em pele de boa qualidade e a montagem é cuidada e robusta.

A posição de condução também é correta e as múltiplas regulações (elétricas) permitem adaptá-la à maioria das estaturas. Apenas a coluna da direção tem regulação manual.

Para quem viaja na segunda fila, o espaço também é bastante amplo. O assento central não compromete demasiado e o apoio de braços rebatível é sempre bem-vindo.

As dimensões avantajadas do KGM Rexton — 4,85 m de comprimento e 2,865 m de distância entre-eixos — permitiram instalar uma terceira fila de assentos a bordo, dando pontos extra em versatilidade.

Para aceder a esta, é necessário rebater os assentos da segunda fila e a sua utilização não é das mais práticas. Mas são suficientemente úteis, nem que seja para os trajetos mais curtos.

Quase uma viagem no tempo

Conduzir o KGM Rexton é quase como viajar no tempo. Se a eletrificação trouxe mais suavidade e silêncio no funcionamento do automóvel, no SUV sul-coreano, assim que o ligamos, o ruído do motor Diesel está sempre muito presente, especialmente a frio. Após alguns quilómetros, o ruído do motor não desaparece, mas fica um pouco mais distante.

Os 202 cv e 441 Nm não oferecem prestações elevadas, mas não atrasam o ritmo. Só mesmo a caixa de velocidades automática é que não gosta de ser apressada.

O chassis de longarinas e travessas não ajuda à experiência de condução: apesar da suspensão independente nos dois eixos, as irregularidades do piso sentem-se com facilidade, há mais vibrações e os movimentos da carroçaria são maiores que outros modelos mais recentes nos habituaram.

Além disso, a direção é algo vaga e pouco comunicativa, o que contribui para que o KGM Rexton não inspire muita confiança a quem vai ao volante.

Comecei por dizer que o Rexton é um SUV da «velha guarda», mas em Portugal só se encontra disponível com tração traseira — em Espanha, por exemplo, está apenas disponível como 4×4. Por isso, as escapadinhas fora de estrada ficam mais limitadas, apesar de já ter uma distância ao solo apreciável — 22 cm.

No final do ensaio, registei uma média de consumo de 9,8 l/100 km. Não é um valor absurdo — sempre são duas toneladas de SUV —, mas é bem mais elevado que o valor oficial combinado de 7,8 l/100 km.

Escolha simplificada

Escolher um KGM Rexton em Portugal não podia ser mais fácil. Está disponível apenas numa versão — K5 — com um preço de 58 000 euros. A boa notícia? Está absolutamente equipada: a única opção é a pintura metalizada.

SUV, motor Diesel e sete lugares é uma receita em vias de extinção, ainda que no caso do Rexton, acabam por ser os anos do modelo que pesam e não a tecnologia Diesel.

Como alternativa temos o Skoda Kodiaq, um pouco menor em dimensão, mas mais refinado — cortesia da construção monobloco. O motor Diesel é também menos potente, com 150 cv e o preço é 12 mil euros inferior.

As restantes alternativas já pertencem à era eletrificada, sendo híbridas ou 100% elétricas, como os conterrâneos Hyundai Santa Fe ou o Kia Sorento ou o EV9.