Todos os segredos da nova «caixa de hidrogénio» da Toyota

A Toyota Motor Corporation quer acelerar a transição global para a «Sociedade do Hidrogénio».

Akio Toyoda, diretor executivo do gigante nipónico já o tinha afirmado antes e agora volta a dar mais um sinal de abertura à partilha da tecnologia Fuel Cell — ou se preferirem, pilha de combustível — para acelerar a disseminação desta solução tecnológica.

Um sinal que se traduziu no desenvolvimento de uma «caixa de hidrogénio». Trata-se de um módulo compacto, que pode ser comprado por qualquer marca ou empresa, para ser utilizado nas mais variadas aplicações. Dos camiões aos autocarros, passando pelos comboios, barcos e até geradores de energia estacionários.

Hidrogénio. Incentivar o mercado

Há vários países que estão a incentivar a transição das empresas para o hidrogénio, enquanto meio de armazenagem e produção energética, com vista à redução das emissões de CO₂ e combate às alterações climáticas. Fruto desse incentivo, muitas empresas necessitam de adquirir e adotar nos seus produtos a tecnologia Fuel Cell (pilha de combustível).

Na prática, trata-se de disponibilizar de forma simples e sistematizada, a tecnologia que encontramos por exemplo, no Toyota Mirai e nos autocarros SORA — produzidos em Portugal pela Caetano Bus.

Estão disponíveis dois tipos de «caixas de hidrogénio»: 

	Tipo vertical (tipo I)	Tipo horizontal (Tipo II)
Aparência externa
Dimensões (comprimento x largura x altura)	890 x 630 x 690 mm	1270 x 630 x 410 mm
Peso	Aproximadamente 250 kg	Aproximadamente 240 kg
Saída classificada	60 kW ou 80 kW	60 kW ou 80 kW
Tensão	400 – 750 V

A comercialização das «caixas de hidrógénio» da Toyota vai arrancar já no segundo semestre de 2021. A marca nipónica prescindiu inclusivamente dos royalties da sua tecnologia Fuel Cell, para que todas as marcas e empresas a possam utilizar sem restrições.

O que está no interior das caixas de hidrogénio?

Dentro das caixas da Toyota encontramos uma pilha de combustível e todos os seus componentes. Tudo pronto a ser utilizado e alimentado pelos tanques de hidrogénio — que não são fornecidos neste módulo.

Da bomba de hidrogénio ao sistema de arrefecimento, sem esquecer o módulo de controlo do fluxo de energia e, claro, a pilha de combustível onde a “magia acontece”. Vamos encontrar todos estes componentes nesta solução plug-and-play da Toyota.

Com esta solução, todas as empresas que estão a pensar entrar neste segmento de mercado já não têm de desenvolver a sua própria tecnologia Fuel Cell. Parece bom negócio trocar o investimento de milhões de euros num departamento interno de R&D por um caixote pronto a usar, não acham?

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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