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Travões dos carros da Xiaomi aquecem debate sobre travagem nos elétricos

O desempenho do sistema de travagem da Xiaomi voltou a despertar críticas, mas a marca destacou algumas questões sobre este "teste" ao YU7.

Os travões que equipam os carros da Xiaomi voltaram a estar no centro das atenções. Durante uma sessão de testes em pista promovida pela publicação chinesa Dongchedi, o novo Xiaomi YU7 Max viu os seus travões dianteiros ultrapassarem os 619 °C, libertando fumo e até chamas, visíveis nas pinças.

É a segunda vez, em poucos meses, que o sistema de travagem de um modelo de elevadas prestações da Xiaomi é colocado em causa e reflete um problema de compatibilidade entre o desempenho dos motores e a resistência dos travões instalados de série.

Por ser um tema recorrente, a marca esclareceu o sucedido numa sessão de perguntas e respostas online. Segundo a Xiaomi, o modelo em questão não realizou uma volta de arrefecimento após a volta rápida, o que levou ao sobreaquecimento do sistema.

O piloto responsável pelo teste conseguiu imobilizar o SUV elétrico, sem que houvesse danos maiores, mas o incidente reacendeu o debate sobre os limites térmicos dos sistemas de travagem em veículos elétricos.

Acresce ainda o facto de o modo “Master” com regeneração reforçada, capaz de recuperar até 0,2 g de desaceleração e aliviar os travões mecânicos, não foi ativado. Sem esse auxílio, toda a carga térmica recaiu sobre o sistema tradicional.

Não foi pensado para pista

Com mais de 2,3 toneladas e uma potência elevada, o YU7 Max está longe de ser um peso-pluma e exige bastante dos travões em condução desportiva. A Xiaomi foi clara: os seus modelos de produção não estão preparados para uso em pista, tal como saem da fábrica. Para isso, seriam necessárias melhorias ao nível das pastilhas, discos, fluido e sistema de refrigeração.

O fogo terá começado devido à combustão de materiais orgânicos presentes nas pastilhas de travão — compostos de baixa percentagem metálica que, segundo a própria marca, podem inflamar-se de forma breve a temperaturas superiores a 600 °C.

O que também parece não abrandar são as encomendas de novos modelos desta marca chinesa. Só nas primeiras 18 horas após o lançamento, a Xiaomi registou 240 mil encomendas bloqueadas para o YU7, esgotando a capacidade de produção até 2027. Enquanto isso, os tempos de espera para o SU7 Pro ultrapassam já as 47 semanas.