Este simulador de F1 custa 105 mil euros (e uma vida social)

Um simulador de F1 com entrega, montagem e treino incluídos. Achavam que os 105 mil euros eram só para o material? Agora o preço faz muito mais sentido… ou não.

Imaginem-se a chegar a uma festa num Aston Martin Vantage V8 e regressar para casa pela vossa estrada favorita. Pensem que na garagem têm um BMW M5 (F10) e que daqui ali é um instante com a vossa super berlina. Ou mesmo, imaginem um Porsche Carrera ou um Aston Martin DB9 na garagem à vossa espera, um sonho onde também têm lugar aqueles que gostavam de ver um Audi R8 ao lado de um Mini Cooper S que usariam durante a semana, parados na sua garagem. Basicamente, porque é que debito todos estes nomes de máquinas fantásticas? Porque com 105 mil euros são apenas alguns dos automóveis que podem comprar, em segunda mão, em Portugal.

Com 105 mil euros também podem comprar este simulador de F1! Para os que sonham em ser o próximo Ayrton Senna, comprar este simulador pode ser o primeiro passo para nunca o serem na realidade. É que por mais tentador que seja comprar um simulador de F1 por 105 mil euros – uma pechincha – há todo um conjunto de situações que acabariam por surgir.

1º Casados ou namorados? Dias contados!

Vá lá…É igual a um Fórmula 1 e está lá em casa a olhar para nós. Lá dentro, sentimos-nos mais cool do que nunca – o volante é perfeito, há 3 ecrãs de alta definição na nossa frente que nos dão uma visão panorâmica da pista. O pc conta com um i7 da Intel topo de gama, 16gb de RAM, a melhor placa gráfica que o dinheiro pode comprar e o melhor disco SSD do mercado. O som vem de um sistema de colunas 5.1 devidamente integrado no corpo deste fórmula e promete colocar-nos no centro de toda a ação. Para alimentar tudo isto, há ainda uma fonte de 1200 Watts. A namorada/mulher que se cuide!

Mas onde a relação acaba é mesmo quando percebem que onde deviam estar verdadeiras maxilas de travão Brembo, estão mesmo verdadeiras maxilas de travões Brembo! Para não falar em discos de carbono e pneus de F1 verdadeiros. Aqui é que as coisas ficam feias, começamos a dormir dentro do simulador e durante a noite colocamos a mão por cima de um dos pneus traseiros, para sentir o toque da borracha das pistas – por esta altura já a mulher saiu de casa e o gato fugiu para caçar ratos porque já não comia há três dias.

2º Os amigos são os primeiros a fugir

Uns por inveja, outros por acharem que somos uma aberração: “Comprou um simulador de 105 mil euros. É um maluquinho dos computadores aquele, passa a vida em casa agarrado ao volante.” Depois há os amigos do “brutal! vamos fazer aí uns tempos”. Passado duas semanas desaparecem, porque ficamos obcecados e nunca deixamos ninguém jogar.

3º Durante os primeiros meses somos os maiores, depois não conseguimos entrar para o simulador porque estamos obesos

Sim é inevitável, depois de tanto tempo sentados ao volante do nosso simulador, começamos a crescer para os lados e a passar mais tempo dentro do cockpit do F1 lá de casa – “F1 lá de casa” estão a ver como começa a ser doentio? – do que no nosso próprio automóvel. Podemos sempre levar as coisas ao extremo – dieta rigorosa, não beber álcool, acabar com as saídas à noite e com o emprego também porque ser piloto é coisa para nos ocupar a tempo inteiro. Ok, álcool só um pouco da merecida garrafa de champanhe sempre que subimos ao pódio. É aquele momento de glória, no qual o cão olha para nós a festejar sozinhos em cima de uma cadeira.

4º Já agora…há por aí alguém que tenha 105 mil euros que possa emprestar? Juramos que fazemos uma equipa de F1 online e que os primeiros 150 mil euros em retorno publicitário são para o investidor! É possível, há um amigo de um amigo nosso que diz que conhece um primo de um irmão de um amigo dele que fez isso e foi investimento certo. 105 mil euros? Ninguém?…

E vocês? Pagariam 105 mil euros por este simulador? Comentem aqui e na nossa página oficial no Facebook.

Diogo Teixeira

Co-fundador e Publisher da Razão Automóvel.

Quando nas primeiras memórias de infância os automóveis estão sempre presentes, não há nada a fazer: é uma paixão para a vida. Reza a lenda que aos 4 anos sabia a marca de todos os carros que via na rua.

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