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Comissão Europeia tem um plano para tornar os elétricos mais acessíveis

A União Europeia quer acelerar a transição para automóveis elétricos. Para isso vai propor uma série de medidas para os deixar mais acessíveis aos consumidores.

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© CHUTTERSNAP

O Plano de Ação da Comissão Europeia (CE) para salvar a indústria automóvel aposta, sobretudo, nos elétricos.

Além de querer trazer para a Europa a produção de baterias e reduzir a dependência de fornecedores externos e melhorar a competitividade dos elétricos europeus face aos chineses, a CE quer, sobretudo, que se comprem muitos mais elétricos.

Isto porque vender mais elétricos é a única solução viável para atingir as metas das emissões de CO2 impostas pela própria União Europeia. E como vimos em 2024, as vendas ao invés de subirem, desceram.

Pneus Continental para carros elétricos

Para inverter o rumo das vendas, a Comissão Europeia incluiu diversas propostas no seu Plano de Ação para a indústria automóvel. O resultado pretendido é o de tornar os elétricos mais acessíveis, reconhecendo, também, o preço mais elevado destes relativamente aos automóveis a combustão.

As principais propostas estão relacionadas com uma harmonização e melhoria dos esquemas de incentivos. Para isso, a partir do início do próximo ano, a Comissão pretende trabalhar com todos os Estados-Membros, com o objetivo de trocar boas práticas e lições aprendidas com os programas anteriores de incentivos, incluindo os fiscais.

Depois disso, será proposto um plano de trabalho para dar origem a novos incentivos estratégicos, economicamente eficientes, fiscalmente sustentáveis e adaptados à maturidade dos mercados em questão. Em conjunto, serão também identificadas potenciais fontes de financiamento, que os Estados-Membros poderão utilizar para apoiar esses mesmos incentivos.

Em paralelo, será também criado um programa de incentivos para empresas, que representam atualmente 60% dos novos registos de veículos novos na UE. A ideia é acelerar a eletrificação destas frotas, eliminando benefícios fiscais para veículos a combustão e favorecendo os elétricos.

Outra das iniciativas referem-se aos leasings sociais, destinada aos consumidores com menos recursos, aplicando-se não só a veículos elétricos novos como seminovos. Em França já foi aplicada uma iniciativa similar, em que era possível efetuar um leasing de um automóvel elétrico por valores que não excediam os 150 euros mensais.

Para lá dos automóveis

Além de querer elétricos mais acessíveis, a Comissão Europeia também propõe medidas em relação à infraestrutura de carregamento que, apesar de estar a crescer, continua a ser deficitária. Para expandir a rede pública de carregamento, a CE vai avançar com um investimento de 570 milhões de euros.

Além disso, a Comissão também pretende apoiar os Estados-Membros na implementação de tecnologias de carregamento inteligente e bidirecional. Algo que poderá abrir a possibilidade de os consumidores venderem a eletricidade dos seus carros à rede.

Carregador público de automóveis elétricos
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Outra das propostas, no sentido de incrementar os níveis de confiança do consumidor, passa por o informar melhor sobre o veículo elétrico em si. Uma das formas de o fazer será, por exemplo, através da inclusão de informações sobre o conteúdo de carbono dos principais materiais utilizados no veículo.

Por fim, os dados recolhidos pela Comissão Europeia revelam que, dependendo do país, entre 75% e 90% dos consumidores apenas compram veículos em segunda mão. Para que esse tipo de consumidor também esteja o melhor informado possível sobre o carro que pretende comprar, a CE vai regular o acesso a dados sobre o estado, reparação e manutenção das baterias.