Notícias Renault e Mercedes juntas: Um francês premium com sotaque alemão

Renault e Mercedes juntas: Um francês premium com sotaque alemão

Insucesso de vendas no segmento alto e elevados custos de desenvolvimento e produção levam a Renault a aprofundar a parceira celebrada em 2010 com a Mercedes (Daimler).

O mercado está cada vez mais competitivo. Há medida que a fasquia tecnológica aumenta e o número de consumidores diminui (na medida inversa das suas exigências…) as marcas ressentem-se. Principalmente as mais incautas aos gostos dos consumidores, ou as mais pequenas em termos de dimensão industrial, como é o caso da Renault que desde há várias décadas não consegue assumir-se no segmento médio e médio-alto. Os modelos Megane, Espace e Velsatis (já extinto) nunca atingiram as cotas de mercado estabelecidas pela marca, e ficaram sempre aquém do número de vendas dos seus mais diretos adversários.

Carlos Ghosn, CEO da Renault, sabe disso melhor que ninguém. E sabe também que não pode baixar os braços. É por isso que a Renault está apostada em aprofundar o acordo firmado em 2010 com Daimler, subsidiária da Mercedes-Benz, no qual acordavam sinergias para a construção e desenvolvimento de veículos comerciais entre outras. Mas a marca francesa quer ir mais longe…

Em declarações à estação de rádio francesa Franc Inter, Carlos Ghosn confirmou que está em conversações com a Mercedes para o desenvolvimento de automóveis de segmento médio e médio-alto em join-venture. Ghosn não especificou sobre que plataforma irá incidir a parceira, mas o site Automotive News Europe, avança que incidirá sobre uma plataforma que possibilite a construção do futuro Megane, Espace e um eventual todo de gama que será concorrente directo do Mercedes Classe E, Audi A6, BMW Série 5 e companhia.

Esta parceria possibilitará às duas marcas um menor esforço financeiro no desenvolvimento do projecto, o que possibilitará por outro lado investir noutras áreas e rentabilizar o capital investido mais rapidamente.

Seja de que forma for, não se admirem se num futuro próximo encontrem nas estradas um modelo francês com pronuncia alemã ou um modelo alemão com postura francesa…

Texto: Guilherme Ferreira da Costa

Fonte: Automotive News Europe